cap 42 -

337 33 4
                                    


KADEN COLLINS.


No fundo da minha mente, uma chama ardente consome cada pensamento meu. Eu não consigo escapar dela, nem mesmo quando fecho os olhos e tento me concentrar em algo diferente. Tudo o que vejo, tudo o que sinto, é o desejo fervente de tirá-la daqui. Ivy, minha doce Ivy, merece mais do que este lugar sombrio que a engoliu.

Cada vez que olho para ela, vejo a determinação nos seus olhos, mas também vejo a dor que ela tenta esconder. Quero leva-lá para onde possa se curar das feridas que ainda sangram em sua alma.

Estou furioso. Furioso com aqueles que ousaram machucá-la, furioso com o mundo que permitiu que isso acontecesse. Mas, acima de tudo, estou determinado. Determinado a fazer qualquer coisa para garantir que ela tenha a chance de se vingar, de enfrentar aqueles que lhe causaram tanto sofrimento.

Meus punhos estão cerrados, minhas mandíbulas apertadas. Eu não descansarei até tê-la em meus braços, até vê-la segura, até que ela possa olhar nos olhos daqueles que a feriram e mostrar a eles o verdadeiro significado de força e coragem.

Um pequeno grunhido me desperta e olho para a mesma.

— Não consigo dormir, quando fecho os olhos tudo...tudo volta Kaden.— Ela se senta passando as mãos sobre o rosto.

Me levanto do assento e caminho em sua direção parando em frente a sua cama.

— Você sabe muito bem que nos dois não cabemos nessa cama, né?!.— Ela diz ironizando. É obvio que iriamos ficar apertados.

— Fodasse, quero estar perto de você, você precisa de mim.— O tom sarcástico fugiu tentando dar uma descontraída.

— Eu não preciso de você.— A mesma arqueia a sobrancelha.

— Sim, você precisa de mim.—

O quarto estava envolto em uma penumbra suave, os únicos sons sendo a respiração calma de Ivy e o leve ruído da noite lá fora. Com cuidado, deslizei para dentro da cama ao lado dela, nossos corpos grudados um ao outro.

Meus olhos percorreram seu rosto suavemente iluminado pela luz fraca que entrava pela janela. Ela parecia tão vulnerável, tão frágil, e isso despertava um instinto protetor dentro de mim que eu mal conseguia controlar. Minha mão moveu-se quase automaticamente para escovar uma mecha de cabelo de seu rosto, afastando-a delicadamente.

Não havia palavras entre nós, apenas uma conexão silenciosa que transcendia qualquer explicação. Eu sentia como se o mundo exterior tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois no universo. E ali, naquela cama, eu me sentia completo, como se finalmente tivesse encontrado meu lugar.

Mas, apesar da intimidade do momento, havia uma aura de mistério e intensidade pairando sobre nós. Eu não era apenas alguém deitado ao lado dela; eu era seu guardião, seu protetor, determinado a mantê-la segura a qualquer custo. E enquanto meu corpo ansiava por proximidade, minha mente estava alerta, pronta para qualquer ameaça que pudesse se aproximar.

— A um tempo atrás eu disse pra você que — Fiz uma pausa — Você é minha, você pertence a mim, de corpo e alma. E de um tempo pra cá você só me fez acreditar que todas essas palavras bobas eram verdade.—

— O que quer com isso Kaden?.— O olhar curioso sobre mim.

Quero você pra mim, mesmo que eu não posso te-lá. Eu quero que prometa que você é minha. A sua alma está marcada, marcada por mim. Você pertence a mim Ivy. Eu quero que diga, que independente de qualquer coisa, você sempre será minha.— As palavras fogem total do meu controle.

Eu pertenço a você Kaden. Independente de qualquer coisa, eu sempre serei sua, se você sempre for meu.— Entrelaço minhas mãos sobre a sua cintura trazendo o seu corpo mais pra perto. Não a respondo. Apenas me afogo em seu pescoço deixando o sono me levar por completo.

