Amada do Imperador

12

A música tocando sempre foi meu maior refúgio.
Estava procurando Diana na multidão em meio as rodas de dança, havia muitas crianças pelas ruas e todas com belos sorrisos estampados em seus rostos, eu abri um sorriso com aquela cena simples mas cheia de alegria... As crianças da nobreza nunca correria em público ou brincariam umas com as outras aleatoriamente, afinal tudo é poder.

- Onde você estava? - me viro quando escuto a voz de Diana nas minhas costas - Te procurei muito, mas chegastes em um ótimo momento afinal começaram agora - sou puxada sem conseguir pronunciar uma palavra

Vejo Fallmer vindo até a gente quando seus olhos encontram o meu e seu sorriso se abre instantaneamente enquanto continuo sendo puxada pela Diana, que estava completamente alterada, mas era apenas um detalhe ao qual com certeza neste momento eu ignoraria.

- Chegou agora, Bell? - Fallmer grita por conta do barulho alto e eu apenas confirmo com a cabeça - Vamos beber alguma coisa - Diana interrompe-o

- Se você pagar, com certeza irei - encara Fallmer e sorri - mas com certeza quem tem que pagar é você, afinal você é rico e eu uma mera comerciante

- Diana, tá bêbada ? - nega com a cabeça no mesmo momento

- ela está feliz, Fallmer. Então nossa obrigação é mantê-la viva - brinco com o mesmo porém sinto alguém me vigiando

Puta que pariu, procuro por todos os lados mas não vejo nenhum olhar conhecido então apenas rezo para que não seja meus irmãos ou o imperador, sinceramente não sei qual situação seria melhor para mim agora.
Mas mesmo com toda procura não vejo ninguém familiar mas a sensação continua.

Fallmer: Estas a procurar alguém? - escuto sua voz enquanto tenta acompanhar meus olhares

- Não apenas estava sentindo o olhar de alguém sobre mim - imagino que seja loucura de minha cabeça - mas deve ser por outros motivos que estou tão neurótica

Fallmer: Você tem muitos motivos, a única filha do duque em meio de roda, seria uma grande fofoca no meio social

- Creio que você nunca deixará tais rumores inundarem a capital, certo meu amigo? - sorriu para o mesmo que apenas nega com a cabeça

Fallmer: que tipo de amigo seria eu? certo? - seguro Diana em meus braços que estava com o sorriso de canto a canto

Diana me arrumava cada coisa, minha sorte era meus irmãos no baile e duvido muito que qualquer um deles voltem para casa hoje, felizmente conheço eles melhor do que ninguém. A sensação continuava mas decidi não me importar e apenas acompanhar a dança horrível de Diana.

O som tocava e a rua estava lotada com pessoas dançando enquanto tinha alguns bêbados pelas esquinas mas nada perigoso pois muita guarda do palácio estava de prontidão, minha sorte era que apenas o da ordem de serviço estar em rua
, ou seja, a ordem formada pelos melhores plebeus com manejo de armas de fogo e espadas, normalmente eles não usam mana em seus métodos de luta.

- Será que vai rolar este furdúncio até que horas? - não sei para que estava perguntando algo para alguém que estava fora de si

Diana: Até o raiar do sol, não vou para o centro amanhã - o jeito dela de dizer que pretende ficar mais do que a própria banda

- Nada disso, quando parar a música, vou te levar para casa - não podia deixar ela sozinha e bêbada entretanto não podia chegar em casa com o raiar do sol seria muita ousadia de minha parte - não posso ficar até o sol raiar, trabalho amanhã

Diana: duvido, eu nem sei com quê tu trabalha - sabia que ela tinha diversas dúvidas sobre mim mas ela nunca tinha perguntado nada

- Você quer saber sobre mim? - não vou mentir dizendo que queria contar tudo sobre mim a ela porque não quero, gosto do meu anonimato fora dos muros daquela mansão

Diana: Não faço questão, eu sei que não és uma pessoa ruim pois mesmo não tendo total certeza de sua vida, tenho certeza de seu caráter- dou um abraço na mesma

- Um dia - continuo o abraço e ela entrelaça seus braços em mim também

Fallmer se distancia para resolver alguma coisa com alguns outros rapazes e eu continuo com Diana no meio da roda. Vejo alguns rostos conhecidos que me cumprimentam mesmo de longe e eu retribuo com um sorriso enquanto Diana gritava.

