Capítulo 5 - Borderline

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Adentrando na floresta, estou, junto com a Scarlett e seus amigos, a caminho de Borderline, a aldeia dos indígenas da fronteira.



Fui lá pela primeira vez quando tinha quase uns 14 anos. Quis explorar a floresta e fazer um acampamento, já que nunca vivenciei essa experiencia, antes desse dia, é claro. Em seguida, conheci a Scarlett, ela estava procurando frutas com a mãe dela, a senhora Ava. No começo, a senhora Ava perguntou quem eu era, com uma lança em uma das mãos, e tudo o que disse foi apenas a verdade, estava apenas acampando, porque queria entrar "em contato com a natureza", conhecê-la. A senhora Ava disse que sabia que as minhas palavras eram verdadeiras, e também disse que essa era uma época ruim para acampar pois os lobos da floresta caçavam mais, muito mais, e então, para que ficasse mais segura, elas me levaram para Borderline.

Os indígenas da fronteira de Borderline ficaram meio inseguros com a minha presença, mas logo se acostumaram. Naquele dia também conheci o Neo, um garoto indígena de Borderline, ele e a Scarlett me contaram sobre diversas histórias e lendas de Borderline, e me ensinaram o código de confiança deles, bater duas vezes às mãos perto do rosto, algo semelhante a palmas, mas somente com os dedos e ao redor das palmas das mãos, como se fosse palmas ocas, e em seguida alongar os dedos e os estalar uma vez, assim poderia ser identificada como uma pessoa de confiança, ou até mesmo uma amiga deles. Os visitava semanalmente, e quando tinha muitas tarefas, mensalmente, e como agora está vindo a coroação do meu irmão, eu não saía muito do castelo nem por mil barras de ouro, (não os visito faz meses, então todos nós mudamos, digo, aparentemente) pois a segurança estava cada vez mais reforçada, e estava começando a ter o dobro de tarefas. Então, agora, muitos dos indígenas da fronteira não se lembravam de mim.


Depois de muitas árvores e muita mata, chegamos a Borderline, na minha ausência tinha ficado mais bonito e colorido, muitos jovens haviam crescido, assim como a Scarlett também. O local era cheio de árvores, crianças brincavam com seus brinquedos, ou corriam de um lado para o outro, havia alguns adultos que pintavam suas ocas com suas tintas naturais, a Hollow & Color está no mesmo lugar que sempre esteve, a Hollow & Color é como se fosse um local onde todos os indígenas da fronteira vem fazer suas pinturas corporais, já fui lá uma vez, a sensação da tinta na pele é muito engraçada, a tinta é até um pouco gelada.

— Angel? Oh, Angel!

— Neo? Olha só, oi Neo!

— Nossa, como você está diferente!

— Não, é você que está mais alto!

— Sim, sim, pode ser, aqui muitos colegas me falaram que eu cresci muito mesmo, hehe. Então, o que te traz aqui?

— Eu estava explorando a floresta, houve uns acontecimentos no castelo, principalmente no reino, e não consegui ficar parada olhando, tive que agir.

— Que acontecimentos? — Diz alguém.

— Oh, senhora Ava! Que bom te encontrar!

— Que bom te encontrar também, Angel!

— Ah mama, ela poderia explicar mais tarde na hora do jantar! Estou tão feliz por poder ver ela de novo, queria ter um tempinho para passar com ela! Por favooor... — Diz Scarlett.

— Tudo bem, vou avisar os nossos colegas que uma pessoa especial está aqui para fazermos uma janta de boas vindas! — Fala a senhora Ava.

— Yey! Vem comigo Angel! — Scarlett celebra.

A Scarlett me puxa rapidamente e sai correndo, corro tentando acompanhá-la.

— Ei! Espera Scarlett! Só um minutinho. — Digo.

— Ok, mais vai rápido! — Diz ela pulando agitada.

Vou na direção do Neo, que continua parado no mesmo lugar de onde a gente saiu, mas aparentemente depois que a Scarlett me puxou e saímos correndo, ele se virou na direção oposta, e começou a andar, não deixei ele dar um passo.

— Neo! Desculpa ter te deixado aqui sozinho, olha que indelicadeza minha, nem perguntei como a sua família está, me desculpe, de verdade!

— Ah, tudo bem, eu já iria sair para caçar mesmo, e... Eu estou bem, minha mãe está melhor, meu pai está melhor do que nunca. — A mãe do Neo esteve doente nesses últimos meses, e seu pai ficou muito abalado por conta disso, é bom saber que os dois estão bem.

— Oh, que bom que vocês estão bem! Te vejo no jantar então? — Pergunto.

— Sim, vamos tentar pegar a melhor carne para você!

— Hmmm, já me deu fome, hahaha! Bom, até!

— Até...

Saio e vou em direção a Scarlett.

— Nossa! Eu nem acredito que você está aqui! — Diz Scarlett.

— Nem eu, haha! — Respondo.

— Então... O que posso fazer por você?

— Hmmm... Não sei...

— Vaiiii, fala.

— Falar o que?

— Que algo de estranho está acontecendo e que você está doida pra contar!

— Hmmm... Por onde eu começo?

— Pelo começo já não seria mais óbvio?

— HAHA! Tem razão.

— Eee...

— O que?

— CONTA, ORAS!

— Ok...

Mais tarde, depois de acabar com a curiosidade da Scarlett com os acontecimentos mais recentes no palácio (e durante o bate-papo ela, incansavelmente, ia perguntando se o meu irmão tinha ficado mais bonito – sinceramente não sei o que ela vê nele), já anoitece.

— HORA DA JANTAA! — Um índio da fronteira grita.

Protective PrincessOnde as histórias ganham vida. Descobre agora