Capítulo XXXVIII - Sussurros e Promessas

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Aemond acordou cedo, estava deitado em sua cama enquanto encarava o teto, seus cabelos estavam soltos e seu tapa olho se encontrava na mesa de cabeceira.

O príncipe suspirou, tinha conseguido se esquivar da mãe e irmãos no dia anterior, mas certamente teria que encará-los hoje. Quando chegou do passeio com Visenya ao anoitecer, ele havia se trancado em seu quarto, pediu aos servos que trouxessem seu jantar e não se retirou mais.

A noite tinha sido agitada para ele, sentia-se eufórico com a idéia de casar com Visenya em uma cerimônia Valiriana e em Pedra do dragão, mas ao mesmo tempo o sentimento de insegurança e incerteza tomavam conta de si, quando ele pensava na possibilidade de tudo isso dar errado, que a intriga entre sua família os separasse, que Rhaenyra negasse a união ou se ele mesmo conseguiria ou não conviver com a família de Visenya.

Respirou fundo mais uma vez e se levantou, iria tomar o desjejum com sua família como de costume, precisava estar pronto para os prováveis ataques verbais.

O ar estava levemente frio, o príncipe saiu debaixo das cobertas e foi até a penteadeira do quarto, lavou o rosto com a água gelada da tina e apoiou ambas as mãos sobre o móvel, encarando seu reflexo na água trêmula do recipiente.

A visão da safira no lugar que um dia seu olhos estivera ainda lhe trás desprezo, quando criança fingia não se importar e ouvia calado os comentários sussurrados pelos demais quando ele passava, mas o incomodo era sempre presente.

Prendeu seu cabelo como de costume, a parte frontal presa para trás e o resto solto. Colocou calças de couro pretas, assim como suas botas. Na parte de cima ele colocou um casaco de tecido mais quente, que possuía apenas as mangas feitas de couro fino e igualmente pretas como a maioria de suas roupas. Para a alegria de sua mãe, finalizou com uma capa verde com bordados negros, que havia sido presente da mesma.

Colocou seu tapa olho como sempre e saiu rumo a sala que fazia as refeições com a mãe e irmãos.

Ao adentrar o cômodo, se deparou com Alicent conversando exaltada com Aegon, que no momento encontrava-se com machas roxas ao redor dos olhos e próximo ao nariz, que estava vermelho e um pouco inchado. Visenya realmente tinha feito um bom trabalho.

Assim que sua presença foi notada, Alicent parou de falar e o encarou, Aegon fez o mesmo, com uma carranca no rosto.

"Bom dia família."

Aemond disse simplista, enquanto se sentava do outro lado da mesa, em frente a mãe e ao irmão.

"Olha só quem resolveu aparecer... se divertiu muito com nossa maldita sobrinha irmão?". Aegon falou com raiva e provocação.

Alicent não o repreendeu como de costume, queria ver o que o filho do meio responderia.

Aemond os analisou por um momento, ponderando o que valeria a pena ser dito.

"A sim, me diverti muito junto a minha noiva irmão, obrigado por se preocupar." Respondeu com o mesmo nível de cinismo que Aegon.

"Não a chame assim!". Alicent soltou levemente exaltada. "Nós dois sabemos que não estão noivos Aemond, e que jamais ficarão." A mulher tinha os olhos arregalados, e a expressão espantada, como se ouvir tais palavras do filho fossem algum tipo de crime contra ela.

"Não sei o que estava pensando, todos no castelo e na cidade estão comentando sobre sua visita a cidade com a filha da Rhaenyra... Acha mesmo que isso nos ajuda? Como vamos convencer o povo de que nada está acontecendo entre vocês?".A rainha continuava.

Aemond fechou o punho com força em busca de calma.

"Não vamos convencê-los de nada mãe, porquê em breve meu casamento com Visenya irá acontecer você queira ou não, a única pessoa que ainda preciso da permissão é Rhaenyra, pois a de meu pai eu já tenho, que até onde eu sei e você também, ainda é o rei."

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now