DESTINO

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— É aqui que tem um doutor? — Juliette pergunta assim que abro a porta

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— É aqui que tem um doutor? — Juliette pergunta assim que abro a porta.

Ao lado de Pierre, ela traz um sorriso e uma garrafa de vinho, enquanto o marido carrega uma travessa de vidro que, pelo cheiro, sei que é macaroni au four. Não tenho tempo de responder porque, toda saltitante, minha prima me abraça e me parabeniza ao mesmo tempo, dizendo como está orgulhosa de mim.

Há pouco mais de uma semana, defendi minha tese e fui aprovado pela banca. É claro que minha prima não deixaria passar um feito desses sem uma pequena comemoração, embora eu tenha dispensado. Mas aqui está ela, depois desses dias todos porque só hoje, sábado à noite, é que todo mundo (e por todo mundo se entende eu, minha mãe, ela e o marido) podia se encontrar no mesmo horário.

Julie se afasta, a mão desocupada no meu ombro, um sorriso enorme estampando seu rosto bonito.

— Para com isso — digo, finalmente. Não gosto dessa bajulação toda porque me deixa sem graça.

Minha prima revira os olhos.

— Escuta aqui — diz, batendo o pé e me apontando o indicador. Por cima do seu ombro, vejo Pierre segurar uma risada. — Vi você se desdobrar para pagar uma faculdade, depois para conciliar o seu trabalho com os estudos. Aí inventou de defender um mestrado e, com todo seu suor e depois de mal terminar a graduação, conseguiu uma bolsa para isso. Mais uma vez, você se virou para estudar e trabalhar. Aí enfiou na cabeça que queria ser doutor. Conseguiu e teve que se privar de um monte de coisas. Eu vou comemorar que sua tese foi aprovada pela banca, sim. E você que não me impeça!

Rio, balançando a cabeça de um lado a outro. Com um passo à frente, tomo-a em um abraço de novo, deixando um beijo no seu rosto.

Merci, Julie.

Ela sorri outra vez, passando por mim e dizendo que vai arrumar a mesa para comermos enquanto minha mãe não chega. Pierre finalmente pode vir me cumprimentar e me parabenizar.

— Cadê o Valentin? — pergunto quando Juliette volta com três taças de vinho e um saca-rolhas.

— Hoje é a noite dos adultos — ela responde, abrindo a garrafa de vinho e servindo três doses. — Ele ficou com o avô.

Faço uma careta porque queria mesmo ver aquele molequinho. Julie me estica uma taça e entrega outra a Pierre, que apoia o refratário sobre o balcão em que nos reunimos em torno depois que Julie põe a louça do jantar na mesa. Conversamos por um minuto até minha mãe chegar trazendo um tarte tatin para a sobremesa.

Chéri. ­— Ela me abraça, com todo amor do mundo, e deixa um beijo no meu rosto. — Doutor. Que orgulho de você, Adrien — diz. O que não é a primeira vez nessa semana.

Retribuo o beijo no seu rosto e a faço terminar de entrar, encostando a porta.

— Tenho em que me inspirar — respondo, pegando a sobremesa da sua mão e colocando junto com o macaroni au four. Juliette pega outra taça de vinho e serve minha mãe, que cumprimenta Pierre e pergunta como está o bebê.

(RETIRADO) PROIBIDO E IRRESISTÍVEL (Amores em Paris | Vol. IV) -Where stories live. Discover now