CAPÍTULO 3

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Substituta

Boa leitura!♡

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ABRI a porta e lá estava o Sr. Thomas, um homem de 50 anos. Ele não era alto, acreditava que tinha altura da Alice. Era moreno e possuía um bigode extremamente grande, cobrindo todo o lábio superior. Às vezes eu me distraía observando o seu grande bigode. Parecia ser desconfortável, porém Thomas não demonstrava isso, pelo contrário. Constantemente ele alinhava o bigode com as pontas dos dedos com orgulho.

— Sr. Liu. — Ao escutar a sua voz me despertei.
— Sr. Thomas.  — Pigarrei e troquei o peso do meu corpo de uma perna para outra.
— Esta é a Gabriela que lhe falei.
Olhei para a mulher que estava ao lado dele. Ela era uns vinte cinco centímetros mais baixa do que eu. Os traços de seu rosto eram delicados: nariz arrebitado, pele branca, maçã do rosto rosado, boca pequena com tom alaranjado, magra, de cabelos e olhos negros.
Voltei a olhar para o meu empresário sem reação. Não lembrava de nenhuma Gabriela.

—  A substituta da Sra. Alice.
— Sra. Lincoln. — o corrigir. Aprecio a formalidade. Intimidade era para quem merecia. Apesar do Sr. Thomas me chamar pelo primeiro nome, não queria que fizesse o mesmo com a minha esposa.  Com Arthur, aprendi que Alice sempre deverá estar em um muro reforçado para qualquer pessoa que trabalhe comigo.
— Claro, Liu. Me desculpe. A senhorita Gabriela é a moça para ficar como sua secretária, ela é adequada para vaga.

— Isso quem dirá sou eu— falei o deixando um pouco frustrado. Bom, nem a minha mãe teve o direito de escolher.

— Sim, sim, claro.
Observei Gabriela mais uma vez, que estava olhando fixamente para o meu rosto. Por quê?
Pare de olhar para mim e diga algo.
Pressionei os meus dentes um no outro irritado.

— Me desculpe. Sou Gabriela Almeida, muito prazer.
Estende ela a mão assim que o Sr. Thomas toca em seu ombro. Meu corpo se contraiu ao apertar a sua mão.
— Suas unhas estão pintadas de preto. — digo mais para mim mesmo, quando afasto o toque frio da sua mão na minha.
— Sim, gosta? — os dentes brancos dela mordiscou o lábio inferior.
— Não — fui sincero. Eu não tinha muita escolha neste quesito, mentir para mim nunca era opção. O silêncio desconfortável entre nós me sufocou e tive vontade de virar as costas para eles. Queria mandá-los  embora, mas também queria ser educado. Conflitos, conflitos e confrontos.
— A gente pode entrar, Liu?
Dei uns passos para trás em resposta à pergunta dele. Fechei a porta com relutância. A verdade era que não queria que a Gabriela entrasse.

— Você não falou que vinha com alguém. Não gostei.
Queria deixar claro para o meu empresário que a ideia de trazer esta mulher a minha casa sem ter avisado não foi agradável.

— Eu sei, eu sei.  — levantou as duas mãos perto do corpo.
— Fiz isso porque já não aguentava mais as suas recusas para conhecer ela.
— Recusei pois ainda não tinha falado com a minha esposa sobre a substituição.

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