Capítulo XXII - Percepção

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Tudo o que Visenya sentiu era confuso, os lábios de Aemond tomaram os seus com fome, sentiu a língua do mesmo se afundar em sua boca, ela nunca beijara ninguém antes, e tudo o que conseguia fazer era se deixar ser guiada pelo príncipe.

Ambos se afastaram quando a necessidade de ar os consumiu, as respirações estavam ofegantes, Aemond sorriu, ele olhava atordoado para Visenya, como se tivesse acabado de fazer algo indescritível.

Já Visenya estava com o semblante confuso, gostara do beijo, gostara tanto que queria que Aemond continuasse, mas uma voz em sua cabeça dizia que era errado. Ela se afastou devagar do tio.

"Visenya...", ele a chamou com o cenho franzido em confusão.

"Nós não deveríamos ter feito isso...". A garota tinha ambas as mãos no rosto.

Aemond foi até ela em passos largos, segurou suas mãos com carinho mas de um jeito que a obrigasse a olhar para ele.

"Por que Visenya? Você não parecia estar desgostando do nosso beijo." O príncipe a olhava esperando uma resposta.

Visenya segurou as mãos de Aemond e o olhou com firmeza.

"Não vou negar nada a você Aemond, sim eu gostei do beijo... mas essa não é a questão, a questão é que eu não deveria gostar de beijar pessoas que repugnam minha família."

Aemond pareceu refletir, não disse nada a Visenya somente um "hum", e lentamente se afastou da moça, olhou para o mar, parecia buscar por palavras.

"E se eu dissesse que a quero Visenya?", olhou para ela sério, seu tom de voz era voraz, ríspido, parecia não ter mais paciência para guardar seus pensamentos.

"Se eu disser que a quero desde que éramos crianças... eu não entendia na época, mas desejava todos dos dias para que nossas mães nos noivasse."

Visenya se assustou, não imagina que Aemond a via desta maneira a tanto tempo, ela sempre pensou que no futuro eles realmente poderiam se casar, mas considerou ser pensamentos de criança.

"Aemond... por mais que me diga essas coisas, não vai mudar o fato de que você só tolera a mim! Acha que eu ficaria feliz com um homem ao meu lado, que vive falando mal de minha família? Incriminando a honra de minha mãe?"

A voz de Visenya se elevou, Aemond a encarou e torceu os lábios em retorno.
"Você sempre foi a única que me entendia Visenya, a única a ser realmente minha amiga... mas eu nunca fui sua prioridade não é?".

Podia sentir o ressentimento na voz de Aemond.

"E o que você queria? Que uma criança de onze anos escolhesse um amigo ao invés dos próprios irmãos?"
Aemond voltou a se aproximar de Visenya, encarou profundamente seus olhos. "Me mataria por eles Visenya?...".

A mesma se assustou, que tipo de pergunta era essa?

"Se você os colocasse em risco... sim Aemond, sem pensar duas vezes."

Era nítido no olhar do príncipe que aquilo o havia ressentido, ele apenas acenou com a cabeça.

"Nós realmente não devíamos estar aqui sobrinha, devemos voltar." Sua voz saiu seca e ao mesmo tempo calma, se virou em direção a Vhagar.

"Espere!", Visenya disse por impulso, ele parou mas não se virou para ela. "Eu respondi sua pergunta... responda a minha...".

O rapaz se virou encarando Visenya e esperando que a mesma continuasse.

"Você me mataria? Por sua família?"

Aemond fechou o olho, parecia conter a respiração, ao olhar para Visenya novamente ele parecia severamente irritado.

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