Parte 3 - Tell me you won't give up

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As semanas se passaram arrastadas desde que Stan havia descoberto sobre a doença de Mona, ela agora raramente aparecia nas aulas e o que mais irritava Collins era o fato de que aparentemente ninguém dava a mínima para o que estava acontecendo com a amiga. Stanley estava absurdamente preocupado com o que poderia acontecer com Mona, já que a cada dia que se passava ela parecia ficar cada vez mais frágil.

Stan estava voltando para sua casa, normalmente ele costumava dar uma passada na casa de Ramona para ter certeza de que ela estava bem, mas naquele dia ele havia decidido ir primeiro para sua casa para poder deixar seu material e depois ir visitar Mona.

Estava prestes a sair de casa quando seu celular tocou e seu coração quase parou de bater por um segundo inteiro quando viu no visor o número da mãe de Mona.

— Senhora Tyler? — Stan murmurou com a voz fraca, já esperando o pior.

— Stan? Como está, querido?

— Preocupado e assustado com sua ligação, senhora. — Ele disse um tanto acanhado, tentando recuperar o fôlego.

— Desculpe... Eu só queria avisar que Mona teve uma recaída e está no hospital agora...

No hospital... Havia quase cinco meses e apesar de Ramona parecer estar frágil e tudo mais, não parecia que as coisas estavam tão sérias. Ela não havia sido internada todo aquele tempo, será que...

— Vai ficar tudo bem, senhora Tyler? — Ele perguntou com medo da resposta.

— Fazia algum tempo que ela não passava por um momento difícil assim... — A mulher fez uma pausa. — Mas espero que tudo fique bem.

Stan sentiu que a voz da mãe de Mona havia tremido um pouco, o que não lhe passava conforto algum.

— Será que eu posso ir visitá-la?

— Claro, querido. Ela vai adorar te ver.

A senhora Tyler passou o endereço do hospital onde Ramona estava, e depois de tomar um bom banho para esfriar a cabeça e acalmar o coração, Stan chamou um táxi e partiu.

Quando chegou ao hospital sua reação foi quase idêntica à primeira vez que havia visto sua amiga mal. Ela estava ainda mais magra do que antes e sua aparência era ainda mais frágil do que ele se recordava.

— Vou deixar os dois sozinhos para poderem conversar melhor.

A senhora Tyler se levantou de seu lugar ao lado da cama de Ramona e passou por Stanley com um sorriso triste.

Ele se aproximou com certo receio e sentou-se em seu lugar.

— E então...?

— Fazia algum tempo que isso não me acontecia... — Mona murmurou com a voz fraca.

— Mas vai ficar tudo bem, não vai? — Stan perguntou num tom quase apavorado.

Ramona deu um risinho baixo e junto com ele uma pequena tosse.

— Eu realmente não sei dessa vez...

A garota soou quase que completamente sem esperanças e aquilo magoou Stan de uma forma que ele nunca imaginaria.

— Ramona Tyler, você não pode desistir!

Mona o encarou com ar de graça, mas esperou.

— Você não vai desistir. Eu estou aqui por você, seus pais estão aqui! Não se atreva a desistir. — Ele bradou sentindo a raiva pelo mundo injusto transbordando em seu peito.

— Eu prometo que vou tentar. — Ela sorriu fraco. — Não trouxe lição hoje? — Perguntou mudando de assunto.

Stan levantou e apalpou os bolsos de sua calça e do bolso traseiro retirou um papel dobrado, entregando-o para Ramona.

— O que é isso?

— Leia. — Ele deu de ombros.

Mona riu e desdobrou o papel para lê-lo.

Eu quero que você saiba
Que se você cair, tropeçar
Eu te levantarei do chão
Se você perder fé em você
Eu te darei força pra sair dessa
Me fale que você não vai desistir
Porque eu estarei esperando
Se você cair, você sabe
Eu estarei lá por você

Quando Mona terminou de ler o que estava escrito, seu nariz estava avermelhado por conta de estar segurando as lágrimas.

— O que é isso? — Conseguiu perguntar sem que a voz tremesse.

— Você disse que um dia quer me ouvir cantar, então estou trabalhando nisso. — Ele respondeu sorrindo, mas para sua surpresa, Mona estava chorando. — O que foi? Fiz algo errado?

Ela balançou a cabeça enquanto limpava as lágrimas teimosas.

— Você sabe que é o primeiro amigo que tenho desde que descobri estar doente? — Ela murmurou fungando. — Obrigada por isso. — Disse segurando a folha com os versos de uma futura canção. — Quero ouvi-la quando estiver pronta. — Sorriu ainda com algumas lágrimas nos olhos.

— Então prometa que não vai desistir, Mona.

— Eu prometo tentar resistir ao máximo, Stan.

Os dois se abraçaram e Stanley quase chorou ao sentir a fragilidade do corpo todo da garota que fora a primeira a lhe dar um sorriso amigável num lugar infernal.

Após sair da visita, Stan passou pelo balcão de informações. Ele queria saber se poderia ser um doador de medula para sua amiga Ramona.

Cante Até Eu Dormir ✔️Where stories live. Discover now