— Não precisa fingir que eu sei que você ama minha companhia, Andrade! Eu vou contigo sim, e não é porque vou estar longe da delegacia que não vou estar trabalhando. Fico no apartamento e pesquiso algumas coisas de lá. — eu revirei os olhos e dei um tapa no braço de Simone, rindo, mas concordei e subi para arrumar as minhas coisas.
— Obrigada por cuidar dela, Simone! Você tem feito muito bem para ela nessas semanas, obrigada mesmo! — falou Sunisa, aproximando-se da delegada, enquanto Chico e Lucas levavam as coisas para o carro.
— Não precisa agradecer; eu me preocupo e desenvolvi um carinho muito grande por ela durante esse tempo. Não é nenhum esforço para mim.
— Eu sei. A conexão que vocês criaram é bonita. Fico feliz de ver minha melhor amiga ter mais uma pessoa em quem se apoiar. A Rebe demora para confiar nas pessoas, sempre foi muito fechada, e parece que você, em um dia, destruiu todas as barreiras dela. Eu sei que estou em dívida com ela; não estou conseguindo dar todo o apoio que deveria dar para ela neste momento. Mas estou com medo; quero pegar esse cara mais do que já quis pegar qualquer outro, é pessoal para mim por causa dela. Só que estou tão focada nisso, que acabei deixando o papel de melhor amiga de lado. Então, por isso, agradeço por você estar dando esse apoio para ela.
— Você não está em dívida com ela. Ela sabe que você está dando o máximo de si neste caso, e ela confia cegamente em você. E isso não é deixar o papel de melhor amiga de lado, Suni, pelo contrário, é exercer ele perfeitamente. Você está priorizando ela e fazendo tudo que está ao seu alcance para resolver isso. - Simone disse e Sunisa sorriu agradecendo pelas palavras. - Vai lá, que eles estão te esperando no carro. Qualquer coisa que descobrirem a mais, me conta! Vou estar pesquisando umas teorias loucas que estou criando na minha cabeça enquanto isso.
— Pode deixar, e qualquer coisa pode compartilhar comigo também. Cuida dela, Simone!
— Eu vou cuidar, pode deixar, Suni! — A agente confirmou e saiu da casa, indo ao encontro dos outros dois, que já estavam no carro esperando para irem para a delegacia.
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Eu tinha arrumado uma mala com algumas roupas e estava sentada há alguns minutos na minha cama encarando a foto dos meus pais, até que vi Simone aparecer na porta e logo em seguida sentar-se ao meu lado na cama.
— São seus pais?
— São...
— Você sente muita falta deles, né? — ela perguntou, e eu assenti.
— Tio Chico é maravilhoso, ele sempre foi um pai para mim, e eu o amo. Mas às vezes fico pensando como seria se eles ainda estivessem aqui, sabe? Eu queria que eles tivessem visto o que eu consegui alcançar.
— Eu tenho certeza de que, de onde estiverem, estão muito orgulhosos de você e de tudo que você conquistou — eu sorri com as palavras da delegada.
— Simone, se eu te perguntar uma coisa, você vai ser totalmente sincera comigo?
— Claro que sim.
— Você realmente acha que a gente vai conseguir resolver isso e que vai ficar tudo bem? Estamos há dias em cima disso e não avançamos nada.
— Eu não posso prometer isso. O que posso te prometer é que não vamos desistir, e que, independente do que aconteça, no final vai ficar tudo bem sim. Temos uns aos outros e vamos dar um jeito nisso. O fato de não termos avançado me preocupa também, mas eu sei que vamos achar o caminho para seguir e dar andamento nesta investigação, pode confiar em mim.
— Eu confio, por isso queria a sua sinceridade sobre isso. Eu amo trabalhar com isso. Desde que eu era criança, meu quarto era cheio de livros e recortes sobre serial killers. Já escrevi vários livros sobre, já participei de várias investigações, já estive cara a cara com mais de um desses psicopatas, entrevistei-os, e nunca tive medo. Mas, dessa vez... eu sinto medo, sim...
— Rebeca, nenhum de nós é super-heroi ou máquina para não sentir medo. Nós trabalhamos vendo o "mal" todo dia, e na maioria das vezes precisamos deixar de lado nossos sentimentos para não deixar as emoções nos atrapalharem. Você acha que eu nunca fraquejei? Antes de eu entrar na Delegacia de Homicídios, eu trabalhava com casos de violência contra a mulher. Uma vez, eu peguei um caso de uma menina que tinha recém completado 18 anos, e eu me enxerguei nela, eu via nela eu mesma com aquela idade. E eu quase não consegui terminar a investigação. Eu fraquejei e me abalei demais com aquele caso, e isso não me fez menos profissional ou menos capaz, só provou que eu sou humana. E é isso que você está sentindo; esse caso te envolve diretamente, é completamente normal sentir medo. Estranho seria se não sentisse.
— Obrigada, Simone. Parece que você sempre fala exatamente o que eu preciso ouvir, não sei como estaria vivendo tudo isso se não fosse você! — ela sorriu e me abraçou.
— Você não precisa imaginar; agora que eu te conheci, estarei sempre aqui, pode ter certeza!
— Digo o mesmo! Mone, você se importa de irmos logo para o apartamento do meu tio? Preciso tentar distrair a cabeça de alguma forma.
— Tenho uma proposta melhor que talvez você goste... — ela começou a falar, e eu olhei para ela curiosa. — O que acha de largarmos as tuas coisas no teu tio e depois irmos para o meu apartamento? Eu deixei uma menininha de cinco anos dormindo que está me cobrando diariamente que a "Bebeca" nunca foi contar historinha para ela, e te garanto que, quando ela te ver lá, vai te deixar tão maluca que você vai distrair a cabeça rapidinho. Falo por experiência própria, ela é o segredo para conseguirmos fugir um pouquinho da realidade. — Eu acho que devia estar com a maior cara de trouxa do mundo, porque o sorriso que eu abri ouvindo a "proposta" não devia nem estar cabendo no meu rosto.
— Não existe nada que eu queira mais do que isso, me sinto pronta e ansiosa para finalmente conhecer a mini Biles.
Eu peguei minhas coisas, e ela me guiou até a rua, onde seu carro estava estacionado bem em frente à minha casa, e de lá seguimos para o apartamento do meu tio, antes de irmos para a casa dela. Definitivamente acho que será melhor ficar um tempo "morando" com meu tio; não é um bom momento para ficar sozinha, e estar perto dele me deixaria mais tranquila.
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Dedico esse capítulo pra minha amiga gabs, eu nem ia voltar hoje para postar esse, mas postei logo para animar o dia dela <3
Eu sei que fui má na forma como acabei o capítulo 2, e por isso voltei rapidinho com a continuação, capítulo não muito grande, mas tá aí! Mas não se acostumem, viu? A inspiração tá fluindo bem e permitindo ter um capítulo por dia, mas uma hora vai dar uma empacada, então não será sempre assim kkkkkk
Tô amando muito que mesmo no comecinho da história já tem gente acompanhando e comentando, obrigada demais, espero muito que gostem!
Por favor sigam comentando e me contando se gostaram, e podem virrr interagir comigo no blue também, viu? @duplotwistcarpado lá também!
Beijinho, até a próxima att!

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Conexões Perigosas
Детективи / ТрилерHomicídios frequentes e de uma violência extrema assolam a cidade de São Paulo. O Departamento de Homicídios da Polícia Civil monta uma força tarefa para investigar e solucionar esses crimes, antes que uma crise seja estabelecida. A jornalista inves...
Capítulo 03 - A mais bela e delicada entre todas as outras
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