Capítulo 2

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— Bom dia, amor! — disse Vincent após beijar docemente os lábios de sua namorada Donna, que ao contato com sua boca, despertou e retribuiu com um longo beijo.

— Bom dia, meu amor! — respondeu com um sorriso feliz para o namorado.

— Trouxe seu café — disse Vincent apontando para a bandeja ao lado da cama, no criado-mudo.

— Ai, meu Deus, que lindo! — disse esticando os braços para que lhe desse a bandeja, que ele pôs delicadamente em seu colo, por cima dos lençóis brancos com que ela estava coberta.

Embora a bandeja não fosse muito grande, continha uma variedade de alimentos que Donna apreciava muito, como panquecas com calda de morango e pasta de amendoim, ovos mexidos, bacon grelhado, cereais, salada de frutas e um copo grande de suco de laranja. Tudo preparado por ele.

— Eu amo dormir aqui, sabia? Você me mima toda vez que venho. Quando não são flores, são doces! E agora, esse café da manhã na cama... que delícia, amor! — Donna falou encantada, com seus belos olhos azuis brilhando de tanta alegria.

— Faço isso para que você venha dormir sempre aqui comigo. — Sorriu.

— Desse jeito, eu vou é mudar para cá!

— Quando quiser — respondeu Vincent acariciando os seus cabelos longos e louros.

Os dois riram. Embora já namorassem há quatro anos, brincadeiras à parte, não falavam seriamente em dar um passo maior no relacionamento, que aliás começou com um nada discreto empurrão de uma amiga em comum do casal, Adelle Potts Mercer, que os apresentou já garantindo que formavam um casal perfeito. Os argumentos que apresentou foram tão bons quanto o que se podia esperar de uma advogada talentosa como ela era.

— Por que está comendo dessa forma? — perguntou o namorado, ao vê-la devorar as panquecas tão rapidamente.

— Preciso entrar mais cedo no colégio hoje, fiquei de passar na sala da diretora antes das aulas.

— Por que não me disse isso ontem, eu te acordava mais cedo.

— Não lembrei. Estava tão ansiosa para te ver, que esqueci de tudo — disse entre risos, ao que ele respondeu com um selinho.

— Vou entrar mais tarde hoje, às dez horas vou precisar buscar o resultado daquela pesquisa que te falei.

— Sobre o teste do medicamento para não sei o quê!? — perguntou sem dar muita atenção.

— É, esse — ele respondeu rindo. — De qualquer forma, volto cedo para casa, então, se quiser vir para cá depois das aulas, vou adorar!

— Tentador... e invejável!

— O quê?

— Você tem três horas ainda para ficar em casa e eu... uns vinte minutos?

— Dezesseis, na verdade.

Donna afastou a bandeja, levantou-se rapidamente soltando os lençóis que a cobria, deixando à mostra o seu corpo nu, ao que Vincent a puxou de volta para cama, se colocando por cima.

— Vai chegar atrasada! — declarou sorrindo.

Apesar da correria do dia-a-dia, Vincent e Donna se viam com frequência, quando não podiam se encontrar para um almoço ou um jantar, ela ia dormir em sua casa.

Ele, no entanto, nunca dormiu no seu apartamento, o que a incomodava no começo, mas aos poucos ela foi aceitando que, tendo ele crescido em uma casa imensa, não se sentia confortável em um apartamento tão minúsculo como o dela.

O Ceifador de Anjos: A Coleção de FetosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora