One step... two steps

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Remus estava feliz em ter mais trabalho do que poderia dar conta na semana do casamento, assim, tinha os pensamentos tomados e pouquíssimo tempo. Era perfeito para alguém que está fugindo de si mesmo. Lilian ligava quase todo dia e ainda não sabia o que a ida até o ateliê de Edith tinha causado, mas pareceu desconfiar que não foi assim tão tranquilo para ele passar aquele tempo com Sirius.

De qualquer forma, o casamento estava chegando, finalmente. E não que Remus estivesse cansado de ajudar os amigos, longe disso, só precisava encerrar aquelas interações forçadas com Sirius e como havia dito na noite do primeiro ensaio, não precisa vê-lo nunca mais.

Era o que queria. Ao menos ele repetia para si mesmo como um mantra todos os dias.

Na sexta-feira teriam o último jantar de ensaio, no sábado, o tão esperado casamento e no domingo, apenas formalidades de um café da manhã para os convidados mais próximos. E fim! Remus mal podia esperar por essa parte.

[...]

Sirius estava no escritório da construtora, mesmo que sua mente não conseguisse se concentrar e a senhorita McGuinnes tivesse que chamar por ele pessoalmente para receber um novo cliente, já que ele não atendia ao telefone.

— Senhor Black — ela disse baixinho, como se fosse perigoso despertá-lo. — Os senhores da Yard Company já estão aqui.

Sirius piscou ao percebê-la e tentou sorrir, já que a menina ainda parecia ter medo dele.

— Pode mandar entrar, Minnie. Obrigado.

A reunião foi chata e burocrática, Sirius ainda odiava fazê-las, mas, desde que assumiu o novo cargo na empresa, há seis meses, ele vem tentando entender que nem só de prazer é feita a vida.

Além disso, com o casamento muito próximo, sua concentração estava baixíssima, porque tudo que ele queria pensar no momento era em como seriam aqueles três dias e como ele lidaria com o sentimento que o corroía cada vez que estava com Remus Lupin.

Era como estar preso entre correr e lutar. Esperar o fim do evento todo e correr para longe e esquecer de uma vez, ou lutar pelo que seu coração nunca deixou de querer. O problema era que ele sentia cada dia mais que seria uma batalha perdida, já que a outra parte estava pronta para correr.

Quando os senhores da Yard saíram, Sirius recebeu uma ligação de James, perguntando como estavam as coisas e se ele estava preparado para sexta-feira. Ele acabou não mentindo dessa vez, apenas falou que faria tudo certo e que James não precisava se preocupar. Mas não era isso que o preocupava, e ele bem sabia disso, o Potter era um bom amigo e sabia como o coração de Sirius funcionava.

— Só não deixe que as coisas fiquem ácidas entre vocês tão rápido. Você sabe como ele é esquentado de primeira, depois passa... — ele comentou.

— É, eu sei, mas é difícil não me irritar com o desprezo dele.

— Sirius, qual é! Remus não te despreza.

— Você diz isso porque não percebeu o jeito como ele me olha.

James suspirou.

— Ele tem medo, Sirius, e se quer saber mesmo o que eu acho — ele disse, num tom de quem desiste de se segurar. —, ele ainda te ama tanto que não sabe como dar um passo para trás e recuperar tudo.

Sirius não disse nada por um tempo, porque acreditar nisso não era muito inteligente de sua parte.

— James, preciso voltar pro trabalho. Eu te vejo sexta, certo?

— Certo, Sirius... te vejo sexta — respondeu, apenas aceitando o silêncio do amigo.

Naquele momento, Sirius não reclamaria de mais uma reunião dupla cheia de burocracia.

About Time | WOLFSTARWhere stories live. Discover now