Listen to the truth

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Louis

Saio do ateliê de Harry com uma dor no peito, não queria sair e deixá-lo ali sozinho, eu preciso dele.

Procuro o coelho por toda parte, mas não o encontro, tenho que acha-lo para que ele me diga onde está a espada vorpal.

- Twedles! - Encontro os gêmeos no final do corredor.

- Olá, Louis!

- Onde está o coelho?

- Como se sente estando tão grande?

- Ele não está grande, esse é o tamanho normal dele.

- Mas ele era muito pequeno desde a última vez que o vimos.

- Não, ele bebeu o suco minimizador para passar pela porta, lembra?

- Aé.

- Eu não estou com muito tempo meninos, onde está o coelho?

- Ali.

Eles apontam em direções contrárias, me deixando mais confuso do que eu já estava.

- Ideia melhor, me levem até o coelho.

Eu sinto a necessidade, talvez obrigação de tirar o Harry, o meu Harry das garras daquela rainha medíocre.

É como se quando ele estivesse longe de mim, uma parte minha também estivesse distante. Meu coração desmorona quando ele tem aqueles ataques de fúria, quando os seus olhos verdes viram negros e sombrios, tirando o brilho intenso que tanto me encantava.

Eu gosto de ve-lo sorrir e ouvi-lo falando coisas completamente sem nexo, e enquanto eu estiver aqui, vou fazer até o impossível para o ver sempre dessa forma.

- O que está fazendo aqui? - Mallynkum me pergunta com autoridade.

- Vim soltar o chapeleiro.

- Eu é que vou soltar o chapeleiro.

- Ah, cale a boca. Harry me disse que a espada vorpal está escondida neste castelo. Preciso que me ajude a encontra-la.

- Eu não aceito ordens de um grande atrapalhado idiota.

- Grande vai ser o tapa que eu vou te dar se não calar sua boca.

- Rídiculo. - Ele se afasta

- O que foi Mc Twisp? - Agacho para ficar na mesma altura que o coelho.

- Eu sei onde está a espada.

***

O coelho me leva para fora do castelo, ao final do jardim. A noite escura me causa caláfrios, me sinto desprotegido sem o chapeleiro por perto.

- A espada está lá dentro.

Ele aponta para uma espécie de casa, seja lá o que for aquilo, parece o lugar onde os cachorros do meu pai dormiam.

Chego mais perto para ver o que era aquele lugar estranho que me assustava tanto.

- Tenha cuidado, Louis.

Aqueles arranhões em meu braço começam a arder assim que eu encosto naquela casinha.

- Eu conheço esse cheiro.

Olho pela fresta da porta e vejo ossos no chão, e escuto um respirar de algo, talvez alguém dormindo.

Me esforço um pouco mais para ver o que tinha ali dentro, e quando finalmente enxergo queria poder não estar ali, queria voltar para casa.

- Eu não vou entrar ali dentro. Olhe o que aquela coisa fez em mim!

Tiro a faixa do meu braço e mostro para Mc Twisp, que fica nervoso ao ver o sangue escorrendo pela ferida exposta.

Another Wonderland (L.S)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora