Capítulo 05

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*E vamos de música! Dessa vez uma mais conhecida, de um cantor beeem mais conhecido! Digam o que acham do capítulo e se combina com a escolha! Muitas coisas estão para acontecer agora! <3 *

Quando o fogo cessou, Ravenna tentou cobrir a maior área sem se afastar do corpo da mãe, mas não encontrou rastro algum de Aura, apenas o corpo inerte do ancião. Ele não estava morto, apenas inconsciente. Quanto à assassina e sua irmã, era como se tivessem sumido no ar. Então ela lentamente retornou onde a mãe estava, ergueu seu corpo frio e a carregou para fora da floresta.

A população estava em polvorosa: ao ouvirem os gritos e as fumaças incomuns que saíam da floresta, as pessoas já imaginaram o pior. Ao verem o corpo nos braços da jovem, com suas vestes cerimoniais manchadas, seus medos se concretizaram. Pessoas desmaiaram e gritaram, outras se abraçaram buscando conforto diante da perda, mas Ravenna não demonstrava sentimento: ela colocou a mãe na carruagem de modo que parecia que ela estava cochilando – apesar da mancha avermelhada que estava na lateral de suas roupas – e mandou o cocheiro voltar para o castelo.

Com a morte da mãe, Titania era a próxima na sucessão e a guerreira não sabia se isso era ruim ou péssimo. Ela nunca quisera ser rainha e agora com a união com os Lordes do Sul selada, o reinado da mãe e das antepassadas estava mais ameaçado que nunca. Terei que falar com ela. Se assumir, a primeira coisa que fará é desencadear uma guerra contra os Lordes... Venceríamos, mas as perdas seriam enormes também., pensou pesarosamente conforme cavalgava atrás da carruagem da falecida soberana.

O Castelo Real parecia mais escuro que antes: as pedras uma vez brancas e reluzentes pareciam pulsar um tom acinzentado e mórbido e aquela visão causou calafrios em Ravenna. Eram um reino sem uma figura para liderar. Ela precisava falar com a irmã.

Ao adentrar os perímetros da construção o exército real e alguns religiosos cercaram a carruagem onde jazia a Rainha para levá-la aos preparativos fúnebres. Ravenna os deixou e partiu em direção aos aposentos da irmã na Ala Leste do Castelo.

— Titania? Preciso falar com você... uma coisa aconteceu. – Ela abriu a porta, mas encontrou apenas escuridão. Assim que seus olhos se acostumaram pode ver o caos que o cômodo estava: vasos quebrados, riscos em todas as paredes, o espelho da penteadeira rachado, os quadros com as pinturas rasgadas. Escancarou as pesadas cortinas e viu o que eram os traços: rituais de Magia Negra, símbolos assustadores e o nome de Alexandra II várias vezes. – Não é possível...

Titania matara a mãe. Aquela revelação engolfou a menina em tristeza e luto, mas ela estava tão chocada que lágrimas não caíam. Ela caiu de joelhos no chão, buscando oxigênio, a dor da perda finalmente atingindo-a. Ravenna foi tomada por violentas convulsões, fazendo sua coluna se dobrar para trás e escurecer sua visão, e seu cérebro tentava entender o que estava acontecendo.

Mas, do mesmo modo que veio, tudo sumiu e a guerreira se viu estirada no chão do quarto da primogênita. Sua respiração estava cortada e ela não tinha forças para se erguer. Era como se tivesse lutado por horas a fio, sem nunca poder parar. Somente depois de algum tempo se sentiu forte o suficiente para levantar e então olhou seu reflexo, vendo que havia mudado: seu rosto estava mais anguloso e seus cabelos, sempre brancos como das irmãs, se tornaram negros como carvão.

Ela nunca vira nada igual, nem nos seus estudos quando nova: se você nascia da Grande Flor de certa forma, era de conhecimento universal que sempre seria daquele jeito. Mas, também, era de conhecimento universal que só nascia uma semente da Flor por regente, e ela e Aura estavam ali para quebrar com essa regra. Ninguém nunca tinha sofrido uma transformação tão grande. A imagem da irmã mais velha com cabelos vermelhos veio à mente: por isso Ravenna não a reconhecera! Seus traços estavam mais severos e seus cabelos, de outra cor. Mas e agora? Como ela encontraria a irmã e mais ainda, Aura?

Bateram nervosamente no quarto e em seguida alguns conselheiros entraram. Todos trajavam roupas negras para o luto e, ao verem os símbolos em volta, juntaram as mãos em sinal de oração.

— Alteza, apesar desse momento tão delicado, precisamos nos preparar para a coroação da sua irmã... – se eles estavam surpresos com as mudanças físicas de Ravenna, não disseram.

— Titania fugiu – declarou secamente a guerreira. A mãe mal tinha esfriado no caixão! Na verdade, nem enterrada ela fora ainda!

Os conselheiros deram alguns passos de cautela diante da aspereza da jovem e se entreolharam. Nunca chegaram a tratar diretamente com a chefe da guarda, quem sempre conversava com ela era a Rainha. Então não esperavam essa reação agressiva, mas algo mais calmo e comedido como a mãe sempre fora.

— Entendo... Então a senhorita sabe o que deverá ser feito... – e lentamente saíram do quarto.

Sim. Ela sabia o que aconteceria em seguida.

Ela seria coroada Rainha de Therissa.

As Três Irmãs #ContestLettersWhere stories live. Discover now