As Férias Esperadas

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O solavanco acorda Cecília do cochilo, ainda que nesse sono pudesse sentir o calor lhe voltando da Orleanês, preferia continuar com o  fechar dos olhos, queria guardar o deslumbre para sua casa, apesar de Sra

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O solavanco acorda Cecília do cochilo, ainda que nesse sono pudesse sentir o calor lhe voltando da Orleanês, preferia continuar com o fechar dos olhos, queria guardar o deslumbre para sua casa, apesar de Sra. Aimeé falar em várias de suas cartas que não mudou muito, nem envelheceu o suficiente para tirar aquela beleza de sempre. Ela própria tinha o mesmo costume de antes, pouco antes do amanhecer (disse que com a dor nas costas não ia tanto), ia perto da murada, ouvir e vê o céu como descrevia "desabrochar", lhe dava tanta saudade do tempo antes da gravidez de sua mãe, quando tudo era poesia e inocência.

O tempo é um vilão imortal, e o passado uma faca, ainda sente uma dor causticante, sufocando os pulmões, nauseando todo o corpo, o permitindo uma grande fraqueza, mas no internado a Irma Paulette lhe acompanhou da melhor maneira que pode.

Quebrando as regras da instituição, com a intimidade, mas conseguindo escapar do olhar da diretora Aloysius, apesar da primeira decisão que o seu pai tomou a fez ter tanta raiva por tee afastado ela de tudo que gostava para ir ao internado, de alguma maneira se adaptou, (não diria que gostou, a palavra certa é repúdio), mas não tem mais raiva do pai, até o compreende, após as muitas cartas falando do que sentia, até as poucas visitas.

O internado Santa Adelaide era na província Borbonês, um tanto longe para um homem tão ocupado como seu pai, apesar de não informar o que ocorria na fazenda, soube através das cartas do cocheiro, Maurice, confidenciando sobre a crise financeira que sozinho o seu senhor, lidava com desespero, sem precisar falar, Cecília sabia quão era arriscado de perder as terras e não queria isso, pois, perderia o vestígio da existência de sua amada esposa, Jeanne.

Foi um ano que amadureu definitivamente, a garota levada e divertida teve de ser substituída por alguém mais necessário devido às circunstâncias, não apenas um ego próprio falando, as irmãs como testemunhas atestaram a mudança, até a própria diretora, dizendo "sigam o exemplo dessa nobre menina, nunca vi antes alguém tão adequada". Nesse crescer veloz, decidiu não comentar nada atrás de informação, nem esperou que falassem, apenas Maurice descrevia cada coisa feita, cada decisão tomada, pouco respondia de volta com qualquer opinião, escrevia o suficiente para ele saber o quanto era agradecida.

Não ficava remoendo aquelas palavras, algumas queimou como também as cartas mais confessionais, a Sra. Aimeé falou sobre passarem alguns problemas financeiros por alto, nada do seu pai falar, quando foi visitá-la no outono, ele disse quase tudo, falou como se fosse um problema menor e frágil. Teve que respirar fundo para afinal anunciar algo e, essas próximas palavras seguintes a marcaram, por seu peso na simplicidade, por não saber os por menores vindo dele, estava sabendo secretamente através de alguém que nem é da família.

-Minha querida... Quero que saiba antes de qualquer coisa, que a amo mais do que se compreende, mais do que esses iluministas, escritores e estranhos tentam explicar como se pensa. Amar você... É uma dádiva dada por todos os anjos e, igualmente tinha um sentimental avassalador por minha... Jeanne, você viu tudo, cada declaração, nunca censuramos beijos, queríamos que você olhasse o afeto. - falava com a garganta falhando a voz. -Dito esse fato, o que direi em seguida, foi feito por meu direito como homem, todos esses anos de solidão me deixaram mais triste. Nesses últimos meses, conheci uma mulher carinhosa, Marquerite resnais, nos encontramos no momento mais adequado para nós dois e ficamos apaixonados, vamos nos casar, minha querida.

Seus olhos azuisWhere stories live. Discover now