Capítulo 4

1K 149 7
                                    

Carol

O caminho até a minha cabana foi silencioso entre nós dois, nenhuma palavra, olhar ou qualquer coisa do tipo, apenas ele andando na frente enquanto carregava as sacolas e eu mais atrás o seguindo como uma criança com medo de se perder. Depois de alguns minutos o seguindo percebo que estamos em um caminho diferente ao qual eu e Oliver viemos para a parte comercial. Olho ao redor não reconhecendo nada e começo a me apavorar.

- Esse não é o caminho certo! Digo ao homem que apenas olha por cima do ombro e volta seu olhar para o caminho novamente. Paro no meio do caminho e olho para os lados tentando achar uma maneira de fugir pois realmente estou com medo que esse homem possa fazer algo comigo, então começo a andar com cuidado para o meu lado direito e infelizmente acabo por pisar em um galho fazendo um barulho alto, o homem olha para mim e arquia uma sobrancelha e sorrir de lado como se estivesse me desafiando, então começo a correr para dentro da floresta tropeçando algumas vezes nas raízes coberta de neve, ouço seus passos pesados atrás de mim e olho para trás o vendo bem próximo, seus olhos estão diferente, estão selvagens e quase como se ele estivesse se divertindo com a perseguição, corro por alguns metros já sentindo minhas pernas exaustas, olho para trás novamente e não o vejo, paro respirando com dificuldade enquanto minhas pernas queimam pelo esforço físico, me assusto quando um rugido ressoa entre as árvores e vejo uma sombra escura passa entre elas e tento correr mas sou impedida quando braços me agarra fortemente.

-Te peguei! A voz rouca e ofegante sussurra em meu ouvido. Me viro para o grande homem e por conta do medo acabo por lhe acertar uma cotovelada o que o faz me soltar e volto a correr entre as árvores. Olho para trás novamente e tropeço em uma raiz escondida e acabo por cair no chão, sinto meu coração acelerado e aperto meus olhos quando um corpo pesado paira sobre o meu e uma respiração quente e pesada bate contra meu rosto.

-O que porra você estava pensado?. O homem fala alterado e abro meus olhos o vendo me olhar com raiva. - Por que diabos você correu para um lugar que não conhece?. Encaro seu rosto enquanto nossas respirações pesadas se misturam assim como nosso peito que se tocam a cada movimento de respiração que damos.

- Eu fiquei com medo, eu não conheço você e estávamos vindo em um caminho diferente! Digo baixo e ele suspira alto.

- Esse é um atalho, posso ver que estava cansada e demorariamos cerca de uma hora a mais se viessemos pelo o outro! Diz e se levanta me ajudando a levantar também. -Não faça mais coisas estúpidas, você poderia ter se machucado! Diz e segura minha mão  pude sentir o quão calejada sua palma era em minha pele, o que faz até sentindo já que o trabalho feito aqui é tudo manual, sinto um conforto grande com a quentura transmitida de sua mão para minha, mas logo me afasto.

Ajeito o casaco grosso sobre meus ombros e voltamos até onde ele deixou as sacolas que estavam jogadas no chão. Ele as pega com uma mão e com a outra segura a minha mão direita e me puxa para longe dali.

- Pode me soltar! Digo puxando meu braço e ele aperta ainda mais minha mão a sua.

- Não, não vou correr o risco de você sair correndo pela mata de novo e acabar trobando com um animal selvagem por aí! Diz enquanto continua a me segurar e bufo frustrada, ele me olha por cima do ombro arqueando uma sobrancelha, e vejo a cicatriz que parte os pêlos o deixando mais intimidador.

- Onde conseguiu sua cicatriz?. Ele volta a olhar para o caminho e me ajuda a atravessar um tronco caído ao qual serve como ponte na travessia de um pequeno igarapé, seguro firme sua mão com medo de cair na água que não parece nada convidativa.

-Uma briga! Diz e já posso ouvir o barulho de conversas indicando que já estamos próximo a área rural de Sitka, saímos da trilha e vejo poucas pessoas por ali, elas nos encara e posso ver que estão com um semblante divertido ao ver seu líder me segurando como se fosse uma criança arteira, uma das senhoras rir ao passamos por ela e sinto meu rosto esquentar pela cena inusitada.

-Pode me soltar estou ficando envergonhada! Digo baixo e logo seu calor se dissipa quando ele solta minha mão e as coloco no bolso da calça.

Suspiro aliviada ao ver minha cabana se aproximando e vejo que o homem começa a andar mais devagar a medida que nos aproximamos, e ao chegar na varanda da cabana acabo me assustando com o desenho estranho pintado na madeira da porta e embaixo do símbolo tinha o que parecia ser uma frase mais em letras que nunca tinha visto em minha vida até aquele momento.

Me aproximo devagar e com as mãos trêmulas toco na tintura que ainda está fresca,indicando que foi feito a pouco tempo e o trago até meu nariz sentindo um cheiro estranho. Olho para o homem em busca de resposta e a única coisa que vejo ali são as sacolas caídas no chão e nenhum sinal dele, desço os degraus da varanda e vou até às sacolas as juntando e olho ao redor em busca do líder e nada é como se ele nunca estivesse ali. Sinto um arrepio no corpo por conta do seu sumiço bizarro e entro as pressas em casa e fecho a porta depressa, minhas coisas pareciam intocada então tenho a certeza que quem quer que tenha desenhado aquele negócio ali fora não entrou dentro da casa e pude respirar mais aliviada. Pego um balde com água e um pedaço de pano para remover aquilo enquanto está fresco, saiu para fora e fecho a porta coloco o pano no balde o tirando ensopado e aproximo o pano para limpar o desenho de cor vermelha quando uma mão grande segura meu braço.

-O que pensa que está fazendo?. A voz áspera branda me deixando assustada.

FeralWhere stories live. Discover now