Capítulo 2

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Havia acabado de chegar em casa depois de ter passado o dia na casa de Lili, assim que cheguei na sala dei de cara com Joey.
— Ei pequena. – Ele estava sem camisa, como sempre fazia, mas secretamente (ou nem tão secretamente assim) eu meio que babava quando o via assim. 
— Oi Joey. – Disse sorridente e me sentei no sofá. – Qual é a novidade? Parece feliz. 
— Não deveria nem estar feliz, mas acho que tô na pista certa sobre o assassinato daquela garota no beco. 
— Porque não deveria estar feliz então? – Perguntei sinceramente curiosa. 
— Eu não posso falar... 
— Ah, qual é, Joey! Eu não vou fazer nada com a informação e vai ser sua chance de desabafar, eu sei que tá louco pra contar. – Eu troquei de sofá e me sentei perto dele que se encolheu um pouco. 
— Tudo bem, mas me promete que não vai contar? – Eu assenti e ele sorriu. – Eu acredito que não seja um caso isolado, e sim um serial killer que voltou. E seria ótimo se conseguisse liderar uma investigação dessa. 
— Sério? — Ele assentiu. – Mas o que te fez chegar a essa conclusão de que é um serial killer? 
— A garota tem 16 anos, foi morta com um corte no pescoço certeiro na artéria,ele a limpou, colocou-a em uma pose, como se fosse posar pra uma foto dessas que a gente tira em estúdio, sabe? E o que mais me faz acreditar é uma coisa que todo serial killer faz. 
- Como assim? 
- Todo serial killer deixa a sua assinatura e essas mortes tem o mesmo padrão e a mesma assinatura. É óbvio, sabe? 
- E qual é a assinatura dele? 
- A boca das garotas...essa parte é meio forte pra te contar. 
— Ai, até parece que não ouço esse tipo de assunto o tempo todo aqui em casa. – Rolei os olhos. – Fala logo! O que tem a boca? 
— Estava costurada. – Eu achei que se tivesse visto teria ficado enojada ou chocada, mas enquanto ele me contava achei sinceramente perturbador. 
— Puta que pariu! Quem poderia ter essa frieza? Só sendo um serial killer mesmo. 
— Você chegou à mesma conclusão que eu, e então eu resolvi pesquisar e descobri que aconteceram vários assassinatos desse tipo, começaram há 10 anos, todos do mesmo jeito, garotas de 16 anos, corte no pescoço acertando a artéria, morte por hemorragia, todas limpas com boca costurada e abandonadas com algumas pose, em um beco qualquer. E o pior vem agora, eu descobri que houve dois assassinatos parecidos com esse nos últimos 2 meses, e pelas minhas contas o serial killer que investiguei matava uma garota por mês durante dois meses seguidos e logo depois parava por 2 meses antes de voltar à rotina de matança. Acredito que esse meio tempo era pra planejar a execução. 
— E quanto tempo esse serial killer atacou? 
— Exatos 5 anos. 
— Ai meu Deus! E se ele deu uma pausa de 5 anos e resolveu voltar agora? Tudo está se encaixando, Joey. E você falou com meu pai? 
— Então, esse é o problema. – Ele passou a mão nos cabelos e roeu a unha de um dos dedos da mão. – Ele não acredita nessa hipótese, disse que precisamos esperar. Porque serial killers não dão pausa, mas eu não sei...algo não se encaixa, mas o padrão é o mesmo. Quero acreditar na minha intuição. 
— Ele falou pra esperar? Meu pai tá louco? – Eu fiquei tão exaltada que me levantei. – Ele quer esperar que o assassino reapareça e mate mais alguém? 
— Calma, Ally. – Ele segurou minha mão e me puxou pra me sentar de volta. – Por um lado, ele precisa de uma coisa certeira, não pode simplesmente dar um tiro no escuro, ou abrir uma investigação só porque acha alguma coisa. Seria um risco pra carreira dele. 
