XVII - Tinta Derramada: A Carta do senhor Pasión

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Minha adorável flor de jasmim,

Se você está lendo esta carta, é provável que eu não esteja mais neste mundo. E estas são minhas últimas palavras... Amar-te demais sempre foi meu maior pecado. Fui cego por várias vezes e acreditei fielmente em suas mentiras. Apaixonei-me pelos seus olhos escuros, pelos seus lábios finos, por você ser simplesmente você. Cheguei a planejar uma vida inteira ao seu lado, sem ao menos questionar se o seu amor era ou não efêmero. Você deve estar se sentindo aliviada agora, seu calcanhar de Aquiles se foi, não é mesmo? Saiba que enfrentei um inferno depois que você atravessou aquela maldita porta. Senti-me impotente e chorei por noites a fio... Era como se minhas pernas quisessem andar, mas o chão tivesse desaparecido. Estava preso na ilusão, dando-lhe o mundo de presente enquanto você o entregava a outra pessoa. Existem inúmeras incoerências em sua ingratidão. Você recebeu todo o meu calor, as mais belas juras de amor. Prometi ser seu eternamente à luz do luar, até compus uma canção para você. Mas parece que nunca fui bom o suficiente... Então, por fim, adeus, minha adorável flor de jasmim. Não pense que te odeio, na verdade, ainda te amo. E desejo que a vida seja generosa com você, assim como você foi cruel comigo.

Assinado: Sr. P

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