06 de Janeiro, 2018

19 1 0
                                    

     Nós comemos o coelho e estava muito bom. Não deu pra segurar, estava tão bom que nós comemos tudo só ontem.

     Hoje ela saiu de novo pra ver se encontrava mais comida e deixou um rifle comigo e um facão. Era um rifle legal, me lembrava os da segunda guerra. Tinha só cinco balas nele. Minha pistola só servia para dar coronhadas agora, porque estava sem balas.

     Eu me arrastei e me sentei numa cadeira no fundo da cabana, de modo que eu tivesse uma visão dela inteira, principalmente da porta e da única janela que tinha.

     Ficou tudo tão calmo por mais ou menos meia hora que eu até consegui dormir, mas eu não durmo tranquilamente faz muito tempo. Um olho fechado e outro aberto.

     Acordei com um barulho na janela e um infectado mais feio que o que era mais feio que a Jane estava me olhando. Eu peguei o rifle que estava junto do facão num pequeno armário velho ao meu lado, mirei nele, mas não atirei. E se tivessem outros? Eu só tinha cinco balas.

     Ele começou a fazer aqueles barulhos esquisitos e a bater na janela, quando ele quase a quebrou eu acertei um tiro bem na cabeça dele. Mas tinham outros. Um outro chegou e terminou de quebrar a janela, outro veio logo atrás dele. O primeiro caiu quando entrou pela janela, então eu atirei nele, mas não acertei na cabeça. Atirei no outro, esse eu acertei. O primeiro se levantou e veio correndo pra cima de mim, quase me alcançou, o rifle demorava para poder atirar de novo. Eu pensei que ia morrer, vi o rosto de minha irmã na hora. Consegui atirar naquele filho da puta antes dele me matar. A cabeça dele jorrou sangue em mim depois do tiro.

     Eu só tinha mais uma bala, ainda bem que quem abriu a porta foi minha irmã, toda desesperada e assustada. Mais uma vez eu quase atirei nela. 

O Último InvernoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt