Castelinho de areia

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Betagem por Arabella McGrath do WonderfulDesigns

A costa praieira da veranil Santa Mônica recebia a graça do pôr do sol naquele fim de tarde. Jisoo sentiria falta das pessoas enérgicas que transitavam por aquela praia, do píer e de seus diversos atrativos, como o parque e o aquário.

Seus pés calcorreavam pela areia densa e fofa. A garota estava um tanto deprimente. Sua mãe havia lhe pedido que fosse atrás do irmão caçula, que sempre estava a aprontar algo quando sumia do nada.

O vento atingia com tudo o seu rosto e balançava seus fios castanhos. Jisoo já estava perdendo a paciência em encontrar Ha-jun, até que identificou a proximidade do menino por sua voz. Então ela o avistou, mais à frente, beirando às margens do mar.

― Cai fora! Você está na minha área! ― Ha-jun resmungava com valentia.

Jisoo observou primeiramente um castelinho de areia que foi construído pelo garoto com o auxílio de sua pá de brinquedo. Em seguida, reparou que ele enfrentava um rapaz com o dobro do seu tamanho. Este, carregava uma espreguiçadeira dobradiça e uma toalha de banho, que estava pendurada no seu ombro.

― Que sua área, pirralho! A orla é pública! Pode transitar quem quiser! ― O adolescente mais velho rebateu.

― Aqui você não fica! Vai caçar um outro canto pra farejar.

― Dê licença da minha frente, ou então eu vou destruir essa sua casinha ― ameaçou, debochando.

― É um castelo! ― esbravejou. ― Se você destruir ele, eu juro que te...

― Ou então o quê? ― Por desaforo, o mais velho desmoronou a obra apenas com uma pisa. ― O que vai fazer agora, hein?!

Enfurecido, Ha-jun partiu com tudo para cima do mais alto. O desconhecido tentou contê-lo com as mãos. O menino não era páreo para ele. Por essa razão, ria divertido pela situação.

― Hey, você aí! ― Jisoo o interrompeu, na defensiva, indo até eles. ― Pare de importunar o meu irmão.

Ha-jun, que só tinha sete anos, chorava aos berros.

― É ele quem está me importunando! ― o rapaz se defendeu.

― Olha só o que você fez com ele. ― Jisoo abraçou o menor, enxugando as suas lágrimas. ― Agora você terá que construir outro, já que você destruiu o primeiro!

― Eu? ― riu, outra vez. ― Sinto muito, mas acho que já estou grandinho demais para ficar brincando disso.

― Seu idiota! Aposto que nem é daqui, por isso vêm lá dos quintos dos infernos para ficar implicando com uma criança. Vê se olha sua idade e seu tamanho! ― indignou-se.

― Olha o tom de voz comigo, tampinha! E pro seu governo, eu não sou mesmo daqui. Só estou aqui de passagem. Dentro de poucos dias, estou voltando para Boston. E quando voltar aqui, espero nunca mais vê-la de novo. ― Ia se virando, quando parou: ― Aliás, quero sim. Adorei zoar com a sua cara e a do pirralho.

Jisoo não sabia se o xingava pelo apelido de mal gosto ou por seu atrevimento. Ele dizia ser de Boston. Era para lá que se mudaria. Ao contrário, esperava não se deparar com ele de novo.

― Peça desculpas! ― Ela deixou Ha-jun e parou de frente a ele, enfrentando-o. ― Agora mesmo!

― Olha só... A boneca é mandona. ― Ele continha um sorriso pervertido nos lábios. Além de ser insultuoso, tinha de ser... lindo!

Jisoo se perdeu por um momento naquelas íris negras, naquela face lisa, naqueles lábios assimétricos e naqueles cabelos insuportavelmente alinhados com gel. E por mal dos pecados, ele estava sem camisa, deixando à mostra seu abdômen estritamente definido. Ainda, estava vestido com uma bermuda estampada.

Balançou a cabeça, afastando para longe aqueles pensamentos que a levavam à perdição e a tirava do foco.

― Seu insolente! É melhor fazer isso se não quiser que eu responda por mim. ― Jisoo era tão fofa quando ficava com raiva. Em sua mente, a moça se parecia com um guaxinim nervoso.

― Está me obrigando? ― Ele sorriu, com afronta.

― Estou. ― Levou as mãos ao quadril.

― Ah! Quer saber? Acho que vou deixar pra fazer isso depois. Ainda tenho um pouco de tempo. Dá pra zoar muito com a cara desse pivete. ― Recolheu a toalha que tinha caído no chão.

― Será que ainda não entendeu?!

― Taehyung! ― O rapaz se virou ao sentir que estava sendo supostamente chamado. ― Venha para cá! ― Uma mulher, que parecia ser sua mãe, estava debaixo de um guarda-sol colorido, fincado na areia.

Então, Taehyung olhou de relance para Jisoo e num gesto repentino, a agarrou pela cintura e depositou um beijo roubado na bochecha dela.

― Isso é para que não se esqueça de mim, tampinha!

Logo sentiu uma ardência em seu rosto. Era consequência de um tapa que ela tinha acabado de desferir. Ele não se incomodou. Riu outra vez, como forma de pirraça-la.

― Bandido sem-vergonha! Some daqui! ― Elevou o tom de voz, constrangida com a audácia do maior. ― Volte pra sua cidade e não apareça nunca mais!

Tendo já feito o que queria, Taehyung se retirou na direção contrária. Seguia tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.

― Não vai se livrar de mim tão cedo ― gritou por último, ao longe, acenando para ela com deboche.

Jisoo descabelou enquanto resmungava. Seus últimos dias na sua cidade que amava eram para ser perfeitos, mas acabaram se tornando um desastre total, tudo por causa de um mauricinho bostoniano que nunca viu na vida e esperava nunca mais ver. Ele era odioso! Taehyung era um tremendo salafrário.

Ele mexeu com ela, de um modo que não conseguia explicar. Além de tudo, saiu impune pelo o que fez e sem pedir desculpas! Jisoo se culpava por não ter esganado-o. Jurava que se tivesse outra oportunidade, não deixaria passar.

― Ele vai me pagar! ― Ha-jun exclamou com convicção, fazendo com que a irmã saísse de seus devaneios.

― Isso não vai ser preciso! Nunca mais o veremos. Prefiro ver o diabo a vê-lo.

E então? O que acharam?

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E então? O que acharam?

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Um grande beijo! 😘

Estúpido Cupido 💘Where stories live. Discover now