Diana: Eu quero beber - nego com a cabeça - mas eu não tenho trabalho amanhã

- Mas não vou deixar você beber igual, quer sentar um pouco?

Nós saímos do meio da roda e fomos para alguma lugar decente para sentar, o que era quase impossível mas Diana sentou e eu fiquei apenas olhando o movimento que não era muito nesta parte da rua mas tudo bem. Ou não.

- Seria melhor ter ficado em pé - vejo alguns homens se aproximando

Diana: Eu conheço eles - eu até deveria me aliviar mas seu tom de voz não foi um tom amigo, ou seja, perigo - Eles são uns bêbados que tentam - interrompeu no meio de sua fala

- Então vamos, levanta - seguro Diana enquanto tento me afastar deles

- Corre não, donzela - escuto sua voz nojenta atrás de nós e quanto mais ando menos pessoas vejo mas sabia que ninguém ajudaria

Diana: Entra nesse beco, sai perto da minha casa - eu não queria usar magia defensiva pois era muito mana de uma vez

Enquanto corríamos a voz deles continuavam nós seguindo e eles riam, não sei como eles poderiam achar aquilo engraçado... A gente apenas estava sentada, sem mexer com ninguém, senti alguém me puxar e por um momento vi Diana mais na frente quando me virou.

- Não precisa correr mais, seria um disparate deixar que uma bela donzela corra desta forma - aquele bafo de cerveja poderia me deixar bêbada apenas com senti-lo

- Me soltem - me debato enquanto vejo Diana voltando - Não Diana, corre e procure Fallmer - grito o mais alto que posso

Vejo minha amiga às pressas sumir de minha vista, dois homens me puxam para um lugar mais afastado enquanto preparo todo meu mana para destruí-los mas alguém chega antes, puxando um dos homens que me agarrava e logo o outro desvencilhar-se de mim então vai em cima do homem ao qual não sabia a identidade mas vejo-o vencer facilmente aqueles dois homens.

Poderia dizer que estava nervosa pelo que me aconteceu mas não estava pois não estava em perigo, só não podia usar minha magia perto das pessoas, e sim tinha pessoas até alguns momentos atrás que não fizeram nada, mas claro que não esperava nada destas pessoas, afinal este ainda é o império de Dazzo.

- Devo um agradecimento à vosso senhor - curvo minha cabeça quando sua voz conhecida me chama atenção

Arthur: creio que sabes o que faz sentir-te livre, minha amiga - guarda sua espada me dando um sorriso calorouso

- Algo totalmente imoral? - minha voz sai num tom de brincadeira mas com um leve desespero

Arthur: Nada de imoral, apenas sua diversão e não fere nenhum conceito moral, pelo menos ao meu ver - encaro o mesmo que continua com seu sorriso - mas minhas visões não são bem aceitas entretanto não fazes nada errado

- Lhe agradecerei muito mais se nunca comentares com Michael o que vistes, sim? - um fio de esperança brota em meus olhos

Arthur: Nem cogitei tal hipótese, sei quanto Michael é antiquado quando se trata de Maybell Regis - bufo em resposta e ele gargalha alto - nunca veria nossa duquesa com tais atos num baile, por exemplo

- Claro, mantenho compostura. Meus irmãos são antiquados o suficiente para que eu não seja uma renascentista - ele dá apenas de ombros

Arthur: Mas estas bem? - pergunto

- Estou, não estava tão desesperada. Achas que estaria neste local sem ter plena consciência que poderia me defender

Arthur: Claro, você não é uma dama desprotegida - apenas sorrio