Ali sentado no banco do jardim fiz a promessa mais importante da minha vida , que por sinal não tencionava quebra-la. Fiquei ali sentado no banco mais algum tempo, ao ponto de poder chegar a conclusão que a jovem moça que tocava violino, deveria fazê-lo naquilo que parecia ser o seu quarto.
Depois daquilo que me pareceu ser uma eternidade, levantei-me do banco, olhei uma ultima vez para a janela daquele magnífico palacete no centro da cidade, e então dirigi-me calmamente para a casa dos meus pais que ficava ali nas redondezas.
A casa que os meus pais tinham em Salvador era magnífica. A sua fachada fazia lembrar um palacete antigo, apesar de esta ter a sua fachada pintada de um tom amarelo. A fachada era ainda rasgada por um conjunto de largas janelas que a sua volta tinham uns ornamentos bastante curiosos.De cada lado da porta de entrada estavam erguidos dois grandes pilares. Esses pilares faziam-me sentir como se eu fosse alguém importante. Eu não era, mas sem sombra de dúvida o meu pai o era.
Ao entrar na casa , vemos um longo hall de entrada que é decorado com quadros de alguns dos meus antepassados mais importantes, tinha ainda alguns objectos que passaram de geração em geração na minha família, como a jarra favorita da minha mãe , uma porcelana que tinha cenas da chegada de Pedro Alves Cabral ao Brasil. Ao fundo tinha uma grande e bela escada de mármore que dava ao andar de cima , onde ficavam os quartos. A primeira porta á direita era a sala de jantar. No tecto da sala de jantar pendia um magnifico lustre de cristal, no centro uma uma enorme mesa, e por detrás da mesa ficava uma grande janela que era adornada por umas grandes cortinas de linho, essa janela tinha vista para o jardim lateral da casa , que era cheio das mais diversas flores,desde rosas a lírios.
Em frente a sala de jantar ficava a sala de estar,as paredes estavam pintadas de um cinzento bastante claro quase branco, no chão encontrava- se uma grande tapeçaria que cobria quase completamente o chão de madeira ... Junto a grande lareira existiam alguns confortáveis cadeirões. Em cima da lareira jaziam ali fotografias a preto e branco da minha família. Numa podia - se ver eu e os meus irmãos quando éramos mais novos com os nossos pais na areia de uma praia , tinha uma que era do casamento dos meus pais.
A divisão ao lado era o meu refúgio, era o meu atelier, esta era a divisão com a vista mais bonita da casa, uma vez que se encontrava voltado para o mar. Ali podiam se encontrar algumas telas vazias e outras incompletas, alguns cavaletes,uma secretaria encostada à janela que dava para a praia.
No andar de baixo ainda existia a cozinha , que era um lugar simples.
E ainda existia a antiga biblioteca da família, que tinha ambas as paredes repletas de estantes apinhadas de livros dos mais variáveis temas.O andar de cima era inteiramente reservado aos quartos. Eram quatro no total. Todos eles decorados conforme a personalidade dos seus ocupantes,mais o quarto de hospedes.
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Amar em tempos de ditadura
RomantikEscrevi esta história , anos atrás e nunca tive coragem para publica-la , tanto que as únicas pessoas que leram isto e sabem que eu queria muito terminar aquele textinho da aula de literatura , são uma das minhas melhores amigas e a professora de l...