Capítulo 80: Quadros Antigos

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Depois do Bruno ter me falado aquelas coisas, algo dentro de mim se acalmou

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Depois do Bruno ter me falado aquelas coisas, algo dentro de mim se acalmou. Não completamente, ainda sinto que estou muito machucada, mas a sensação de peso não era a mesma.

Sentamos no lençol e antes que eu pudesse perceber, meu marido deitou a cabeça em meu colo. Sem conseguir me segurar, coloquei a mão em seus cabelos e comecei a acaricia-lo.

- Se a noite é minha por que é você quem está ganhando carinho? - perguntei, ainda tocando ele.

Com os olhos fechados, Bruno respondeu de forma tranquila:

- Porque você é uma boa esposa e me ama.

O fato dele ter falado"esposa" já me ganhou, mas ignorei o frio que senti na barriga.

- A parte de ser boa eu concordo, mas se eu te amo já é outra questão. - falei, e sorri quando ele me olhou.

- Que mulher ingrata, olha tudo que eu fiz pra você. - falou, se referindo ao "piquenique" na cachoeira.

- Tá dizendo que fez isso esperando receber algo em troca? - questionei, fingindo estar chateada.

- Não, mas se quiser me dar, eu aceito. - respondeu.

Parei de tocar seu cabelo entendendo o duplo sentido da sua frase.

- Achei que estivesse tentando ser romântico. - exclamei.

- Eu realmente tentei, mas você não facilita muito as coisas. - falou, e sentou no lençol.

- Eu não facilito? É você quem fica fazendo piadas cheias de segundas intenções. - me defendi. - Estava agora mesmo falando que ia me morder.

- Inocência sua achar que isso foi uma piada. - disse, e olhou o céu quando o mesmo fez um barulho dando indícios de chuva. - Acho melhor a gente arrumar tudo antes que comece a chover.

Mesmo ficando decepcionada, assenti concordando.

A parte de dobrar o lençol e juntar as almofadas não foi difícil, o complicado mesmo foi tirar as luzinhas das árvores. Com tudo ajeitado, peguei a cesta e segui o Bruno até a trilha.

Voltamos para a estrada, e assim que colocamos as coisas no porta-malas, eu fui para a frente do carro.

O céu estava lindo e senti vontade de ficar um pouco mais ali só apreciando.

- Vamos entrar. - Bruno disse, quando começou a chover.

- Por que? Tem medo de água? - perguntei, gostando da sensação da chuva caindo no meu corpo.

- Não, mas não estamos perto de casa e você vai ficar com frio. - disse.

- Meu Deus, parece meu pai falando. - exclamei, sorrindo. - E isso não foi um elogio.

Sabendo que ele estava certo, eu acabei desistindo da ideia de tomar banho de chuva e entrei no carro. Assim que o Bruno também entrou no veículo, a chuva lá fora piorou como se tivesse caindo gelo do céu.

Para Sempre Te AmareiWhere stories live. Discover now