Casei com a morte

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Lisa

Suas palavras estavam rodeando minha cabeça, ainda estática sem acreditar naquele absurdo.

-Oque Leonardo Mourão não faz por dinheiro né- falei sarcástica

-Você me respeite, ainda sou seu pai-

-Quer falar de respeito? Um homem que vendeu a filha por causa de uma aliança estupida. Um ser que trocou a família pelo dinheiro, sinceramente eu tenho pena de você, minha mãe teve sorte de enxergar o homem que você é há tempo- falei me levantando e indo a porta

-Eu só fiz isso porque se não o conselho ia escolher um velho nojento pra você se casar, e o Apollo nem é tão escroto assim- falou se levantando

-Há então você não me vendeu e sim me propôs pra ser noiva de outro ser que eu nem conheço?- não estava acreditando naquilo.

-Não foi bem assim, você sabe que mulheres da máfia tem que se casar novas- respirei fundo e fui na sua direção

Fiquei na sua frente e o olhei seria e fria.

-Não me interessa se eu tenho ou não que me casar cedo ou tarde, você falou por mim em um debate, e nem vem querer falar que é mentira que eu conheço o conselho, torça para o meu "noivo" não ser um babaca, por que se não vai os dois pra vala- meu sangue pusava de raiva.

-Está me ameaçando, Lisa?- comecei a rir da sua cara.

-Esqueceu que eu tenho o seu sangue? Eu não ameaço, eu aviso- e sai.

Já na sala chamei o Claudio

-Me chamou Lisa?- dês de pequena Claudio cuidou de mim, como um pai pra mim por isso a intimidade entre nois.

-Vamos treinar- vi seus olhos arregalar

Eu só treino com ele quando estou com raiva.

Fomos pra sala de treinamento, tinha alguns alunos e alunas treinado, sim também tem mulheres aqui. Quando me viram abaixaram a cabeça em sinal de respeito não por eu ser filha do patrão deles e sim porque eu já lutei com todos e ganhei a luta.

Claudio já tinha tirado o terno e arregaçado as mangas da camisa, me coloquei na posição de luta e ele também.

Todos já tinham parado o treino e ido pra lateral da sala, tipo uma plateia.

Primeiro ele veio com um murro de direito que logo desviei, lhe dei uma rasteira fazendo-o cair de bunda no chão.

-EU NAO DEIXAVA- gritou os alunos.

Segurei o riso ao contrário dele que começou a rir, não aguentei e ri também.

Me recompôs, abaixei rápido e lhe dei um soco forte na costela e no rosto fazendo a turma ficar em silêncio, nesse momento lembrei do passado.

Lembrei da briga deles por causa que meu pai não largava o trabalho pra dar atenção nem pra mim nem pra minha mãe, lembrei quando ele me obrigou a treinar quando eu tinha 5 anos só parei com 10 anos porque eu fui embora pro nordeste, lembrei da minha primeira decepção quando a única garota que chamava de amiga me traiu contando um segredo meu pra a escola toda.

Voltei a realidade quando senti um par de mãos grandes nos meus pulsos, olhei pra Claudio e seu nariz escorria sangue e sua testa tava sagrando também.

Levantei e estendi minha mao pra ele, chamei Clara pra ajudar o seu querido crush nos machucados.

Fui pro quarto, tomei um banho e vestir uma roupa bonita pra comprar mais livros, os que eu trouxe já terminei de ler.

Arrumo meu cabelo pra ele ficar com volume e ao mesmo tempo não perder a definição. Fiz só um deleniado e passei lip tint.

Desci indo para a cozinha, encontrei lá Claudio e Clara quase se beijando quando me viram se separaram imediatamente.

-Desculpa interromper o quase beijo de vocês, eu só queria que a Clara fizesse um curativo nas minhas mãos- falei em um tom baixo e calmo.

-tudo bem menina Lisa, vem deixa eu fazer um curativo nessas mãos- falou Clara um pouco vermelha

Vi que Claudio ia sair e logo falei

-E você Claudio vai ficar e terminar a conversar de vocês- falei enquanto tinha as mãos em faixadas.

-Ja terminamos de conversar- falou ele vermelho igual pimentão.

-Nunca minta para um mentiroso- falei saindo da cozinha.

Peguei as chaves do meu carro e fui para a garagem.

No caminho em direção a livraria coloquei uma música pra distrair, fiquei tão empolgada com a música que não percebi quando um homem entrou na frente do meu carro. Só ouvi o barulho de algo batendo com a Raquel( sim eu coloco nome no meu carro).

Deci rápido pra ver quem era.

Um moço muito bonito, alto, cabelos longos deitado no chão.

O lá em casa.

Me abaixe pra ver sua pulsação, estava normal mas ele estava desacordado. Coloquei minhas mãos em seu rosto, estava muito quente. Coloquei sua cabeça no meu colo.

-Moço, ei acorda- comecei a chamar por ele- Ei mermao a gente tá muito longe do hospital, acorda vai- mas nada dele acorda

Pronto a princesa entrou em sono profundo.