— Mas nesse caso, as coisas estão claras. E se não resolverem agora, outras 28 garotas, 28 adolescentes inocentes, estão correndo risco de vida nesse exato momento. 
— Concordo com você. – Ele me encarou com um sorriso brincando nos lábios. 
— O que foi? – Perguntei curiosa. 
— Nada, só achei engraçado o fato de você ficar tão interessada no caso que chegou até mesmo fazer mentalmente a conta de quantas vítimas correm risco. 
— Ah para, nem foi nada brilhante. – Fiz uma careta e quis beijá-lo ali mesmo, enquanto ele continuava me olhando com o mesmo sorriso estampado. – Para de me olhar assim ou eu não respondo por mim. 
— Não vamos começar com gracinhas, estava tudo tão bem e então você com essa bobeira... – Seu rosto tomou uma feição séria e ele passou a mão nos cabelos. 
— Ok. Voltando ao assunto. Você não pode começar uma investigação por conta própria? – Perguntei encostando a cabeça no sofá. 
— Até posso, mas... 
— Então, faça isso, Joey! – Eu estava praticamente implorando quando ajoelhei em cima do sofá, dando pulinhos como uma criança diante de um monte de doces. 
— Seu pai me mataria se descobrisse. E eu não sei nem por onde começar. 
— Não tem nenhuma pista? – Ele sacudiu a cabeça negativamente. – Poderia começar procurando alguma coisa nas cidades onde ocorreram esses dois últimos assassinatos. — Seria uma boa ideia, mas não sei se deveria. 
— Acho que é um fraco. – Disse me sentando desanimada. Ele me olhou assustado pelas minhas palavras, seus lábios se entreabriram formando um “O” em espanto. 
— Como que é, mocinha? – Ele fez cara de bravo antes de começar a fazer cócegas em minha barriga, eu caí deitada e bati a cabeça no braço do sofá, o que me fez soltar um gritinho de dor, Joey ficou por cima de mim, se aproximando do meu rosto com a feição preocupada passando a mão onde tinha batido. – Me desculpa, pequena. 
— Eu tô bem. – Minha respiração estava desregulada e a situação de ter Joey sobre meu corpo, tão colado a mim me fez perder o ar mais ainda. Ele me encarou por alguns segundos, antes que eu passasse a mão sobre sua barba rala começando a aparecer, e ele sorriu pra mim. Eu jurava que meu sonho de beijá-lo iria se realizar, mas ele se afastou e se sentou novamente no instante seguinte, rindo da minha cara. 
— Sua cara de dor foi hilária. – Ele falou se concentrando na televisão que passava um jogo de futebol da Liga dos Campeões da Europa
— Ainda dói, você deveria tomar mais cuidado. – Fiz uma cara de dar pena em qualquer ser humano, menos em Joseph que me olhou ainda rindo da minha cara. 
— Foi um castigo merecido. – E deu uma piscada sexy, que juro me segurei pra não pular no pescoço dele e agarrá-lo ali mesmo, à força. 
— Quais times estão jogando? – Perguntei enquanto me ajeitava no sofá. 
— Paris Saint-Germain contra Chelsea. — Comecei a assistir junto com ele, esse era um programa que não fazia com muita frequência, só quando ele resolvia assistir no apartamento. O que acontecia sempre nas folgas dele, como naquela tarde por exemplo. Não era fanática por futebol, mas o fato de assistir com Joey deixava tudo mais empolgante. 


Estava sentada no terraço do prédio onde morava, gostava de ir para lá em dias de sol, ouvia algumas músicas e relaxava enquanto tinha a vista estonteante da cidade, como naquele momento em que o sol estava se pondo. Estava com os olhos fechados quando senti uma mão tocar meu ombro. 
— Oi, mãe. – Sorri ao ver minha mãe sorridente. 
— Querida, posso me sentar com você? – Eu assenti, tirando os fones de ouvido. 
— O que houve? – Perguntei enquanto ela se sentava. 
— Nada, só queria saber sobre seu aniversário. Falta só 1 semana pros seus sonhados 17. 
