Capítulo 5

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Carol

Encaro Oliver que está com uma expressão nada feliz.

-Irei tirar essa pichação que fizeram em minha cabana! Digo e ele franze a testa e logo suspira.

- Isso não é pichação Carol isso é um símbolo de proteção que os moradores costumam a fazer nas casas em noites de Lua cheia! Diz aponta para a sua própria cabana onde tem um desses também a diferença é que a dele não tem as letras estranhas acompanhando o símbolo, antes de voltar minha atenção a Oliver a porta de sua cabana se abre e uma mulher bem bonita sai para fora e se aproxima da gente lentamente. -Essa é Elly minha companheira! Diz estendendo a mão para a mulher de cabelos curtos ao sorri para mim, estendo minha mão para ela que olha o gesto em confusão, mas mesmo assim a recebe apertando a minha levemente.

- Eu sou Carolina mas pode me chamar de Carol! Digo a ela que apenas afirma. E pra que precisamos dessa proteção?. Indago e vejo os dois ficarem tensos e se olharem rapidamente.

-Preste atenção Carolina! Oliver segura em meus ombros apertando levemente. -Hoje a noite irá acontecer algo ao qual não posso lhe dizer, mas quero que me prometa que não importa o que você escutar não irá abrir a porta até que o dia esteja claro aqui fora entendeu?. O encaro confusa.

- Por que? Questiono curiosa.

- Eu não posso revelar, mas o que lhe falei é para sua segurança e em momento algum remova isso durante uma semana! Aponta para o símbolo  que a essa altura já está com a coloração mais escura indicando que a tinta está seca.- Isso irá te proteger! Diz me soltando e se afasta.

-Proteger de quê?. Questiono estranhando toda aquela conversa.

-É melhor você esquecer sobre isso por agora e faça o que lhe recomendei que ficará tudo bem com você, caso precise de algo vá rapidamente até minha cabana e peça a Elly e por favor evite o máximo sair de casa principalmente se for sozinha e a noite entendeu?. Fala calmamente e apenas afirmo sem fazer mais perguntas, mesmo a curiosidade falando mais alto. Ele vai embora junto a Elly e olho para o símbolo estranho e apenas entro na cabana trancando a porta, mas a dúvida do por que precisar ser protegida não sai da minha mente. Passei o resto do dia trancada dentro da cabana e quando a noite chega tranco tudo e acendo o fogão a lenha colocando uma panela de água para esquentar e quando vejo que está borbulhando enquanto ferve a tiro do fogo e despejo a água quente dentro do balde grande com água e coloco a mão vendo que a água ficou na temperatura ideal para um banho, retiro minhas roupas as pendurando nos ganchos da porta do banheiro e jogo a primeira caneca com a água morna em meu corpo e suspiro em apreciação, ao terminar visto uma roupa de frio confortável e me deito na cama jogando as cobertas grossa por cima de minhas pernas e pego o livro que já estava quase no final e começo a ler. Aos poucos começo a sentir sono por conta do silêncio quase ensurdecedor no lado de fora e dentro da cabana, é como se não tivesse nada vivo lá fora. Termino de ler o capítulo do livro e coloco o marcador para não esquecer e o fecho colocando encima da cadeira ao lado da cama, me aconchego no colchão e ajeito a coberta quente em meu corpo e acabo adormecendo em questão de minutos.

Desperto assustada com barulhos de passos e estalos ao redor da cabana e vejo que ainda está tudo escuro, indicando que o dia ainda não raiou, sento-me no colchão com o coração acelerado quando barulhos de rosnados são emitidos do lado de fora. Levanto da cama e em meio a meia escuridão do local, ando até o pequeno armário e pego a faca que deixei dentro da gaveta segurando seu cabo de madeira com força. Ando devagar até a janela e afasto a cortina com cuidado e tento ver o que estava lá fora pelas brechas e não vejo nada lá fora, mas posso ouvir os rosnados ferozes e passos ao redor da cabana, fico quieta escutando tudo e percebo as madeiras do piso da varanda estalando com o peso e tenho certeza que o que quer que esteja lá fora é muito grande, em pontas de pés me aproximo da porta e encosto minha orelha na madeira e logo me assusto quando um golpe forte e desferido contra a madeira a fazendo estremecer. Corro para o banheiro e me escondo no pequeno cômodo arrastando o móvel de madeira que estava lá dentro o colocando em frente a porta e me encolho no canto do cômodo sentindo meu coração bater freneticamente em meu peito e meu corpo trêmulo, aperto a faça mais ainda escutando um baixo estalo da madeira já velha do cabo do objeto cortante, ouço o barulho de algo quebrando e temo que a criatura tenha entrado dentro da cabana, mas logo essa hipótese é esquecida quando ouço os passos pesados perto do banheiro e os rosnados se tornando mais intenso é como se a criatura do lado de fora estivesse sentindo meu cheiro, pois juro que posso escutar fungados bem próximo a parede. Arrasto o móvel se madeira tentando o máximo possível não fazer barulho e destranco a porta e olho ao redor vendo que a porta da frente ainda continua trancada com a estaca de madeira atravessada em frente à porta onde é bem segurada por  duas alças de metal.

Vou a janela novamente quando escuto os passos da coisa lá fora e olho pelas brechas e me apavora com o choro entalado em minha garganta quando vejo uma sombra grande de um homem passando em frente à ela, vou para o banheiro novamente e me tranco novamente lá dentro colocando o móvel em frente a porta e me sento entre ele e o canto da parede, tento controlar minha respiração, ouço alguns uivos ao longe como se fosse uma matilha de lobos e a criatura do lado de fora rosna aínda mais e logo seus passos pesados se afastam da cabana.

FeralWhere stories live. Discover now