Cherry, uma jovem de 23 anos, enfrenta problemas de aceitação devido à sua habilidade incomum de produzir leite, o que a faz se sentir marginalizada e tratada com indiferença. Após mais de um ano sendo ignorada e maltratada por Thomas.
Seu chefe de...
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Cherry narrando
Recebo mais um buquê de flores e choro mais uma vez, já estou cansada desse ciclo humilhante
Eu me afastei porque não quero o que ele planeja, mas acho que estou sofrendo mais do que nunca com esse tempo
Não consigo comer, rir, estudar, eu só trabalho, limpo casa, choro e durmo, cheguei em um nível tão patético que lavei todas as roupas de cama para não sentir seu cheiro, e depois chorei sentindo falta
Meu telefone toca mais uma vez e seguro em minhas mãos até o último toque, eu sou uma desgraçada sadomasoquista que gosto de me torturar
Mas o que mais sinto raiva é que sou inteligente, sei que ele não vai mudar seu pensamento, não adianta insistir no erro
Batem na porta e corro para receber o entregador da floricultura, duas em um dia é o meu favorito, só aconteceu no domingo e eu me senti muito acolhida chorando com tulipas e rosas
Assim que abro a porta arregalo os olhos ao ver o próprio Queen em pessoa, ele me olha totalmente derrotada e vejo o quão ruim ele também está:
_por favor não me manda embora, já se passaram seis dias e eu não aguento mais
_escuta bem, eu vou te abraçar, eu vou te beijar e eu não quero que você me solte em momento algum, mas isso não tem nada haver com a nossa conversa séria tá?_ digo tudo de uma vez e ele sorri
Me aproximo o prendendo em meus braços e me desabando contra seu peito, respiro fundo sendo inundada por seu perfume que tanto senti falta, as lágrimas não se contêm saindo de uma só vez e meu coração traiçoeiro se acomoda com esse afeto
Ele se mexe nos colocando para dentro e fechando a porta, não abro meus olhos aproveitando cada sensação que consigo do seu corpo com o meu:
_eu senti tanto sua falta minha Cereja_ ele fala com a voz entre cortada e meu peito se parte
_eu também grudinho, mas eu não posso continuar com alguém que não respeita minhas decisões, que ignora o esforço que tive para conquistar minhas coisas
_vamos almoçar? Assim podemos conversar melhor_ ele oferece e finalmente levanto o olhar para seu rosto, ele está acabado igual eu
Com olheiras profundas, uma cara de choro, mas ele continua com o olhar em surto da última vez que o vi, contorno com meus dedos a profundidade de seus olhos e ele beija minha mão:
_eu não consegui dormir sem você
O abraço mais apertado mantendo o silêncio, sei que as palavras vão nos afastar, então prefiro que mantenhamos apenas o toque no momento
[...]
Percebo que o almoço é em uma casa enorme e saio do carro admirada, em uma segundo o grudinho está em meu lado com nossas mãos entrelaçadas e confesso que sinto alivio ao estar com ele
