Universitário estranho.

Um mauricinho querendo encantar Jung Hoseok.

As horas passaram como um sopro qualquer; como uma ventania de ar quente que hora ou outra surgia naquela estação calorenta. Já eram dezessete horas da tarde e o sol estava começando a se pôr no horizonte, em meio das nuvens e do céu incrivelmente azulado e brilhante. A temperatura não passava dos trinta graus, com a sensação térmica morna; perfeita para quem não gostava de muito calor e nem mesmo muito frio.

Nos corredores do hospital Saeroun Gihoe as pessoas caminhavam tranquilamente, sem pressa alguma. Todos os pacientes encontravam-se em um grande quadro de melhora, sem sangue jorrando para os lados, respirações aceleradas e choros altos, apenas tudo em silêncio. A casa de saúde ainda não tinha liberado o pequeno Jeongin para voltar para casa – este que segundos atrás havia adormecido –, já que Taehyung pedira que fizessem uma bateria de exames no garoto; ninguém nem pensara em desobedecer o jovem-adulto, apesar, ele era o dono de tudo aquilo, de todo o hospital, literalmente.

Contudo, para a sorte de quem esperava ansiosamente os resultados, o Jung estava cem por cento saudável.

Mantendo os braços cruzados em frente ao peito e uma expressão serena no rosto, Taehyung olhava para os quatro sentados em seu carro com atenção, talvez os admirando. Hoseok, que estava mais próximo do Kim, segurava Jeongin em ambos os braços, beijando seu rosto sutilmente enquanto o acariciava com cuidado, como se o filho fosse de porcelana. Jungkook, perto da janela, segurava nas mãos uma grande bolsa de maternidade já um tanto surrada, deixando de segundos em segundos suspiros cansados escaparem de seus lábios pálidos e machucados. E, por fim, Minho olhava para o irmão mais velho com os olhos opacos; abatido com o estresse que passara logo pela manhã.

Conseguindo avistar sua casa não muito longe de onde estavam, Taehyung arrumou-se no banco e bocejou. Estava esgotado, totalmente acabado; ele precisava urgentemente de uma boa noite de descanso. Passando a mão por seus fios loiros, jogando-os para trás, o Kim mirou seu olhar para Hoseok e percebeu que o mesmo tinha os lábios em um perfeito "o", olhando atentamente as mansões que passavam depressa sob o vidro, deixando-o ainda mais perdido e atordoado.

Taehyung não o julgava, apesar, sabia que o Jung não via todos os dias casas como aquelas.

Percebendo o motorista parar em frente à sua casa, o Kim nem disse nada, somente abriu a porta do carro e ajudou Hoseok a descer, tocando discretamente em sua cintura e o puxando para mais perto. Observando o rosto adormecido de Jeongin, Taehyung pediu para que Minho e Jungkook ficassem ao seu lado, porque tinham chegado em casa.

A casa, quer dizer, a mansão de Taehyung tinha três andares, com um design igual a das outras moradias do condomínio, mudando apenas as cores, que eram de tons modernos: preto, cinza e branco. Um jardim grande e cheio de flores dava uma boa aparência para a residência, deixando-a ainda mais bonita e fascinante. Na parte da frente, tinha somente uma extensa porta esbranquiçada de entrada, e algumas janelas detalhadas, dando uma perfeita visão para dentro da casa, que parecia ser ainda mais charmosa e chamativa. Não podendo esquecer também do pequeno portão de ferro ao lado esquerdo que levava para um dos quintais, que continham uma grande piscina de chão e uma churrasqueira.

Hoseok, e muito menos Jungkook, imaginavam que existia uma casa daquela forma.

— Hyung, tem piscina... — Minho sussurrou para Hoseok, que arregalou mais os olhos do que outrora, conseguindo ver parte do que o irmão tanto falava.

— P-Piscina? — Jeongin manhou, bocejando e abrindo os olhos, mirando para o rosto do pai.

— Tem... piscina? — Jungkook também questionou, surpreso.

— Claro que tem piscina. — Taehyung disse, rindo, contudo, logo voltou a postura normal quando Hoseok cerrou os olhos em sua direção, se sentindo ofendido pelo tom debochado do mais novo. — É, sim, tem piscina. Mas ela está parada faz um tempo, enjoou.