Capítulo 10

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*Damien está em apuros ou será que não? rs Espero que gostem do capítulo de hoje e da música escolhida!!*

Depois de uma semana eles saíram da floresta. A luminosidade era tamanha longe da copa das árvores que o grupo teve que piscar os olhos algumas vezes para se acostumar com a claridade. Já se fazia um mês desde que Ravenna saíra da capital atrás das irmãs e ainda faltava pelo menos mais uma semana antes de chegar à Baía Quebrada. Mas esse era o menor dos seus problemas.

O maior era passar pelo território dos Lordes do Sul, a única rota possível. Ravenna não tinha tempo a perder se queria chegar logo às Terras Desconhecidas – pelo menos antes que suas irmãs morressem de fome naquele lugar desolado. E como eles cada dia mais testavam a paciência da soberania therissiana, tinham fechado suas fronteiras para qualquer comitiva vinda de Cittanova ou de Therissa, impedindo o comércio com o principal porto do continente.

Só existiam duas grandes rotas, que estavam bloqueadas pelos soldados: uma levava à capital Vysir, um pouco mais distante da fronteira, e a outra levava à Baía, além dos caminhos menores e mais perigosos, e bem mais longos.

O bloqueio vinha prejudicando as transações do reino; muitos produtos vinham de Baía Quebrada, então Therissa não podia simplesmente ficar quieta enquanto os Lordes do Sul monopolizavam o porto. Por esse motivo Ravenna tinha sido enviada até lá, por ordem de sua mãe então regente, para tentar resolver a situação toda. E deu no que deu.

O porto era um Estado próprio, com um Duque que a administrava por herança de família, mas ao mesmo tempo era um campo neutro para todos os povos do continente. Não existia nenhum outro cais de norte a sul de Illyria tão importante quanto a Baía Quebrada.

Como o nome dizia, ele era formado por inúmeras pequenas ilhas, ligadas por pontes largas de pedra cinza, possibilitando o uso de cavalaria. No entanto, o centro da metrópole, que era a parte mais antiga e mais próxima do mar, só permitia que as pessoas caminhassem; eram estruturas muito antigas e o vai-e-vem dos animais poderia pôr em risco as construções como a Basílica e os palazzos que ficavam ali. Além dos cavalos, gôndolas podiam ser usadas, mas a maioria das vezes elas eram vistas carregando mercadorias, sua estrutura semi-afundada na água devido ao peso.

— Solte o rapaz, Ravenna, ele já cumpriu com sua parte, contou tudo que precisava... – sussurrou pela milionésima vez Alexandra, que parecia ter tomado o lado de Damien assim que o viu. A moça rolou os olhos.

— Eu já te expliquei porque não poderia fazer isso. Ele pode ir atrás de nós; ele pode juntar-se com outros e atacar-nos no caminho até Baía Quebrada. Eu já perdi muito tempo e não pretendo perder mais – sibilou Ravenna em resposta.

— Você tem o hábito de falar sozinha ou só é doida mesmo? – o ladrão gritou logo atrás dela. Eles haviam amarrado seus pulsos à sela da guerreira, deixando-o caminhar. Logo atrás vinha Björn, que não trouxera cavalo consigo. Não que um animal aguentaria seu peso, era bem mais comum eles andarem sob as quatro patas que usar montaria. Ela endireitou-se imediatamente.

— Não sei do que está falando. – Ela se virou para o rapaz e viu sua mãe rodeando seu rosto e pousando no ombro, aos suspiros. Alexandra II estava se mostrando pior que a criança mais mimada e infantil do reino inteiro. Ravenna arregalou os olhos, mas não disse nada.

— Ora, estou te escutando sussurrar desde que saímos da floresta. Não sou surdo sabia?

— Talvez eu esteja apenas jogando uma maldição em você por falar tanto. – Sorriu maldosamente quando percebeu uma pequena ponta de medo nos olhos verdes do homem. Damien não parara de falar um segundo desde que fora capturado. Parecia que tinha decidido fazer de sua missão infernizar a vida da jovem até Baía Quebrada. Isso se eu o levar comigo até lá, o que não pretendo. – Ah, então você tem medo. Só não tem vergonha mesmo, nessa sua cara de pau.

As Três Irmãs #ContestLettersWhere stories live. Discover now