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Uma sexta feira antes da sexta feira que mudou minha vida ou não.

Todas as vezes que saio de casa rumo ao monte para contemplar as estrelas, eu fico pensando: será que um dia terei companhia?.

Não é que eu não goste de ficar deitado sozinho na grama, só que as vezes me vêem esses questionamentos na minha cabeça.
Não pense que eu sou um cara solitário e sem amor, já tive namoradas mas não senti em compartilhar esse momento com elas.

Peguei meu telescópio que na verdade é do meu amigo Nathan, até hoje não entendo porque ele tem um telescópio se nem cursa astronomia, mas sim Fisioterapia. Já pedi de presente, fiz de tudo pra ele me dar esse telescópio, mas a peste do meu amigo não cedeu de jeito nenhum.

Desço as escadas, pego as chaves da porta e ao abrir ela, sinto algo diferente, como se fosse um pressentimento ou pode ser só gases mesmo. Enfim, saio de casa, tranco a porta e vou caminhando até o morro que tem perto de casa, uns 20 metros mais ou menos.

Cumprimento alguns conhecidos que passam por mim, passo em frente à uma casa azul e vejo que tem um caminhão de mudança em frente. Novos vizinhos que legal, já estava na hora daquela casa ter vida.

Continuo andando de forma calma e tranquila, até porque não estou com tanta pressa assim de chegar no morro, sai cedo de casa justamente por isso. Ouço uma música perto de mim e demoro a notar que é o meu celular tocando, eu nem lembro de ter colocado essa música como toque de chamada, mas já tenho uma idéia de quem foi o enxerimento de colocar, tiro do meu bolso e rolo o dedo na tela para atender, já sabendo quem é a pessoa que está me ligando.

- Qual o golpe? - sim atendi assim, pois vindo do meu amigo já sei que ele quer algo.

- Poxa Lee, não tem uma única vez que você possa atender minha ligação de forma civilizada ?.

- Nathan, eu te conheço. Toda vez que você me liga sempre é para pedir algo. Fala logo Hyung.

Nathan é 10 anos mais velho que eu.

E mesmo não gostando que eu chame ele desse jeito, não posso deixar minhas raízes de lado.

- Dessa vez é diferente, não quero nada seu, nada físico pelo menos.

- Ok. Fale aí que eu vejo se aceito ou não. - Lhe respondo.

- Bem. E que eu quero visitar uma amiga minha no hospital e vou precisar de uma ajuda na volta.

- Está bem. Eu vou com você, que dia quer ir lá? - Pergunto já torcendo para que não seja numa sexta feira.

- Quinta que vem. Prometi a ela que iria nesse dia lhe visitar, não entendi o porquê dela escolher esse dia mas concordei.

- Ok. Quinta você passa aqui pra irmos juntos. Até lá.

- Até. - Ele respondeu e desligou logo em seguida.

Suspiro resignado. Toda vez que Nathan ia visitar essa amiga, ele ficava destruído, nunca conheci ela é também nunca pedi pra ver. Esses momentos eram só deles.
Quando volto a olhar pra frente, nem notei que enquanto eu falava com meu amigo continuei caminhando na direção do morro até chegar no topo dele, tiro meu telescópio da capa, arrumo ele direito e antes de deitar na grama, coloco os fones de ouvido e coloco a primeira Playlist que vejo no aleatório, a música que toca se encaixa perfeitamente comigo.

Like a Star do BTS fala tão profundamente comigo que não canso de ouvir ela.

Quando meu celular desperta, eu me levanto e me posiciono com os olhos no telescópio e então que algo muda dentro de mim, quando uma estrela solitária pisca tão forte que meu coração acelera. Desnorteado e inquieto volto para casa.

 Desnorteado e inquieto volto para casa

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Entre Músicas & Constelações #1 Where stories live. Discover now