Farol 3

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É tudo, tudo passado,

O que mais querem?

Passam-se o tempo, a ordem

Passam-se o caos, a vida.

Pare, pare de tentar entender,

não mais possível somos.

Erramos demais para poder saber.

Fomos teatro de nossas próprias invenções.

Culpados, culpados somos todos nós,

testemunhas covardes de um fim anunciado,

que mais podemos esperar?

Já tudo é passado.

Olhem, olhe ao fundo,

olhem o abismo que chegamos.

São meros merecimentos.

Passa-se tudo!

Até o que fora feito permanente,

tornamos-os passageiros,

e dele, viramos passageiros.

Cale-se, cale-se.

Por que me cansa com tolices?

Sei eu, sabe tu, tudo é passado.

Meros escravos da história.

Que padece na própria ópera.

Diz-se: há de ter saídas.

Elas todas fechadas foram.

Fechadas por quem dela busca.

Passou, passou tudo.

Não espere, então, dos acasos.



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