Chapter 478 Apenas metade da alma na fronteira do mundo real 1

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Arco final Capítulo 478 Apenas metade da alma na fronteira do mundo real 1

Trinta de maio

Montanhas de Anhui

Manhã em Jiang Nan

Em algum momento da madrugada, Jun Wu passou por uma breve madorna e quando despertou, ainda sentado em posição de meditação na cama com a espada em jade negro apoiada em sua perna, censurou-se de imediato... Seu olhar procurando por Huan Shui.

Aliviado por vê-lo ainda adormecido de lado, cobriu-lhe as costas, puxando com jeito a colcha.

Jun Wu suspirou, esfregando a mão no rosto para terminar de despertar e esticou um pouco as pernas que formigavam por ter ficado horas seguidas na mesma posição.

Deixando Fang Xin sobre seu lado da cama, o deus menor se levantou esticando os braços para se espreguiçar enquanto espiava a manhã pela janela.

Na verdade, Jun Wu olhou mais uma vez para trás, intrigado que Huan Shui tivesse dormido um estranho sono demasiado tranquilo... As noites não andavam sendo dessa forma há muitos dias.

De modo, que a sensação de alívio anterior, se dissipou por completo.

E o que era para ser algo bom, fez Jun Wu pensar que algo podia estar errado.

Talvez estivesse paranoico, não... Pensando bem, o Daozhang sabia que era de fato paranoico e de certo modo, tinha experiência o suficiente para confiar na própria intuição e percepção.

Jun Wu chegou a se aproximar da cama, cogitou fazer um desjejum primeiro, mas seu íntimo sentia-se inquieto, sem sossego algum.

Dando a volta pela cama, sentou-se na beira com suavidade e tocou o ombro de Huan Shui, chamando-o num tom baixo e grave:

— A-Shui... Acorde, sim?... Vamos fazer algo para comer juntos... A-Shui?...

Contudo, não houve o menor reflexo, nem mesmo uma rasa mudança em sua respiração, qualquer reles menção de despertar ainda que vagamente.

A mão de Jun Wu segurou em seu rosto, o sacudiu ligeiramente pelos ombros, chegando a mudar a posição dele na cama.

— A-Shui!... Não brinque assim comigo... Abra os olhos... A-Shui...

Não havia reação, Jun Wu sentiu uma ponta fria de desespero, encostando seu rosto próximo ao dele sentiu que o rapaz ainda respirava e havia calor em seu corpo, mas de resto... Huan Shui parecia um objeto inanimado.

Jun Wu estava a ponto de gritar, puxá-lo dos vincos macios da cama, fazê-lo acordar de um modo drástico!

Mas, ele ficou desestabilizado quando ouviu uma voz na matriz de comunicação do Reino Celeste.

Ainda sentado na beira da cama, com os olhos cravados em Huan Shui, Jun Wu tocou a têmpora, tentando se concentrar na voz:

— Meu Lorde... Pode falar agora? Meu senhor Jun Wu?

— Ling Wen... — A voz de Jun Wu saiu algo engasgada, ele apertou os olhos por um momento, tentando se recompor. — O que é? Algo urgente, eu presumo.

— Preciso comunicar, algo incomum aconteceu no litoral de Bei Ke, o Mestre responsável pelo clã de cultivadores local notificou ao Reino Celeste que houve uma atividade criminosa e anormal na gruta onde havia um demônio selado pelo antigo Imperador.

Claro que Jun Wu sabia do que tratava, se ele tinha sido o Imperador a selar Luan Dang naquela gruta há mais de duzentos anos.

— O demônio conseguiu quebrar o selo? O que houve de anormal?

— Não há mais demônio, mas não acham que o mesmo tenha fugido... Haviam restos, o Mestre da Baía de Bei Ke considera que Luan Dang foi devorado... Por outro demônio, possivelmente um Devastação.

A mão de Jun Wu apertou a roupa de cama como se fosse o pescoço de alguém, de uma certa Calamidade vestida de Branco.

— Ling Wen está considerando que seja Bai Wu Xiang?

— Eu tenho apenas os fatos, meu Lorde. Mas, considerando que as outras Calamidades seriam algozes improváveis... Eu diria que há grande chance de ser o próprio Branco sem Face.

E como duvidar? Não era uma estúpida coincidência um forte indício do ressurgimento de Bai Wu Xiang, era evidente que estava ligado diretamente ao fato de Huan Shui não acordar.

Jun Wu ainda tinha os dedos na têmpora ao olhar sombrio para seu marido.

— Eu gostaria de ir até Bei Ke, mas eu não posso. Ling Wen, posso lhe pedir um imenso favor?

— O que seria, meu Lorde?

— Peça para algum deus, não importa quem seja, para trazer o Mestre Sang Xing de Bei Ke até minha casa em Anhui, nas montanhas Huangshan... Vou lhe passar as coordenadas, o deus disponível pode entrar em contato comigo, se houver dúvida... Sei que moro num local de difícil acesso.

Ling Wen fez um breve silêncio de seu lado da matriz, sem antes fazer ideia que o antigo Imperador havia se restabelecido em Jiang Nan, quantos lugares distintos Jun Wu já tinha passado em alguns meses:

— Farei o possível, meu Lorde. A maioria dos deuses da Corte Superior estão em missões, há algo mais que precise?

— Ling Wen sabe o dia exato em que Luan Dang foi possivelmente devorado?

— Aparentemente... Ocorreu ontem, o distúrbio na região da gruta foi percebido rapidamente pelo líder da Seita Shisuan.

Após o relato confiável de Ling Wen, o deus da Literatura completou, antes que Jun Wu terminasse aquela conversa na matriz passando as coordenadas:

— Meu Lorde, algo errado com Shen Zishui? Reconheço a ponta de preocupação que está tentando ocultar em sua voz.

— É prematuro afirmar o que está de fato errado. — Jun Wu retrucou friamente, evasivo. — Espero que a vinda do Mestre Sang Xing me ilumine a este respeito.

No mais, o deus menor foi mais específico sobre sua localização e em seguida e comunicação na matriz cessou.

Todavia, a frieza que pairava na voz de Jun Wu, não era de todo verdadeira.

Seu olhar desalentado pairou em Huan Shui em sua inconsciência, a inércia em seu corpo remetia a uma sensação de abandono dolorosa.

Após lhe fazer um carinho na bochecha, o Daozhang puxou a colcha que o cobria, abraçando-lhe o corpo, trazendo-o para perto de si, o corpo do jovem deus como que parcialmente sentado.

Embora Jun Wu sentisse que era um modo inútil de proteção.

Com o quarto tornando-se cada vez mais claro pela luz daquele dia, o mundo tinha parado para Jun Wu, por mais que o tempo transcorresse cruel e inexorável.

Não poder alcançar nenhum dos sentidos de Huan Shui era pior do que o rapaz ficar perdido em alucinações.

Desse modo, ainda podia tentar trazê-lo de volta.

Contudo, sem voz, sem olhos, sem poder ouvir... Era como se ele estivesse perdido a ermo, tão distante... inalcançável.

Sem ter a menor noção de onde sua consciência andava, as mechas terracotas caíam por sua palma, passando por seus dedos com uma conotação frágil e tristonha, com seus lábios frios beijando-lhe a têmpora...

Sem ter a menor noção de onde sua consciência andava, as mechas terracotas caíam por sua palma, passando por seus dedos com uma conotação frágil e tristonha, com seus lábios frios beijando-lhe a têmpora

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Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 3Where stories live. Discover now