Capítulo 2 - Tyler

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Tyler, é um amigo camponês que tenho.

Na época em que éramos crianças, eu estava brincando no jardim do palácio, ouvi uma voz atrás do grande muro que era fina e infantil como a minha, perguntei quem era...

— Quem é digo eu! Não tenho permissão para falar com pessoas que não conheço... Se é que você é uma pessoa... — Ele disse.

— Tá... Mas se eu disser quem sou, você me diz quem você é?

— Hmmm... Talvez... Mas só se eu tiver certeza de que você é uma pessoa, aí está tudo bem...

— Ok... Meu nome... É... É... É Angel — Fiquei insegura de falar, se ele descobrisse que eu sou a...

— VOCÊ É A PRINCESA?! — Ih... Tarde demais... Hihi...

— Quem disse?!

— Meus pais disseram que o nome da princesa é Angel, todo mundo do reino sabe...

— Oh não... Descobriram a minha existência então?

— Ah sim...

— Quem são seus pais?

— Eles trabalham na Vila Happening, vendendo frutas, e umas tortas de frutas muito bonitas, tem vegetarianas também...

A Vila Happening é como se fosse uma praça, só não se chama Praça Happening porque tem o tamanho de uma vila, onde os camponeses e aldeões vão fazer comércio e comprar mantimentos, mas também é um lugar onde a nossa população expressa a sua cultura e arte, todas as vezes que vou para lá é muito emocionante, é... Lindo. Fica praticamente em frente ao palácio, eu consigo ver as pessoas conversando da minha janela, e da janela dos corredores também.

— Ah você pensa que esqueci? Qual que é o seu nome?

— Oh não... Pegou-me de jeito... Meu nome é Tyler...

— Prazer Tyler.

— Prazer Angel.

Depois disso tinha um buraco pequenino no muro... Ele colocou um pergaminho de carta lá dentro, e enfiou o mais fundo possível. Consegui pegar o pergaminho...

Você usa vestido de princesa brilhante? Minha mãe disse que sempre quis um... E... Mais uma pergunta... Você não estaria tomando chá com outras princesas ou fazendo aulas de etiqueta uma hora dessas?

Soltei uma rizada, ele disse que não fez uma piada, e que se eu quisesse, ele poderia contar uma piada também...

— Não, haha, não é isso. É que não consigo entender como uma pessoa como você sabe dessas coisas...

— Eu escuto muito por aí, sobre essas coisas de princesa... Tem muitas histórias com princesas...

— Ah, entendi.


Por muitas vezes que nos comunicávamos, a gente conversava por esse buraco, eu não saía muito do castelo, e nem saio, então a gente conversava por esse buraco mesmo, às vezes quando ele não podia conversar muito, ele colocava um pergaminho de carta e eu lia no meu quarto.

Passado algum tempo, quando eu tinha uns 12 anos, estava super entediada no jardim, sentada no gazebo, pensei sobre como seria legal ir até a Vila Happening. Há um tempo, antes desse dia, eu tinha ganhado uma roupa que as criadas fizeram para mim, usava para ir às minhas aulas de esgrima, que tinha, e ainda tenho, escondida (principalmente do meu pai). Corri para o meu quarto, vesti essa roupa, e pedi para as criadas que ficavam no meu quarto e/ou perto dele, uma capa. E sai, no meio da luz do dia, e fui pra Vila Happening. Passei pelos guardas do palácio, que estavam guardando a porta, e me identifiquei como faxineira estagiária, eles ficaram um tempo conversando, pensando, e para o meu alívio me liberaram.

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