— Na verdade, tenho sonhado com os 18. – Eu ri, pensando em Joey.
— Claro, a maioridade. – Ela rolou os olhos e riu. 
— Mas o que você quer falar sobre o meu aniversário? 
— Andei pensando em fazer uma comemoração esse ano aqui em casa. Não fazemos isso desde seus 15 anos, lembra? 
— Claro, foi o dia em que... 
— ...Perdeu a virgindade com Edward depois da festa. – Ela colocou a mão no coração. – Nem lembre disso, pois lembro do dia seguinte em que seu pai quase teve um ataque ao ouvir você me contando, e eu tive que inventar uma história qualquer pra ludibriar a cabeça dele. 
— O que é a vida sem emoção? – Eu disse rindo e ela sacudiu a cabeça. 
— E então, o que acha da festa? 
— Acho o máximo! – Eu a abracei. 
— Vamos descer, precisamos falar com seu pai. – Eu já sabia das “regras”, nenhum garoto poderia vir, essa seria a primeira e eu riria debochada, nós discutiríamos... enfim, era o de sempre. 
Descemos e minha mãe contou ao meu pai que conversava no telefone com meu avô e já tratou de convidá-lo, assim que terminou a ligação foi até a mim e minha mãe que estávamos conversando na cozinha. 
— Então, vamos falar sobre essa festa. – Ele sorriu. 
— Garotos são permitidos, pelo amor de Deus. – Falei antes que ele abrisse a boca. – Da última vez você sabe que brigamos e acabei vencendo. Não existe isso de festa sem garotos, só na sua cabeça. Festa com garotas é noite do pijama. 
— Eu nem falei nada ainda. – Ele disse rindo mais ainda. – Só me preocupo com você, filha. 
— Mas exagera às vezes. – Minha mãe disse assentindo. Tinha uma aliada. 
— Estou em minoria, pelo visto. – Meu pai disse e ergueu as mãos se rendendo. – A festa é sua, só não quero receber uma reclamação do síndico do prédio. Me ouviram? Nada de muitos convidados, música muito alta e todas essas coisas que possam comprometer minha imagem no prédio. – Eu assenti e corri até ele, abraçando-o. 
— Amo você, paizinho. 
— Eu também, te amo. – Ele acariciou meus cabelos. – Só espero de verdade que nenhum idiota cruze seu caminho e machuque seu coração, e principalmente não quero que tenha a mesma profissão que eu. – Arregalei os olhos e me afastei. 
— O quê? – Cruzei os braços. – Agora vai escolher a profissão do meu namorado? 
— Pode ter qualquer uma, menos algo que envolva policial, porque sua vida estará sempre em perigo. Por exemplo, só por ser seu pai e policial, posso te colocar em perigo. 
— Não tem nada a ver essa historinha aí. 
— Tem tudo a ver, e agora não estou te exigindo, apenas te pedindo que não me dê essa preocupação eterna. – Mordi o lábio, mas não respondi. Não podia fazer uma promessa que já havia sido quebrada. 
A porta se abriu num rompante, e Joseph entrou com a expressão séria. 
— Me desculpe interrompê-los. – Ela olhou para mim e minha mãe, que simplesmente voltou a fazer o café que tinha começado. Eu me sentei, fingindo que não estava ali, mas eu fiquei ouvindo-os atentamente. – Eu acabei de receber uma ligação do James, ele prendeu um dos suspeitos envolvidos naquele sequestro, preciso de você pra irmos pegar o depoimento dele. 
— Justo no nosso dia de folga? – Meu pai reclamou, mas assentiu. — Enfim, vamos lá. – Meu pai pegou as chaves e deu um beijo em minha mãe antes de sair. Dei um suspiro e abaixei a cabeça, encostando-a no mármore frio. 
— Vamos tomar um café na sala? Acho que preciso conversar uma coisinha com você. – Minha mãe disse e eu apenas assenti. Algo me dizia que aquele papo não seria dos melhores. 
— Fala. – Disse assim que me sentei na sala de jantar. 
