Capítulo 5

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Os irmãos não precisaram procurar por muito tempo por Sarah; logo avistaram a mãe em uma cela, imunda e escura, com mãos algemadas. Não tiveram dificuldades em entrar as grades e entraram apressados para abraçar a mãe. Sarah parecia adormecida, porém despertou com os fortes abraços dos filhos.

- Mãe, você está bem? Acorde, somos nós! – Gaia não pôde conter a emoção em suas palavras.

- São vocês mesmo? Por favor, que seja vocês mesmo – Sarah começou a chorar descontroladamente ao ver seus filhos, lado a lado.

- Infelizmente, sim, querida mãe! – Alex, com uma voz irônica, abraçou Sarah e ao mesmo tempo, tirou do seu bolso o canivete de Max – que havia roubado depois da "batalha" contra Draconiano. O garoto enfiou o objeto nas costas de sua mãe em meio ao abraço

- O que você está fazendo? – grita Gaia, ao lado de Sarah

- A minha missão, "irmãzinha" – sorri Alex – ou você realmente acreditou no seu "irmãozinho" que apareceu, como mágica, num cemitério procurando a irmã perdida? Ingênua. – o garoto começa a limpar o canivete que matou sua mãe, qual está paralisada no chão, ensangüentada.

- Você não acha, talvez irônico, o roinn fogo comandar todos os outros três roinns, sendo que nós possuímos poderes maiores? Com uma genética única? Você não acha que nossos pais foram pessoas fracas, que simplesmente aceitaram a manipulação dos tiranos desse roinn?

- Nossos pais foram perseguidos, Alex. Nosso pai morto. Em que momento você achou eles fracos? – Gaia não podia mais controlar sua raiva ao soltar as palavras de sua boca.

- Fracos, irmã, mais fraca ainda foi nossa mãe. – Alex não parava de andar em círculos dentro da cela, limpando com paciência o sangue do canivete – Ela podia ter usado seus poderes, a genética que possuía para dominar tudo e todos, ser poderosa, mas ela se deixou levar pela idéia de que violência não resolve alguns probleminhas – Alex chegou perto de Gaia e continuou: Ah, irmãzinha, resolve sim. E, juntos, vamos usar nossos poderes para controlar os outros roinns. Não existirá mais roinns poderoso, como era o fogo, existirá apenas eu e você, controlando tudo. O que você me diz?

- Nunca, Alex – Gaia tentava se afastar do irmão, mas ele pegou o pescoço da irmã enquanto ela falava – eu morro, mas nunca irei governar ou controlar as pessoas pelo fato de ter "mais poder", nunca.

- Se você não governar comigo, então você não vive, irmãzinha – Alex levou o canivete em direção ao pescoço da irmã, entretanto o objeto começou a se afastar de sua mão, como se alguém estivesse pegando o objeto para salvar Gaia. E, de fato, era. Alex não podia ver quem era, mas Gaia podia.

- Robin! – a garota exclamou com alegria e pulou no amigo, mas Alex não podia ver Robin, porque Robin estava morto. Gaia, somente ela, podia enxergar Robin, pois ele era do mundo dos mortos, no qual a garota era rainha. Robin era a mão direita da rainha, e somente ela conseguia ver o garoto e falar com ele, em ambos os mundos.

Os amigos, no momento de êxtase, esqueceram de Alex e apenas lembram-se do garoto ao ouvirem um barulho alto. Alex estava batendo a própria cabeça em uma parede, enquanto gritava e chorava. Então, Gaia entendeu. Ele controlava a mente de todos, mas o maior medo do irmão era não conseguir controlar a própria mente; continuava batendo a cabeça na parede – mesmo com os protestos de ajuda de Gaia, ele arranhava a parede com as unhas e sangrava.

Uma pequena menina surgiu na entrada da cela, caminhou até os irmãos, balançando seus cabelos da cor turquesa. Estendeu sua mão para Alex; ela pertencia ao roinn de água e havia curado o braço de Alex momentos antes. Ela não retirou o braço de Alex, mesmo o garoto ainda perturbado; e falou com Gaia:

- Ele precisará de cuidados no meu roinn, a mente dele precisa ser curada urgentemente.

- Mas eu não compreendi o que aconteceu com ele, por que a Glaive de Hades estava destinada a ele? Por que ele fez tudo isso? – a menina sentou no chão da cela, perdida.

- Hades não é um homem bom, por que um objeto que carrega seu nome seria destinado a uma pessoa boa? – respondeu calmamente a pequena menina de cabelo da cor turquesa

- Mas meu irmão não era uma pessoa boa?

- Nem todas as pessoas são completamente más, Alex queria tanto o poder e o controle da mente dos outros que acabou sem nada e sem controle da própria mente, mas podemos curar – a menina pegou o braço do garoto e o conduziu para fora da cela, virou-se para Gaia rapidamente – assim que seu irmão se curar, poderá visitá-lo no roinn água, mas agora Gaia, comemore sua vitória! – e então, permaneceu na cela úmida e escura Gaia, e o corpo de Sarah, falecido, em seu lado.

A Dor da TerraWhere stories live. Discover now