amor de fim de noite :: vinte

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Assim que acordei, recobrei minha consciência e percebi que tava na varanda da casa, sozinha, de madrugada. Devia ser por volta das quatro da manhã.

Levantei e fui procurar Antony pela casa, encontrei ele mexendo nos dois carros que ficaram abertos no pátio da casa. Quando me aproximei, escutei ele falando no celular com alguém.

⸺ Ele tava bem, Emily! Por isso eu vim! ⸺ escutei ele dizer bravo enquanto falava com a irmã. ⸺ Não, eu tô arrumando as coisas e vou voltar... Por que sim! Ele é meu filho, porra! Ela eu resolvo depois... Tá dormindo! Tá bom? Tchau!

Assim que ele desligou o celular e saiu de dentro do carro, deu de cara comigo. Minha expressão foi de nojo assim que ele passou as mãos na cabeça e sentou no banco do motorista com as pernas pra fora.

⸺ Você ia fugir de novo, Antony? Ia sair de madrugada igual você tem costume? ⸺ falei irritada olhando pra ele.

⸺ Quê? Não! ⸺ ele falou rápido e levantou vindo na minha direção me puxando pela cintura. ⸺ Claro que não, gatinha! É só que, o Lorenzo tava doente quando eu vim e parece que ele piorou, daí a Rosi tá no hospital com ele e-

⸺ Espera, você veio pra cá com seu filho doente? ⸺ me soltei dos seus braços. ⸺ Você não tem vergonha, Antony?

⸺ Como assim, S/N? Eu tô aqui contigo é você queria que eu tivesse lá com eles?

⸺ A questão é que eu não quero que você me coloque como prioridade perante o seu filho, Antony! Ele é uma criança!

Quando falei isso ele voltou a sentar no banco do carro, suspirou pesado e passou as mãos no rosto enquanto bufava de novo.

⸺ A gente vai arrumar as coisas e voltar pro Rio. ⸺ falei saindo e ele me olhou assustado.

⸺ Quê? ⸺ voltei pra trás ainda olhando pra ele.

⸺ Antony, o Lorenzo tá precisando do pai. Não faz com ele o mesmo que você fez comigo.

Assim eu saí e voltei pra dentro da casa, entrei no quarto e comecei a arrumar as malas outra vez.

As minhas roupas já estavam prontas, mas a minha vontade era de tacar fogo na mala do Antony com ele dentro.

Eu entendo o esforço que ele fez pra ficar comigo, e não quero mais discutir isso com ele, mas querendo ou não, o Lorenzo existe. É responsabilidade dele! E ele não pode simplesmente achar que mesmo a gente estando juntos, ele vai esquecer do próprio filho e fingir que a gente vive num conto de fadas.

Antony | Pov 💭

⸺ Eu não acredito que você vai mesmo ficar a viagem toda emburrada comigo! ⸺ quebrei o silêncio de dentro do carro fazendo ela olhar pra mim.

⸺ Eu só não quero discutir com você, Antony. Ficando em silêncio, eu evito de falar besteira!

⸺ Para com isso, amor! Eu já pedi desculpas, e a gente tá voltando. Eu não ia te deixar lá e muito menos deixar o Lorenzo na mão. ⸺ respondi colocando a mão na coxa dela.

⸺ Tá bom, mas me deixa quietinha aqui. Não tô no clima ainda.

⸺ Mas tá braba comigo ainda? ⸺ perguntei e olhei ela de relance.

⸺ Não, mas posso ficar. ⸺ S/N respondeu rindo, então eu soube que ela tava melhor.

Durante o caminho ela só falava o básico, sentia que ela não tava mais irritada igual antes mas ainda sim tinha alguma coisa que incomodava aquela cabecinha.

Parei num posto quando tava quase chegando no Rio, ela desceu e atendeu uma ligação da Andreia contando que ela e o Edu tinham comprado uma casa em Copacabana. Agora a gente ia ter todo mundo mais perto e mais seguro.

𝐄𝐗𝐏𝐄𝐂𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 | ANTONY MATHEUS Where stories live. Discover now