Rebeca despertou aos poucos, seus olhos se abriram lentamente, como se não quisesse abandonar o calor do momento. A luz suave da manhã invadia o quarto, preenchendo os espaços. O toque de Simone ainda estava em sua pele, o peso das mãos dela ainda presente em sua cintura, e a sensação de estar ao lado dela trazia um conforto que Rebeca não queria deixar ir embora.Ela olhou para a morena, que ainda estava deitada ao seu lado, com os cabelos espalhados pelo travesseiro, o rosto relaxado e um sorriso sutil nos lábios. A visão dela, tão serena, quase perfeita na simplicidade daquele momento, fez o coração da jornalista acelerar suavemente. A noite anterior parecia um sonho, mas era real demais – o calor de Simone, a maneira como elas se conectaram de forma tão intensa, aquele beijo...
A cada pequeno movimento que fazia, Rebeca sentia uma leveza no corpo, como se o peso das semanas passadas tivesse sido aliviado, mesmo que por um breve momento. Não havia mais o medo constante, nem o receio do futuro incerto. Só existia aquele momento com Simone, com a tranquilidade de saber que, por um instante, ela poderia se permitir ser feliz.
Simone começou a acordar, seus olhos se abrindo suavemente, e ao ver Rebeca ao seu lado, um sorriso natural se formou em seus lábios. Não foi um sorriso forçado, nem um sorriso nervoso. Era um sorriso de reconhecimento, de algo genuíno, como se ela também estivesse agradecendo silenciosamente por aquele instante.
- Bom dia, namorada... - Simone murmurou, sua voz ainda rouca do sono, mas com um tom que trazia um carinho silencioso.
- Bom dia, namorada! - Rebeca respondeu divertida, o tom da sua voz leve, mas carregado de algo mais profundo, algo que ela não sabia exatamente o que era, mas que estava lá, crescendo dentro dela.
- Eu poderia me acostumar com isso... - disse Simone, sua voz suave, mas sincera. Rebeca sorriu de volta, um sorriso que refletia toda a sensação de tranquilidade que sentia em seu peito.
- Eu também... - Rebeca disse, os olhos brilhando com uma mistura de alegria e reflexão.
As palavras não eram necessárias. A conexão entre elas era evidente, como se tudo o que elas precisavam se dizer já estava no ar, nas pequenas ações, no olhar, no toque. Rebeca não tinha pressa. Não queria sair daquele momento, nem sair do refúgio que Simone representava para ela agora. Havia uma leveza em seu corpo e mente que ela nunca havia experimentado.
Simone então a olhou por um instante, percebendo a intensidade silenciosa de Rebeca, e com um suspiro profundo, disse:
- Acha que a gente pode deixar o mundo lá fora por mais um tempo?
Rebeca sorriu gentilmente, se aproximando um pouco mais de Simone, como se a resposta estivesse em seus gestos.
- Eu gostaria muito. - respondeu, a voz mais baixa agora, como se elas estivessem compartilhando algo muito íntimo
Aquele momento era tudo o que Rebeca desejava. Um espaço de calma, de afeto, de pureza no meio do caos. Ela queria continuar assim, sem pressa, apenas vivendo. Aquele começo de manhã, com o sol ainda suave e as sombras do passado um pouco mais distantes, era tudo o que ela precisava. No entanto, um pensamento que havia ficado na mente de Rebeca desde a noite anterior veio à tona.
Ela virou-se para Simone, sua expressão leve, mas com uma pontinha de preocupação.
- Eu estava tão focado na noite de ontem... - começou, a voz suave, quase um sussurro. - Esqueci de perguntar como foi deixar a Sofia com alguém para vir aqui passar a noite comigo?
Simone sorriu com a preocupação da jornalista. Ela se virou para encarar Rebeca, com um brilho nos olhos ao falar de sua filha.
- Eu deixei ela com a Jordan. - respondeu, o tom da sua voz ficando suave e afetuoso. - Ela adora as noites de pijama com a madrinha. Ficam assistindo filmes, comendo besteiras, desenhando... Jordan faz todas as vontades dela. Sempre foi assim, desde quando a Sofia era bem pequenininha.

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Conexões Perigosas
Mistério / SuspenseHomicídios frequentes e de uma violência extrema assolam a cidade de São Paulo. O Departamento de Homicídios da Polícia Civil monta uma força tarefa para investigar e solucionar esses crimes, antes que uma crise seja estabelecida. A jornalista inves...