• Capítulo Dois •

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Victoria sentou-se na cama dura e sentiu uma lágrima rolar pela sua face de maneira lenta e dolorosa

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Victoria sentou-se na cama dura e sentiu uma lágrima rolar pela sua face de maneira lenta e dolorosa. A outra detenta com a qual dividia sua cela estava dormindo pacificamente e Victoria se perguntou se algum dia conseguiria alcançar aquele feito de dormir dentro daquele lugar, como se nada tivesse acontecendo, ou como se aquele não fosse seu pior pesadelo.

Já fazia um mês que estava ali dentro e cada dia que se passava, ela se sentia pior.

Cada dia a mais, era uma tortura pela qual ela nunca acreditou ter que passar em sua vida.

Em certos momentos, ela agradecia a Deus que seus pais não estavam mais vivos para vê-la naquela situação. Acusada de ser cúmplice de um assassinato junto com seu irmão. Aliás, seus pensamentos sempre iam de encontro a Lucius, porque sua mente sempre lhe fazia questão de lembrar das palavras dele para ela.

Os avisos sobre como aquela família poderia erguê-la na mesma velocidade que poderia destruí-la. Nos últimos meses de sua vida, Lucius estava sombrio e Victoria sabia disso, ele parecia guardar um segredo que o rasgava por dentro, que o consumia aos poucos, mas que ele tentava esconder de todas as maneiras sob uma fachada reluzente.

Mas nada no mundo faria com que Lucius planejasse a morte de alguém, ainda mais de alguém que ele sempre teve tanta afeição como Christopher. Mesmo depois de sair da Construtora Cavendish, Christopher fez questão de manter a amizade, porque o que eles tinham eram mais do que uma amizade comercial.

— Victoria Cavendish. — Seus pensamentos foram interrompidos pela voz grossa da carcereira. Ela era grande e forte, e provavelmente era a pessoa certa para conter brigas e coisas muitos piores que aconteciam naquele lugar. Victoria encarou a mulher de cabelos castanhos.

— Sou eu — ela respondeu em um fiapo de voz.

— Você tem visita. — A carcereira conhecida como Christine anunciou e Victoria não pôde segurar uma expressão surpresa.

Aquela era a primeira visita que recebia naquele lugar. Ninguém, além do advogado, a visitou. Os amigos do mundo da moda, os amigos de Christopher que se tornaram seus amigos, não houve nem sinal deles. Todos sumiram. E principalmente, nenhum membro da aclamada família Cavendish se deu ao trabalho de visitá-la ou perguntar se ao menos ela estava viva.

Seu advogado era horrível, mas foi o único que aceitou pegar a causa dela. A verdade é que o homem de cabelos grisalhos não parecia muito interessado em ajudá-la, pois até mesmo algumas das prisioneiras alertaram Victoria de que ela provavelmente deveria estar fora dali, pois não havia provas suficientes de que ela estava ligada ao assassinato. Ela deveria estar livre naquele momento, mas nem mesmo a oportunidade de ir ao enterro de Christopher lhe foi concedida.

Victoria se levantou da cama, e caminhou de maneira automática até a porta da cela que foi aberta por Christine. Logo Victoria foi algemada e começou a acompanhar Christine pelos corredores brancos e bem iluminados da prisão.

Doce VenenoWhere stories live. Discover now