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Isabel me acorda antes que Max chegue e me veja ainda dormindo para que não me faça um longo interrogatório que era de extrema valia na mente dele, apenas pelo fato de estar cansada o suficiente para ainda estar deitada mesmo sendo demasiadamente tarde.

Mic: Onde estavas ontem, Maybell? - pergunta assim que saio de meu quarto com seus olhos julgadores

- Estava no meu quarto como sempre, Michael. Onde mais estaria ? - sabia que ele desconfiava de mim e já fazia vários meses

Mic: creio que sabes do que estou à falar, Maybell.  Como teu irmão me preocupas demasiado portanto espero que não estejas procurando perigos - dou uma batinha em seu ombro

- Nunca fui moça para procurar perigos, Michael. Espero que não compartilhes preocupações desnecessarias com Maxiliam - passo por ele com toda postura que me tinha

Mic: Sabes que te amo mais que tudo, Maybell. - ele segura meu braço e vejo a preocupação existente em seu olhar

- Eu sei meu irmão, e lhe amo demasiado também mas confie em mim, nunca faria nada que pudesse ficar em perigo - volto e lhe dou um beijo na bochecha a ponta dos pés

Mic: Tua sorte é que és extremamente manipuladora, May - sinto ele relaxar e entrelaça seus braços nos meus enquanto vamos para mesa

Esperamos nosso irmão enquanto conversamos sobre suas proezas na academia, Mic não era chamado de gênio sem fundamento entretanto sua proeza para ficar com moças era relativamente maior mas não o julgo e nem as damas que caíram em sua lábia, meu irmão era belíssimo.

Max: Perdoem-me pela demora, a carruagem teve um problema para chegar até o palácio - seu rosto cansado entregava o quanto ele havia trabalhado esta noite

- Coitado de nosso irmão, não sabe o que é uma cama e acho que nem ao menos um banho - brinco e ele revira os olhos

Mic: Sua majestade não lhe deu folga ontem, irmão? - ele nega com a cabeça apenas, já que ele tentava não falar sobre o Palácio enquanto estava em casa

- Hoje irei na festa da duquesa Blumenau - os dois me encaram

Mic: Precisa que lhe escolte? uma dama não deveria ir sozinha, sim? - nego com a cabeça

- Deve ser uma festa apenas para damas, levarei uma de minhas donzelas - Max concorda com a cabeça

Mesmo cansado ele nunca perdia nossos cafés da manhã, já que era o momento mais certo que todos estariam em casa. As vezes conseguíamos jantar juntos entretanto era algo muito difícil, eles tentavam sempre estar a par de tudo que acontecia comigo. Eram meus orgulhos.

Max: Papai mandou alguma carta? - pergunta a Frederick

Frederick: Não senhor, sabemos a dificuldade que é a movimentação de cartas do norte até a capital por conta do grande clima frio - uma desculpa muito bem elaborada, Frederick mas todos sabíamos que papai não tinha se disponibilizado ou até pensado em escrever carta alguma para seus filhos, ele estava muito afundado no seu luto eterno. Sua preocupação era direcionada apenas para seus negócios e si próprio.

Mic: Até parece, o velho não teria a enorme necessidade de enviar uma carta para seus filhos,  não faz seu estilo - Com certeza, não fazia -E ele poderia apenas usar os pergaminhos mágicos que temos entretanto como já disse não é uma necessidade do nosso velho - termina seu café se levantando - creio que minha hora chegou, tenham um bom dia família.

Michael sempre teve raiva do nosso pai, acho que por Mic ser tão carinhoso como nossa mãe, essa falta de afeto demonstrada pelo papai deixa-o extremamente raivoso, mas não julgo nosso irmão...

Max: Perdoe-me May, mas preciso dormir, me acorde antes de sair - não iria, mas não prentendia negar sua petição

- Claro, meu irmão. Irei ser a mais bela - brinco e ele sorri com meu comentário astucioso

Max: Nunca duvidaria disso, quem teria rosto mais simétrico que o seu - isso não era bem um elogio mas eu aceitava

Meu irmão sobe para seu quarto, enquanto Frederick permanece em pé no canto da sala.  Leio o jornal enquanto termino meu chá, era ótimo ler o jornal e ver que o império estava em paz. Sou uma pessoa bem da paz.

- Frederick, pode me trazer todos os documentos da propriedade e os das minhas lojas - teria até às 14:00 para colocar alguns documentos em dia - Preciso do selo ducal, onde está?

Frederick: Deve estar na oficina do duque - odiava entrar na oficina de meu pai porém pela barreira da porta apenas sangue Regis poderia passar

- Irei buscar - abandono minha xícara de chá - Leve-os para a biblioteca - começo a caminhar em direção a oficina - Chame-o Sir Assis - ele concorda

Deixo-o para trás enquanto vou caminhando em direção a oficina que era o lugar que meu pai mais amava quando estava na capital, poderia ser pelas milhares de fotos de minha mãe pelas paredes ou porque ficava longe dos filhos, não sei ao certo.

Chego na frente da porta que passa quase todo tempo fechada, graças a magia que contém nesta sala continuava sempre preservada como se fosse limpa todos os dias. Passo pela barreira vendo os quadros de nossa mãe na parede, logo vejo o selo em cima de sua mesa.

Admiro a beleza da antiga duquesa que era sem dúvida enorme, era a mulher mais bela que eu já tinha visto e eu só me lembrava dela pelas pinturas, seu sorriso era enorme e brilhoso transmitia toda a felicidade dela naquele momento, um sorriso verdadeiro e lindo. Eu era totalmente grata por minha mãe ter me dado a vida mas me sentia abandonada por ela, sentia falta da mãe que eu nunca tive e do pai que eu teria se ela fosse viva. Saudades.

- Frederick, achei apenas este selo - entro na biblioteca vendo-o organizar os documentos - quais são os mais importantes?

Frederick: Está por onde de prioridade, milady - concordo com a cabeça e ele sai me deixando sozinha pois não conseguia me concentrar com pessoas ao meu lado

Revisando todos os documentos, e as finanças da casa que não estavam ocorrendo nenhum problema; apenas o fato de que se fazia necessário contratar mais criados. Deixaria esta tarefa para Frederick e para a chefe das criadas. A cozinha permanecia na paz, depois daquele escândalo mês passado.

A cozinha sempre foi o que mais detinha dinheiro em consideração as outras partes necessárias de nossa casa entretanto como meus irmãos sempre estão ocupados e papai na finca, pensaram que podiam enganar à mim, e mais da metade do dinheiro estava sendo roubado e era um grande circo. Quando cheguei a perguntar na cozinha, ninguém nunca soube de nada, até o dia que peguei as caixas que deveriam chegar com comidas, cheias de pedras.

Resultado: Alguns perderam suas cabeças e outras mandados embora.

Isabel: Minha senhorita, está na hora de se arrumar - nem percebi que havia passado tantas horas assim

- Separou o vestido que mandei, Isabel? - afirma com a cabeça - Ótimo, não irei usar espartilho ou nada que me incomode

Levantando-me deixo todos os documentos organizados, percebo que tinha resolvido quase todos, então teria um pouco de descanso merecido dentro destes dias. O que me daria uma boa margem de tempo para escapar.

- Espero que seja uma essência de rosas, Isabel. - odeio fragrâncias pesadas em meu corpo - Sou uma amante de flores.

Amada do ImperadorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora