4. Um Dia Diferente

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Felipe medita sobre o que viveu. Como uma experiência tão simples pode tocá‑lo profundamente... Se a solução dos mais dramáticos problemas humanos só será real se alcançada com uma postura fraterna e compreensiva, como as teorias que se dizem sérias por serem ásperas e até cruéis como a do socialismo materialista estão longe de nos ajudar a melhorar a vida em nossa sociedade!

— É exatamente isso. Diz Ivan sorrindo ao aparecer a visão espiritual de Felipe.

— Que bom que você está aqui! Como faço para entender melhor a problemática social? Pergunta Felipe.

— Continue lendo Socialismo e Espiritismo de nosso amigo Denis.

— Eu ainda não estou nem na metade, mas posso lhe fazer uma pergunta?

— Sim. Responde Ivan.

— Porque tanta miséria na Terra, se é tão fácil resolver os problemas? Se o que nos falta é fraternidade e abnegação, por que não acabamos com a miséria de uma vez por todas?

Ivan pensa e explica.

— O problema Felipe não é apenas compreender a solução, é preciso vivê‑la.

— Mas, como alguém pode não querer acabar com tanto sofrimento como os que vemos na Terra? Indaga mais uma vez.

— Só há solução real quanto existe crescimento espiritual e o crescimento espiritual exige que aprendamos a sentir nossas dores. É preciso saber sofrer para se libertar do egoísmo, do orgulho e da vaidade. A maioria prefere criar belas desculpas ao invés de enfrentar os problemas íntimos. Responde Ivan.

— Não entendi. Por que sofrer para superar o orgulho?

— O orgulhoso, que é maioria no mundo, é um indivíduo que não admite suas limitações. Admitir que possa errar, admitir que não sabe de tudo, admitir que existem espíritos encarnados mais nobres e inteligentes para o orgulhoso é uma dor.Por não querer enfrentar essa realidade, o orgulhoso se torna incapaz de compreender a realidade da vida maior. É como um animal que se esconde na caverna e deixa de ver e viver a beleza da floresta, porque não admite encontrar outros animais mais belos do que ele.

— E como isso afeta a realidade social da Terra?

— Bem, o orgulhoso quando rico, isola‑se da maioria, porque quer acreditar que é tão melhor que não deve sequer conviver com os que não são ricos. Quase sempre desencarna em situação infeliz e dolorosa, e pede para reencarnar como miserável ou pobre para aprender a enteder melhor quem sofre. Se continua orgulhoso, sua situação espiritual pouco muda, mas se outros começam a ajudá‑lo com fraternidade suas emoções serão transformadas. A ajuda abnegada é a ação mais revolucionária que se pode imaginar. Uma vez aperfeiçoada as emoções, amenizado o orgulho, o indivíduo começa a entender que os outros sofrem como ele e passa a agir de tal forma que não gere sofrimento para ninguém. É o começo da regeneração moral. Esse é o momento que vive a sociedade terrena. O sofrimentos que serão vividos devem alterar a maioria dos orgulhosos do mundo.

— E os que não melhorarem?

— Estes continuarão a receber a mesma lição em situação mais difícil. Irão habitar mundos primitivos, a dor não será a de uma encarnação, mas, provavelmente, de muitos séculos. Explica Ivan.

— Muitas teorias sociais que dizem que vão melhorar o mundo não estão é piorando? Pergunta Felipe pensando nos governos autoritários.

— Sim, sem dúvida. O lobo vestido de cordeiro é muito mais perigoso do que a fera que se apresenta como é.

— Nunca pensei que o ensino do Evangelho era útil para avaliar teoria social! Fala Felipe.

— O Evangelho, para quem tem olhos de ver, quer dizer, para quem quer entender em profundidade os ensinos do Cristo, é a fonte das verdadeira teorias de bem‑estar para a humanidade. O que as teorias sociais materialistas fizeram é um trabalho farisaico, quer dizer, usam o Evangelho para mentir e enganar.

— O Evangelho? Felipe não entende.

— Sim. Responde Ivan e explica. O que eles prometem é a promessa que Jesus trouxe a Terra: fraternidade, justiça, amparo a todos, mas o que ele gera é opressão, desigualdade e violência.

— É mesmo, fala Felipe encantado com a lógica simples e elevada de Ivan.

— Os que conhecem o Evagelho não se iludem com os falsos profetas.

— Mas não houve religososos que adotaram essas teorias? Indaga mais uma vez Felipe.

— Sim, mas quem lhe disse que a formalidade é realidade? Ser de uma ordem religiosa, declarar‑se religioso é direito de todos, mas entender e viver o Evangelho é conquista de abnegados.

— Se os professores entedessem isso... Fala Felipe.

— Os orgulhosos são confundidos, os humildes elevados. Ensina o Evangelho, diz Ivan.

— A humildade é a porta para o verdadeiro conhecimento, tantos doutores vivem confusos com suas complexas teorias, muitos são meus professores. Comenta Felipe.

— Aprenda com eles, explica Ivan.

— Aprender? Indaga Felipe.

— Aprenda como é triste aparentar o que na verdade não se é.

Afirma Ivan.

— É verdade. Diz Felipe.

— Vou indo, despede‑se Ivan.

— Obrigado. Diz Felipe.

Abraçam‑se. Ivan parte com o grupo de jovens estudantes.

Renovação Social e Imortalidade - Se a Mediunidade Falasse 8Where stories live. Discover now