— Você está apaixonada. – Engasguei com o café ao ouvi-la. 
— De onde você tirou isso? – Ela me olhou e tombou a cabeça esperando que eu me rendesse. – Ok. Você ganhou. 
— Quem é ele? 
— Não quero contar. – Não iria contar tão cedo, essa era a verdade, mas relutava em aceita-la. Não poderia contar sem ter a certeza do apoio de quem eu gostava, e vamos combinar que conseguir que ele me apoiasse não estava fácil, amigos. 
— Mas me conte como se conheceram, por favorzinho. – Minha mãe agia como uma adolescente as vezes, eu adorava isso nela. 
— Eu o conheci já faz um bom tempo, mas só fui descobrir meus sentimentos há dois anos. Já era pra você ter percebido isso faz tempo. 
— Vocês eram amigos? Caramba, como não percebi isso antes? Dois anos não é pouca coisa. 
— Eu escondi esse sentimento durante um bom tempo, era meio que paixão platônica. – Ele mordi o lábio e brinquei com a borda da xícara de porcelana. – Mas agora eu não sei... apenas sinto que as coisas estão mudando. 
— Você acha que ele também gosta de você? – Ela bebeu um gole do café. 
— Sinceramente? Acho sim, mas ele apenas não quer admitir. 
— Ah, minha filha. – Ela estendeu as mãos e eu coloquei as minhas sobre as dela, entrelaçando-as. – Espero que você consiga fazê-lo admitir e que no fim seja muito feliz. É só o que quero. 
Eu não disse nada, mas tinha quase certeza de que se ela soubesse de quem se tratava não pensaria daquele jeito. Eu sentia que de alguma maneira, estava sozinha naquela jornada, pois tirando Lili, acho que ninguém iria concordar com aquele sentimento que tinha por Joey.


Durante a madrugada, eu quase sempre acordava com fome. Isso é normal, pois muitos são assim também. A graça disso tudo era que eu por algumas vezes tinha a sorte de encontrar o motivo pra me fazer sonhar pelo resto da noite. Aquela noite era uma desse tipo. 
Acordei com o estômago doendo de fome, era algo estranho, parecia que a só aumentava quando tentava ignorar. Me levantei e fui até a cozinha, ainda estava meio sonolenta quando ouvi a voz de Joey.
— Droga! Onde está o abridor? – Ele sempre dizia que a geladeira dele não tinha as comidas a minha mãe, e que somente isso saciava sua fome. Esse era o motivo de ir até meu apartamento e não comer em seu próprio desde que ganhou uma cópia da chave do nosso apartamento. Me aproximei da cozinha e fiquei olhando de um ângulo que ele não conseguia me ver, só eu o via. Eu estava segurando pra não rir da cena, ele com uma garrafa de cerveja na mão, sem saber como abrir. 
— Ah, claro! O truque que James me ensinou. – Ele tirou a arma e abriu a garrafa com o anel circundante que protege o gatilho. Eu entrei na cozinha enquanto ele estava de costas e fui até o armário pegando o abridor. Ele me encarava quando me virei pra ele, esticando a mão.
— Isso se chama abridor, serve pra abrir garrafas e desde que você se entende por gente sabe que ele fica aqui e não na gaveta em que estava procurando. É melhor do que a arma, ou pelo menos, mais seguro. – Ele me olhou e assentiu antes de se sentar à pequena mesa da cozinha. 
— Joey?
— Hum. 
— Posso te fazer uma pergunta? – Disse sorrindo. 
— Claro, sente aqui. – Ele deus dois tapinhas na cadeira para que me sentasse e assim o fiz. 
— Como perdeu sua virgindade? – Ele quase engasgou com a cerveja. 
— E você pode me responder que tipo de pergunta é essa? 
— Não sei. – Sorri e prossegui. – É o tipo de pergunta pelo qual simplesmente se espera uma resposta, assim como todas as outras. Aliás, tenho outra pergunta. 
