Farol 1

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Vejam, tudo continua o mesmo. 

Nada mudou, permanece.

Perguntarei: até onde vai?

E me responderão:

aonde puder ir.

Ir longe não vai,

caminhar uma hora cai.


Vejam, nada mudou.

É sinal do fracasso,

Do descaso, do mau.

Quem vai atingir?

Fala-te: a tu, a mim.

É perigo que lá se consome, vejam!

Consome a tu, a mim, e que se percam.


Vejam, é a fúria divina.

Do homem, do bem e do mau.

São os pecados já prontos.

Pecados do homem, do bem, do mau.

Do divino...

É o mesmo, sempre e sempre.

Mas foram as escolhas, éramos crentes.


Vejam, tudo parou.

Quem pensaria sorte tão triste?

Quem pensaria castigo tão tolo?

Foram sopros anunciados

Sussurrando a tu e a mim.

Eram fantasmas inquietos

Que deixamos tão perto.


Vejam, até onde pisamos.

Eram ouro dos tolos,

Eram laminas afiadas,

Eram carnes cortadas, dilacerada,

ensangüentada, que sorria assim.

E se assim são os destinos, que assim sejam

e resta apenas que vejam, vejam.

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