Prólogo

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— VADIA! — o homem vociferou, com os olhos vidrados em mim, cuspindo sangue misturado aos dentes em um sofrido gemido de dor

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— VADIA! — o homem vociferou, com os olhos vidrados em mim, cuspindo sangue misturado aos dentes em um sofrido gemido de dor.

Não tinha dó, medo, angústia, frio na barriga, desespero e muito menos sentia o meu coração bater fortemente com a dúvida corroendo-me. Eu poderia, é claro que poderia. Mas não sentia. Não sentia nada.

A única coisa que eu ainda conseguia sentir era nojo. Nojo e sede de vingança.

O seu cheiro me dava nojo.

A sua voz me dava asco.

As suas roupas me embrulhavam o estômago.

E a visão dos seus dedos fazia o vômito ficar preso em minha garganta e o gosto de bile subir-me à língua.

— Do que me chamou? — apontei-lhe em riste a faca, com as minhas órbitas tornando-se mais escuras do que já eram e a minha mente nublando-se com vários e vários pensamentos de nojo e repulsa. De fúria e atroz.

Não sentia nada além de nojo. E a cada lembrança do seu maldito toque em meu corpo me causava vertigem.  Meu sangue fervia e a minha raiva aumentava, levando embora todo o meu pensamento racional. Tornando-me um ser impetuoso.

— VADIA! Foi disso de que te chamei. VADIA!

— INFELIZ!

Não dei-lhe tempo para proferir qualquer outra palavra imunda que escapasse da sua boca de merda. Avançei em sua direção e arranquei-lhe um dedo friamente, ouvindo-o uivar de dor, balançando-se na cadeira em uma tentativa de soltar-se, enquanto o líquido escarlate jorrava tórridamente pelo buraco que anteriormente encontrava-se o seu dedo. Que agora seguro em minha mão.

E embora ver aquele líquido grosseiro sempre tenha me dado um calafrio na espinha e uma tontura de leve, não me abalei. Ver esse filho da mãe gritar de dor e agonia era música para os meus ouvidos.

Me deixava mais leve. Mas não menos machucada e violada.

— SUA PUTINHA DE MERDA! — Grunhiu de dor.

Pus-me atrás dele e agarrei-lhe pelo pescoço, usando todos os meus conhecimentos das aulas de auto defesa e boxe que o meu pai obrigou-me a praticar por um tempo. Esfreguei a faca no canto da sua boca, sentindo o sorriso venenoso se formar no canto esquerdo da minha.

— Quer que eu corte a sua língua também? — sussurei baixinho em seu ouvido, com a voz manhosa. De pronto, assustado, ele balançou a cabeça de um lado para o outro em negação.

Um filme de todas as coisas ruins que esse maldito homem fizera passou em minha mente rapidamente, acendendo ainda mais a raiva em meu corpo.

Eu ainda me lembrava de como tudo começou… E agora eu sabia como tudo iria, finalmente, ter um fim.

Os dias desse filho da mãe estavam contados.

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@trizsbeatriz

Não Confie - Os Monstros São Reais [versão Antiga!]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora