POV Rebeca
O clima no local estava tenso, mas eu tentava esconder. A equipe ao meu redor debatia os planos e estratégias para que tudo acontecesse como deveria acontecer. O evento, que originalmente era para ser um momento de celebração da minha carreira, agora tinha um propósito diferente: era uma armadilha.
Antes de tudo começar, Simone me levou a um canto mais isolado. O olhar dela, sempre atento, agora refletia uma preocupação silenciosa. Ela sabia como isso estava me afetando. Sabia que eu estava prestes a confrontar uma verdade aterradora: meu irmão estava vivo, e ele era o assassino. Eu queria fugir desse pensamento, mas não podia.
Simone me olhou nos olhos, com aquela suavidade que sempre me fazia sentir segura, e me perguntou como eu estava me sentindo. As palavras demoraram a sair, porque tudo dentro de mim estava se confundindo. O medo, a raiva, a tristeza, a culpa. Eu estava vivendo uma mentira por tanto tempo, e agora parecia que tudo desmoronava diante de mim. Meu irmão, a pessoa que eu nem sabia que existia, tinha sido capaz de matar tantas mulheres... Mulheres que, de certa forma, eram reflexos de mim.
Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos antes de falar. "Eu... estou assustada, Simone" Minha voz falhou por um momento, a tensão dentro de mim apertando o peito. "Mas concentrada, vamos acabar com isso hoje."
Simone me olhou com aquela expressão calma, mas firme. "Eu sei, amor. Eu sei que é difícil. Mas você não está sozinha, ok? Estamos aqui com você, sempre. E sim, vamos acabar com isso hoje."
Eu assenti, sentindo uma pontada de gratidão. Era como se as palavras dela fossem uma âncora que me mantinha firme, me lembrando de que não precisaria passar por aquilo sozinha. Ela tinha razão. Não importava o que acontecesse ali naquela noite, a equipe estava preparada, e Simone estava ao meu lado. Isso me dava uma força que eu não sabia de onde vinha, mas que era mais forte que o medo que me consumia.
"Eu confio em você", eu disse baixinho, com a voz rouca, tentando não perder o controle. Aquelas palavras estavam impregnadas de uma verdade que eu nunca imaginaria dizer em outra circunstância. Eu confiava em Simone de uma forma que nunca havia confiado em ninguém. Ela estava me dando a confiança que eu precisava para seguir em frente, para dar aquele próximo passo.
Simone sorriu suavemente e, sem dizer uma palavra, se aproximou. A tensão que sempre existiu entre nós, a linha tênue entre o profissional e o pessoal, parecia desaparecer naquele momento. Nos beijamos, um beijo que trouxe uma sensação de alívio. Eu não sabia o que o futuro nos reservava, mas naquele instante, com ela ao meu lado, eu sentia que podia enfrentar qualquer coisa. O toque dela, a forma como seus braços me envolviam, fez com que toda a pressão do mundo fosse suavizada por um breve momento. Eu precisava disso, da nossa conexão, antes de retornar à realidade que estava prestes a nos engolir.
Quando nos separamos, ainda com o sabor daquele beijo nos lábios, o ambiente ao redor parecia mais nítido. O evento estava prestes a começar, e minha mente já estava se preparando para a próxima etapa.
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A tensão no ar era quase palpável. Eu sentia o peso do meu corpo, o nervosismo se alastrando por mim como uma sombra crescente, mas tentava me manter firme. A equipe estava posicionada, os policiais espalhados pelo evento, mas nada de sinal do assassino. O evento já estava perto do fim, e eu comecei a achar que o plano tinha falhado, que ele não cairia na armadilha. A frustração se instalava, e uma sensação de impotência tomava conta de mim.
Mas então, em um momento de distração, tudo aconteceu. A luz do local foi desligada, e minutos depois, antes que alguém pudesse chegar até mim para garantir minha segurança. Ele apareceu. Foi rápido, silencioso, e, de repente, eu me vi encurralada em um canto isolado do evento. O mundo ao meu redor parecia ter se fechado. Não consegui nem gritar, minha mente estava paralisada, mas ao mesmo tempo uma parte de mim já sabia o que estava acontecendo. Ele não ia deixar isso escapar. Eu era o alvo, a peça central do seu jogo.
O pânico começou a tomar conta de mim, mas também havia algo mais profundo, algo estranho como uma sensação de inevitabilidade. Ele estava ali, na minha frente, o homem que eu temia, e o que ele faria comigo agora?
Ele me arrastou pelos corredores, os passos ecoando no vazio. Eu tentei gritar, tentar fugir, mas era inútil. Ele me levou até o porão do local, e tudo o que eu conseguia pensar era em como a realidade, finalmente, tinha me alcançado.
Quando a luz voltou, estávamos no porão, e meus olhos confirmaram meu maior pesadelo. Era Matheus. Meu irmão. Meu irmão mais velho, o irmão que eu nem sabia que existia, mas que na verdade, tinha forjado sua morte há anos, e agora estava aqui, diante de mim.
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CHEGOU O MOMENTO MAIS ESPERADO.....
resolvi fazer uma mini maratona hoje, então to postando esse e vou postar o próximo agora tb, não serei má e deixarei vcs na curiosidade bem nesse momento kkkkkkkk
O próximo capítulo é a cartada final do Matheus, ele finalmente vai tá de frente para Rebeca e poder explicar tudo.....
PREPAREM-SE!!!

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Conexões Perigosas
Mistério / SuspenseHomicídios frequentes e de uma violência extrema assolam a cidade de São Paulo. O Departamento de Homicídios da Polícia Civil monta uma força tarefa para investigar e solucionar esses crimes, antes que uma crise seja estabelecida. A jornalista inves...