— Não acha que ainda é meio nova pra esse tipo de pergunta? – Eu mordi o lábio, ele ainda achava que eu era virgem? Que fofo. 
— Não. Acho que sou bastante entendida do assunto. – Ele me olhou colocando a cerveja sobre a mesa e me olhou. 
— O que...o que quer dizer com isso? Porra, Ally. – Ele se virou e me olhou. – Com quem foi? Ele te machucou? – Rolei os olhos. 
— Foi bom, mas ele era só um garoto bobo de 15 anos. 
— Você perdeu a virgindade com 15 anos? — Assenti e ele coçou os olhos. – Eu não deveria saber disso, agora vou ter que esconder de seu pai e eu odeio esconder segredos dele. Eu já imaginava que talvez tivesse crescendo nesse aspecto, mas aceitar isso... não é tão fácil. 
— Quer saber como foi? — Eu perguntei. Era óbvio que não contaria, mas fiz de propósito e já esperava pela reação dele. 
— Não! Não quero saber. – Ele bebeu um longo gole da sua cerveja e se levantou indo até a geladeira pegando um pedaço da pizza fria de calabresa antes de voltar a se sentar. — Tudo bem. – Eu assenti. – Mas vou te contar uma fantasia que tenho, posso? 
— Alice. – Ele mordeu um pedaço da pizza e negou com a cabeça. 
— Gostaria de fazer em um lugar deserto durante a noite, dentro de um carro de polícia... Ele se levantou de uma vez, fazendo a cadeira se arrastar. 
— Você ficou louca? – Ele passou uma mão nos cabelos. – Vai parar ou quer contar pro seu pai sobre isso? – Dei de ombros, sabia que era uma ameaça em vão. – Não sei nem porque veio me contar isso, eu sou seu tio. 
— Não. – Eu me levantei também. – Você não é meu tio, não temos o mesmo sangue. Já te disse isso várias vezes.— Eu me aproximei dele. – Eu só falei isso com você porque... é mais velho, entende das coisas, e se eu fosse realizar essa fantasia, seria com alguém experiente. Preciso apenas da sua opinião, se minha fantasia seria interessante ou terrível pra alguém com mais idade do que eu. 
— Você não pode simplesmente querer um cara mais velho, tem que ter algo mais, Ally. – Ele segurou meus braços e olhava direto em meus olhos. 
— Claro que sei disso, quero que seja alguém que me trate com carinho. – Sorri e ele sacudiu a cabeça se afastando novamente. – E que tenha algemas... – Me aproximei dele e sussurrei. — ...E uma arma. 
— Alice. – Ele falou meu nome em um tom de desespero e pigarreou. — Chega desse papo, vou pro meu apartamento dormir. Boa noite.– Ele foi até a mesa, pegou a garrafa de cerveja e simplesmente saiu do apartamento. Só ouvi a porta ser trancada antes de começar a rir. Peguei um pedaço da pizza gelada e bebi o resto do refrigerante que tinha na garrafa mesmo. 
Eu havia decidido atacar, e sair da defensiva havia dois meses. Isso significava que estava no meu limite, simplesmente cansada de viver um amor unilateral. Precisava agir, de alguma forma fazer com que ele percebesse que eu estava louca por ele. 
Dois anos atrás eu havia começado a perceber que ele era mais do que um “tio”, e desde então o sentimento foi crescendo gradualmente até que chegasse na fase atual, em que só de vê-lo e saber que não poderia tê-lo e que isso era pelo simples fato de não ter tentado, me massacrava por dentro. Então, essa era a minha chance de mudar a situação e desde então aquelas brincadeirinhas de infância se modificaram, haviam se tornado perigosas, e eram todas no intuito de fazê-lo perceber que eu havia crescido e que estava ali, apenas esperando que ele percebesse o quanto eu o amava. 
E agora, com a ajuda da Hill, as coisas iriam mudar. Eu só não sabia se para melhor ou pior, mas não deixaria o medo de tomar uma decisão errada, me privar de fazer alguma coisa. 

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