010

28.9K 1.9K 100
                                    

Vilão.

Continuei olhando pra ela que tava calada se tremendo.

Vilão: fala caralho.

Lauana: eu, me-me desculpa Diogo, foi tudo no impulso, minha cabeça não tava das melhores vo-você tinha acabado de ser preso.

Vilão: que porra você fez?

Me levantei vendo ela se encolhendo ainda mais.

Lauana: eu não fiz nada, foi um aborto espontâneo.

Falou rápido e eu já sabia quando ela tava mentindo.

Mais uma palavra chamou minha atenção, aborto, um filho? morto?

Vilão: era meu?

Falei bolado.

Lauana: você sabe muito bem como era nossa relação, claro que era teu.

Ignorei o início da resposta, porra eu ia ser pai, tomar no cu.

Vilão: aborto espontâneo?

Lauana: é, foi tudo muito rápido.

Voltou com a resposta rápida e a respiração dela foi voltando a acelerar.

Vilão: e porque minha mãe ficou assim com você?

Lauana: acharam uma cartela de drogas que promovem o aborto na mesa enquanto eu tava no hospital.

Demorou pra responder e a resposta dela saiu como se ela tivesse colocando uma palavra na frente da outra.

Vilão: você tomou alguma Lauana?

Falei puto.

Lauana: nã-não, claro que não.

Vilão: quem colocaria a porra de uma droga em cima da mesa?

Lauana: eu não sei Diogo, única pessoa que veio aqui naquele dia foi a Índia falando que você queria falar comigo.

Índia: e porque caralhos a Índia ia tar com essas porra.

Ela virou a cabeça pra trás.

Lauana: eu não sei.

Falou baixo e eu cheguei mais perto.

Vilão: é bom tu tar falando a verdade, não vou pegar leve como da última vez.

Ela concordou com receio e eu peguei a chave da minha moto em cima do painel

Vilão: ninguém entra, ninguém saí.

Mandei pros vapores e saí acelerando, fiquei buzinando na porta da Índia e nem sinal de vida.

Vilão: cadê tua prima?

Fiel: qual delas?

Deu risada e eu mandei o dedo.

Vilão: a Manuela né filho da puta.

Fiel: a, ta no bar do seu Zé com as mina.

Desliguei o radinho e fui na direção do boteco.

Já tava anoitecendo e as luzes ligaram deixando o Vidigal mais bonito do que já é.

Parei a moto lá na frente e desci sentindo o vento refrescante batendo no rosto.

Entrei no bar vendo os velho bebendo, alguns sambando perto do som e mais na frente a Índia, a Carol, a Rayssa e a outra lá que eu acho que é Liz.

Vilão: ae preciso falar contigo.

Bati no ombro da Índia que se virou pra mim sem expressão nenhuma, diferente da tal Liz que foi ficando toda nervosinha pro lado da Carol.

India: fala.

Vilão: coisa séria.

India: to de folga cara, já te falei.

Vilão: tem nada haver porra.

Ela murmurou.

Vilão: conhece alguma droga que promove o aborto?

India: sim?

Vilão: já tomou?

India: ta doido? nunca nem engravidei.

Vilão: já sabotou o copo de alguém?

Índia: tantas vezes, mais com essa parada aí não.

Começou rindo e terminou séria.

Parei pra pensar enquanto as outras meninas olhavam pra mim tentando entender.

Índia: porque em? nunca matei criança não, tu deveria saber disso.

E eu sei.

Vilão: to ligado.

Ela pareceu pensar e olhou com negação pra mim.

Índia: Lauana né? o filho de vocês.

Abri a boca pra falar mais nem deu tempo.

Índia: sério Vilão? de novo desconfiando de mim por causa dela? não muda nunca né.

Terminou o gole da cerveja e olhou pra Carol.

Índia: amanhã a gente se vê.

Levantou e saiu sem nem olhar pra minha cara.

Carol: qual foi?

A Rayssa saiu puxando a outra e a Carol levantou me encarando.

Vilão: ela foi a única que foi lá em casa no dia.

Carol: talvez porque você mandou a tua ex ir chamar a atual porque queria uma visita íntima?

Vilão: e quem deixou a pilula na mesa?

Carol: A LAUANA PORRA, no mesmo dia que levaram ela pro hospital e falaram do aborto provocado

Vilão: ela falou que foi aborto espontâneo.

Carol: e você acreditou? continuando, o Fiel foi atrás do que causou e aí acharam as pilulas.

Ela suspirou e colocou o celular no bolso de trás do shorts.

Carol: e pra deixar claro, naquele dia a Índia nem entrou na casa ela esperou a Lauana trancar tudo enquanto a gente se resolvia da briga do baile no lado da moto.

Vilão: só faço merda, tomar no cu.

Carol: que bom que eu não precisei falar

---

Mente CriminosaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora