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A rotina de Selly agora se resumia em ficar rondando a sede da Ordem, ouvindo os pensamentos do irmão e seu amigos, não ser pega por nenhum comensal que rodeava a casa.

E só o que eles descobriram era que R.A.B. era irmão de Sirius e que a horcrux era falsa, Hermione não fazia nenhum progresso em relação a descoberta.

Ela andava na frente da casa, às vezes era difícil ouvir os pensamentos dos três, mas ela se esforçava e isso lhe causava dores de cabeça.

Selly já havia perdido as contas de quantas noite estava fazendo isso com seu pai e já estava achando que não teria nenhum progresso até uma certa noite em que ela ouviu com clareza os pensamentos de Harry, ela olhou para a porta e teve certeza de que ele estava do lado de fora, Selly vasculhou toda mente dele antes que Harry entrasse e se afastou, chegando onde seu pai estava:

- Eles vão invadir o ministério! Descobriram com quem está a horcrux.

- O ministério é o pior lugar para Potter estar nesse momento.

- Eles vão fazer como estamos fazendo vão usar a poção Polissuco.

- Mesmo assim é arriscado, sabe quando vão?

- Não,  eles ainda estão estudando os passos das pessoas que vão se transformar em outra pessoa.

- Bem, neste caso vamos para casa para rever nossos planos, agora que sabemos que eles encontraram uma horcrux.

Depois disso a rotina só se alterou porque agora Selly tinha que ouvir o plano do trio para saber qual dia exato eles entrariam no ministério.

Após poucos dias ela conseguiu a informação que tanto queria.

Ela e seu pai voltaram para casa:

- Chegaram mais cedo hoje, algum progresso?

- Sim, agora teremos que planejar o que  faremos para ajudá-los. Meu irmão vai entrar no ministério.

- Mas ele está sendo procurado.

- Sim, mas eles entrarão disfarçados. Pai, acho que devo espera-los na frente da sede e falar com eles.

- Isso pode ser arriscado, o senhor Potter pode entender errado.

- Também acho, você não precisa se arriscar assim.

- Mas não temos muita escolha, Harry não vai me atacar, ele vai querer primeiro saber o que estou fazendo ali.

- E o que você vaifazerexatamente?

- Vou contar sobre a espada e se o senhor achar prudente, eu a entrego para ele.

- Mas temos um problema, os comensais na frente da casa, eles vão te ver.

- Podemos usar o feitiço desilusório e também levo uma bolsa sob o feitiço indetectível de extensão com a espada dentro.

- Você tem tudo planejado não é mesmo?

Selly sorriu, sabia que seu pai perceberia que ela já estava arquitetando isso há algum tempo:

- Temos que fazer o possível para que meu irmão triunfe, não é mesmo?

- Menos se sacrificar, o senhor vai deixar que ela faça isso?

- Ora senhor Woody, acha mesmo que poderíamos a impedir?

Olívio não disse nada, sabia que Snape tinha razão e que nada do que os dois falassem a faria mudar de ideia, Selly vendo que havia vencido deu mais um sorriso:

- Ótimo, vou tomar um banho e começar os preparativos.

Ela falou e subiu deixando os dois sozinhos:

- Ela é tão altruísta como a mãe.

- É isso que me preocupa senhor Snape, ela não vai pensar duas vezes em dar a própria vida para salvar o senhor ou o irmão.

- Eu sei, mas isso não vou permitir. Estarei lá o tempo todo.

- Talvez isso não seja o suficiente.

Os dois olharam para a escada onde Selly acabara de subir

- Eu preciso voltar para Hogwarts, mas se precisarem me chamem.

- Obrigado.

Depois de um tempo Selly desceu carregando uma pequena bolsa do tamanho de uma mão:

- Meu amor, olha só isso! Pegue uma coisa grande e coloque aqui dentro.

Olívio pegou um livro e enfiou sem nenhuma dificuldade na bolsa, Selly olhou para ele com um lindo sorriso:

- Consegui fazer o feitiço!

- Eu não tinha dúvida de que conseguiria.

Ela viu a infelicidade nos pensamentos do marido:

- Você não vai me perder. Nós ficaremos  todos bem.

- Às vezes eu duvido disso.

- Eu sei, eu também tenho medo, mas temos que lutar, fazer o que está em nosso alcance, só assim teremos paz.

Olívio abraçou Selly e deu um beijo em seus lábios:

- Eu só tenho medo de que você se precipite, não quero perdê-la.

- Não vai!

Os dois ficaram abraçados em silêncio, palavras não caberiam naquele momento.

O dia que Harry iria para o ministério chegou e Selly quase não conseguiu dormir, ela estava com tudo preparado, seu pai chegou, colocou a espada na bolsa e os dois se encaminharam para o Largo Grimmauld.

Assim que eles saíram Selly se virou para o pai:

- Eles já foram, vou esperá-los na porta.

- Espere! Eles não voltarão tão cedo, não podemos arriscar que os comensais te vejam.

- Nós treinamos muito o feitiço.

- Mesmo assim, espere um pouco, o senhor Potter e os outros não voltarão agora.

- Está bem.

Os dois esperaram por uma hora inteira  e Selly chegou a acreditar que seu pai estava enrolando para que ela não fosse até lá, mas ele se virou para ela:

- Acho que está na hora. Por favor seja muito cuidadosa.

- Pode deixar papai, eu serei.

Ela lançou o feitiço desilusório em sim mesmo e foi para a porta número 12 esperar pelo irmão.

Selly não sabe quanto tempo ficou parada ali em silêncio, refez o feitiço desilusório para garantir que ninguém a visse e de repente tudo aconteceu.

Ela ouviu os pensamentos apavorados de Harry, Rony e Hermione, sentiu um braço lhe agarrando e ela sendo puxada para uma desaparatação, ouviu um grito de raiva e sentiu -se sendo largada, o baque dela caindo no chão não doeu tanto quanto a dor que vinha do seu braço e perna direita, ela tentou levantar a cabeça e viu por um instante sua perna partida ao meio.

Ela ouvia ao longe a voz de Hermione e Harry:

- Dolohov me segurou, sabia que não podíamos voltar para lá.....

Selly sentiu que precisava fazer alguma coisa ou morreria ali, a dor que ela estava sentindo a estava puxando para a inconsciência, ela não podia desmaiar antes de fazer alguma coisa, com dificuldade ela pegou sua varinha e falou com a voz fraca:

- Especto Patronum.

Mandou seu patrono ir de encontro ao seu pai, sua esperança era de que tivesse sido suficiente para trazê-lo até ela.

A dor estava dominando seu corpo e seu sangue não parava de sair, ela começou a sentir frio e pela primeira vez teve medo de morrer.

Ela viu sua mãe se aproximando, a dor agora já não estava mais lá, tudo estava claro, nada mais incomodava, Selly sorriu e deixou a escuridão assumir o controle.

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