IVY BENNET.

Às vezes, me sinto como uma folha ao vento, sendo levada pela enxurrada das palavras de Kaden. Cada frase que ele pronuncia é como uma rajada de vento forte, que me faz questionar tudo o que eu pensei que sabia sobre nós. Eu me agarro à esperança de que suas palavras são apenas mal-entendidos, mas no fundo, um medo insidioso começa a crescer dentro de mim.

É como se estivéssemos dançando em um campo minado emocional, cada passo incerto nos levando mais perto do abismo da incompreensão. Eu quero desesperadamente entender o que está acontecendo na mente dele, o que o leva a dizer essas coisas que cortam tão fundo em meu coração, eu respondi sem receio algum a sua pergunta, mas por que ele fingiu que nem ouviu a minha pergunta, por que eu tinha que pertencer a ele e ele não precisa pertencer a mim. Mas quanto mais eu tento decifrar seus enigmas, mais confusa e insegura me sinto.

E ainda assim, mesmo com todo esse tumulto emocional, há uma parte de mim que anseia pela presença reconfortante de Kaden. Eu o quero ao meu lado, como um farol de luz em meio à escuridão da incerteza. Mas como posso seguir em frente quando sinto que estou pisando em ovos, com medo de que a próxima palavra que ele diga possa quebrar o que resta de nossa frágil conexão?

É uma luta constante entre o desejo de estar perto dele e o medo do desconhecido. Cada vez que ele fala, meu coração se aperta com a expectativa do que virá a seguir. Eu me pergunto se algum dia seremos capazes de encontrar o caminho de volta um para o outro, ou se estamos destinados a vagar perdidos em um mar de palavras não ditas e emoções não compreendidas.

Passo minhas mãos pelos cabelos de Kaden, admirando cada fio macio entre meus dedos. Ele é verdadeiramente deslumbrante, com seus olhos penetrantes e sorriso cativante que sempre me fazem perder o fôlego. É difícil não me encantar por ele, especialmente quando seu charme é tão irresistível.

— Você é incrivelmente bonito.— murmuro apenas pra mim, incapaz de conter meu elogio. — Sua beleza é como um raio de sol em um dia nublado.— Desgraçado.

— E ainda assim — começo, minha voz mais hesitante agora, — às vezes você pode ser tão possessivo, tão prepotente... insuportável.—

Mesmo enquanto falo sobre seus defeitos, não consigo deixar de admirar sua beleza. É um conflito interno, uma batalha entre o desejo de me perder em sua presença e a necessidade de reconhecer as falhas que ameaçam nosso relacionamento.

Enquanto falo, percebo que Kaden está profundamente adormecido. Seu rosto sereno e tranquilo, iluminado pela luz suave da lua, o faz parecer um anjo descansando. Uma onda de ternura me invade enquanto o observo, perdida na calma de sua respiração ritmada.

— Você parece um anjo dormindo — sussurro, deixando escapar um sorriso suave. — Tão pacífico, tão sereno...—

Mas então, como se estivesse ciente de meus pensamentos, uma lembrança das discussões acaloradas e dos momentos de raiva se infiltra em minha mente. Ele pode parecer um anjo adormecido agora, mas é como se houvesse um capeta acordado dentro dele quando as paixões se inflamam e os argumentos começam.

Suspiro profundamente, deixando meus dedos traçarem suavemente o contorno de seu rosto. Mesmo enquanto admiro sua beleza adormecida, não posso ignorar as dificuldades que enfrentamos quando ele está desperto. É um dilema constante, essa dualidade entre a tranquilidade do sono e a tempestade de suas emoções acordadas.

Agarro o corpo do mesmo e sinto as suas mãos me apertarem com força. Ele estava dormindo, mas estava em alerta a todo momento. Relaxo meu corpo e não demora muito para que eu pegue no sono.

the labyrinth of IllusionWhere stories live. Discover now