ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 6

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Devido ao costume de acordar às seis todas as manhãs Blue estranhou quando acordou no meio da madrugada, aquilo não era comum. Uma das coisas que Blue mais sentia prazer em fazer era dormir, mas naquele momento algo interrompeu seu momento mais sagrado do dia. Irritada ela senta na cama e em seguida sai prendendo seu cabelo em um coque. Ela primeiro abre uma fresta da porta, com medo, e em seguida põe a cabeça para fora somente para ficar ainda com mais raiva ao ver Matt no corredor caído, ela sente vontade de deixá-lo ali até o dia seguinte, mas seu lado altruísta fala mais alto e ela sai do quarto, caminhando até ele. Matt fede a álcool e está dormindo, ela o cutuca com o pé o fazendo abrir os olhos.

— O que faz aqui? — ele pergunta.

— Eu moro aqui, infelizmente, lembra?

Ele fecha os olhos novamente e abre um sorriso, ela até entendia porque ele vive rodeado de mulheres, ele é lindo, aquele sorriso facilmente derrete corações, mas Blue se mantém séria, criando uma resistência àquele sorriso.

— Sim, infelizmente.

Ele fala e fica de pé com dificuldade, se apoiando na parede, batendo contra um quadro e fazendo barulho suficiente para acordar a casa toda. Ele ri alto daquilo e Blue se limita a revirar os olhos.

— Você é ridículo — ela diz.

— Sim, sim — ele fala e começa a caminhar para o lado oposto. — Tanto faz, boa noite.

Blue o observa sumir pelo corredor batendo contra a parede, ela até pensa em voltar para o seu quarto e deixar que o loiro encontre seu caminho de volta para o seu quarto, mas lembra que ele terá que lidar com escadas e teme que acabe sofrendo algum acidente e decide o seguir. Ela vê ele atravessar o hall do primeiro andar e abrir uma porta que vivia fechada, Blue o acompanha notando a porta se abrir em uma sala de estar com prateleiras recheadas de livros, uma lareira e um imenso sofá bege, a frente do sofá um tapete da mesma cor decorava o ambiente.

Matt passa por ali tropeçando em seus pés e segue até uma segunda porta, Blue em seu encalço entra no cômodo que acaba por ser o quarto do loiro. O quarto dele era ainda bem maior que o dela, com paredes pintadas em branco, um lustre no centro e uma imensa televisão a frente de uma imensa cama com lençóis branco e detalhes dourados, duas janelas de vidro exibem uma maravilhosa visão do jardim e dali é possível ver o pequeno labirinto que o pergolado forma para chegar até a piscina. Uma varanda se estende de uma janela a outra e Blue suspeita que aqueles vidros na verdade são portas, mas não quer testar sua teoria e volta sua atenção ao loiro que agora está caído em uma poltrona.

— É melhor você ir tomar um banho — Blue fala.

O loiro não a responde e deixa a cabeça cair para trás, Blue revira os olhos e pensa em deixá-lo ali, mas resolve não retribuir na mesma moeda o que ele faz com ela. Talvez ele possa perceber que ela pode ser tratada com gentileza. Blue dá de ombros, suspira e se aproxima dele, dando-lhe um cutucão no braço, Matt abre os olhos novamente.

— Você precisa de um banho.

Para sua surpresa ele fica de pé. Matt deve ter mais de um metro e oitenta, ao seu lado Blue mais se parece com uma criança. Ele começa a abrir os botões de sua camisa, tirando-a, e deixando sob a poltrona. Blue ainda não tem certeza quantos anos mais velho ele é, o que ela sabe que ele é bem mais velho, mas de um jeito diferente do que está acostumada a ver, Matt está muito bem em seu físico. Ela desvia o olhar enquanto ele repete o procedimento com sua calça, ficando somente com a cueca e marcha até o banheiro murmurando algo, provavelmente alguma reclamação. Blue o segue e aguarda na porta enquanto ele se enfia debaixo do chuveiro por longos minutos até sair enrolado em uma toalha, após se certificar que ele chegaria vivo até a cama e que ainda continua bêbado o suficiente para não lembrar de nada, Blue retorna apressada até o seu quarto, se enfiando novamente embaixo de seus lençóis e dormindo.

Blue | Matt SmithWhere stories live. Discover now