Capítulo 01

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WAGNER BARUC

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WAGNER BARUC

Onde tudo se dará início...

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Wagner Baruc, um homem de trinta e nove anos, líder de assassinatos e membro de uma das maiores facções criminosas do Brasil — o Comando Vermelho — há dezenove anos fui detido.

Mesmo aqui, atrás das grades, me mantenho atualizado e comandando de longe a minha hierarquia, sobre os meus olhos, nada passa batido. As marcas dos meus assassinatos continuam gravadas na minha alma, com uma média de duas vidas tiradas a cada dois meses de intervalo; ainda pensam que quando finalmente deixar isso aqui, eu tenha mudado. O lance é que sairei daqui com uma mente e um temperamento ainda pior do que quando entrei.

Fui inicialmente detido em Bangu e, em dois anos quase fui transferido para a maior penitenciária federal de segurança máxima na região oeste do Paraná, em Catanduvas. Mas, na mesma semana um membro do PCC foi acusado de matar um dos personagens mais relevantes dentro da área policial — Caleb Boaz Dias — que foi assassinado em uma emboscada mortal, com seu corpo sendo jogado e abandonado no saguão do pátio do presídio, marcado como troféu pela facção. Com isso, tendo provas e tudo que o tinha como principal suspeito aqui dentro da cadeia, ele foi no meu lugar; e foi aí, que tudo se deu início aqui na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, localizada no Rio de Janeiro.

Os anos se passaram e eu não ficaria preso sem ao menos ter um motivo pelo qual me deixasse aqui, sem acionar minha quadrilha e fugir na primeira oportunidade.

Coço o queixo, movendo minha cabeça com precisão após desviar meus olhos à minha frente, para o meu lado, onde na parede verde-esbranquiçada pelo pó e bolores fixos a ela, está marcada com seu próprio sangue; 2007, C B Dias, 03:50.

Ano, nome e horário da morte. Aprendi a ser esperto, a vida te ensina que ou você age pra tá um passo à frente ou, assistirá de camarote outro num quadro melhor que o teu. Eu matei, eu sou o comandante e o próprio assassino do Caleb. Fui informado pela minha quadrilha lá fora que ele iniciou uma rebelião e invadiu minha área. Saiu de lá vivo, mesmo assim, não conseguiu o que queria.

Ele estava ligado, eu sempre deixei claro para qualquer um que minha doutrina é só uma.

Calado e preso aos pensamentos, a voz do meu parceiro de cela ecoa pela superfície penetrando minha cavidade auditiva.

Charles: Tá pensativo demais, meu gostoso, pensa muito não que sua cabeça de neurótico te leva longe demais. - cerro os dentes e devido ao que ele fala, eu o olho. - Amanhã tem visita, pô. Sua coroa vai aparecer aí.

Gestão InteligenteWhere stories live. Discover now