the labyrinth of Illusion

cap 4 - be faithful to the truth

Chicago, Illinois.

— Me solta! Me solta agora! Ou você vai me soltar ou eu começo a gritar — disse pacifica olhando para a sua mão que ainda está no meu braço.

— Se eu te soltar — se aproximou mais de mim —, como você vai pra casa? — perguntou ao mesmo tempo que me soltou e cruzou os braços.

— Não importa. Eu prefiro ir andando do que voltar com você. — Por mais que meu vestido esteja curtíssimo e com talvez eu não chegue e casa viva.

— Você é muito engraçado, sabia Kaden? — Sorri fraco mas sem nenhum pingo de graça. — Acabou de apontar todos os meus defeitos mas não enxerga os seus. Se você fosse tão fodão estaria por aí viajando e não sendo o fodido que sai por aí transando com qualquer mulher que desperta a porra do seu interesse. — O encarei. — Você mesmo disse que não quer me levar embora e eu não preciso de você pra nada, então me deixe ir pra casa sozinha. Afinal, eu não posso voltar agora... Se meu pai me ver entrando vai me matar com certeza.

Ajeito minha bolsa e lhe dou as costas mas o vejo ir em direção ao estacionamento, começando a esquentar o motor de sua moto. Santo Deus! Me leve pro céu agora. Prefiro ir para o céu do que ir embora com Kaden.

— Vamos, suba — diz autoritário ao parar com a moto ao meu lado.

— Se eu subir, meu vestido vai fazer a mesma coisa. — Suspiro. — Me empresta sua jaqueta. — O vejo olhar para frente, não hesitando em me ignorar pelos mirantes e retira sua jaqueta.

Assim que a pego passo em volta da minha cintura e fico pensando em uma forma de subir sem encostá-lo; tento dar um impulso maior mas não consigo e acabo fracassando, simplesmente desisti e apoio a ponta dos meus dedos em seu ombro, subindo na moto. Prendo minhas pernas e deixo meu corpo duro, pronto para uma arrancada inesperada. — Por que não foi ainda? —
Na mesma hora ele dá partida na moto e santo Deus! Ele consegue ser pior que meu próprio irmão.

A única pessoa que eu já andei de moto na minha vida todinha foi com Apollo, então me considero acostumada com a forma de pilotar; até porque eu me sentia segura com ele por justamente ser meu irmão. Kaden acelera cada vez mais e junto, consigo sentir um frio na barriga; meu estômago se revira e então levo minhas mãos às minhas coxas, fincando minhas unhas nelas.

Não sei o que estou sentindo... É uma mistura... uma sensação até que legal... Mas parando para pensar, se ele passar por cima de uma pedra nós dois voamos e vamos de encontro com Deus.

— Vamos para a praia, por favor... Não posso ir pra casa agora. — Vejo sua cabeça balançar em concordância.

Chegando, desci imediatamente tirando o capacete e o entregando. — Obrigada — digo me afastando, indo em direção ao bar e quando vou abrir a boca para pedir algo, Kaden o faz por mim:
— Duas águas de coco, por favor. — A mulher atrás do balcão somente movimenta a cabeça assentindo, sem deixar de olhar para Kaden maliciosamente.
Ela até que é bonitinha, tem cabelos ruivos e olhos escuros juntamente com uma pele dourada, além do seu corpo esbelto e uma bunda extremamente arrebitada; já seus seios não eram tão grandes.
— Por que não pediu um refrigerante? Eu não queria água de coco. — Vejo seu olhar cair sobre mim; ele estava com semblante sério.
— Porque eu tenho alergia — diz apoiando seus braços expostos sobre a bancada em nossa frente.

— E você tem alergia ao que mais? — eu realmente perguntei sem dar muita importância... Mas puta que pariu! Alergia a refrigerante...
— A pimenta.
Somente o olho e volto a encarar a atendente enquanto trazia nosso pedido. — Você paga. — Pego meu coco e saio em direção ao chão repleto de areia.
Tiro minhas botas segurando-as e desamarro a jaqueta da minha cintura, colocando-a em um dos meus ombros. Desço meu olhar do horizonte para os meus pés prestes a tocarem na água gélida.
Chego bem pertinho da divisão entre areia e água até uma onda pequena se quebrar nos meus pés. A água está gelada, muito gelada; me perdendo em meio aos pensamentos sinto uma sensação de...