Prólogo

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Alabama, Montgomery, 24 de Abril de 2015 – 17h30min

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Alabama, Montgomery, 24 de Abril de 2015 – 17h30min

Justin Bieber

Mais uma tarde desperdiçada num culto das 17h30min. Eu podia estar curtindo com os meus amigos, bebendo e curtindo a noite, como sempre fazemos, mas minha mãe sempre faz questão de me arrastar para a igreja quando planejo fazer algo. Já fazem exatos trinta minutos que estou sentado nesse banco, ouvindo o reverendo dizer mais uma prece e acenar com a cabeça para que o coral começasse a cantar mais uma de suas canções sonolentas. O grupo estava sentado em seu devido lugar, usando as típicas becas brancas com um símbolo para representar nossa religião, sendo o evangelho. Eu queria seguir a religião do meu pai, que é a católica, uma religião que não exige tanto de você, mas como moro com a minha mãe, ela exige que eu siga suas regras e os seus passos. E para ser sincero, não ligo tanto para essa baboseira, apenas acredito em Deus e já era. Acho desnecessário tudo isso. Quem se importa com o que está escrito na bíblia, afinal? São apenas palavras, ninguém pode comprovar que sejam verdadeiras.

Suspirei pesado, permanecendo de braços cruzados e entediado, sentado de qualquer jeito, praticamente esparramado pelo banco.

— Sente-se de maneira adequada, querido. Você está na casa de Deus e não em um bar. — repreendeu minha mãe.

— Eu realmente poderia estar no bar agora com os meus amigos. A casa de Deus poderia esperar por mais um dia. —retruquei.

—Modos! — lançou um olhar de repreensão mais uma vez. Bufei irritado e endireitei minha postura.

Todos acompanharam o ato de se levantar do coral, com as pastas em mãos, preparando-se para a próxima canção. O coral é constituído apenas por mulheres, e para ser sincero, não são as mais bonitas do mundo, muito menos chamam atenção, e mesmo que dissessem isso a elas, sempre diziam: "Estou aqui para adorar a Deus e mostrar minha gratidão a ele, não preciso me enquadrar a um padrão de beleza para agradá-lo", já até tinha perdido as contas de quantas vezes tinha escutado aquilo. Mas, entre as mulheres mais velhas, havia Maya Bennett Caster, a filha do reverendo. Ela não é a garota de dezessete anos mais bonita do mundo comparada as outras garotas do nosso ano que são lindas e gostosas, mas até que é bonitinha e tem um diferencial, ela carrega com si uma gentileza absurda jamais vista, conseguindo encantar a todos com o seu jeito meigo, sem contar que é a primeira da classe, bem dedicada e focada. Ela é bastante religiosa, por onde anda sempre menciona Deus em tudo o que faz ou diz. Não que eu tenha algo contra pessoas religiosas, até chego admirar algumas vezes, entretanto, chega uma hora que cansa e não tenho saco para aguentar.

Um dos maiores talentos de Maya é cantar, além disso, tem um talento nato para tocar piano, é fácil reconhecer quando se passa diversas vezes em frente a sua casa e a escuta tocando. Todas as mulheres do coral podiam estar preparadas há anos e ter ensaiado durante horas, mas nenhuma superava Maya. Ela se destacava por ter uma belíssima voz, tomava conta do refrão que continha notas mais altas e até mesmo notas mais suaves. As consequências eram boas, as pessoas sempre se emocionavam ao vê-la soltando a voz para adorar o seu tão amado Deus, batiam palmas no ritmo da canção e aplaudiam incansavelmente no final. E mesmo não querendo ou percebendo, acabava por ser bem conhecida como a talentosa garota raios de luz. O por que disso? Ela espalha amor e alegria por onde passa, já até ouvi dizer que ela ilumina a vida dos outros.

A Filha do ReverendoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora