A presença de Shim Jaeyoon, Nishimura Riki e Park Sunghoon tinha sido solicitada e Heeseung passou o resto do dia se preparando para o interrogatório. O cansaço era perceptível em sua face, os cabelos estavam bagunçados e os olhos estavam quase se fechando. Era quase meia noite, e todos da delegacia já tinham ido para casa já que os funcionários que iriam ficar de plantão na madrugada tinham chegado. O único que não teve pausa para absolutamente nada foi o detetive Lee.
Ele optou por dormir em sua sala, que de fato, não é nenhum pouco confortável. Porém, não tinha como ser exigente na situação que o rapaz se encontrava. Fazia semanas ㅡ ou meses ㅡ que Heeseung não dormia direito, e é isso o causador de suas dores de cabeça e estresse constante. Aquele caso está acabando com ele.
Cansado, atormentado e chateado. É assim que o detetive está se sentindo. A pressão e a responsabilidade que tudo e todos colocam em suas costas trazia lembranças que ele fazia questão de esquecer se fosse possível. Mas, quando o desespero da mãe de Kim Sunwoo e a morte repentina da mãe de Yang Jungwon invadem a sua mente, a motivação e a determinação vêm à tona novamente. O Lee estava preso nesse ciclo de questionamentos negativos e sair dele não é tão fácil quanto parece…
(...)
O sol do meio-dia estava raiando lá fora enquanto Noah e Heeseung aguardavam a presença dos três indivíduos na sala de interrogatório. Tudo estava devidamente planejado; Os garotos vão ser colocados em salas diferentes para evitar qualquer contato ou troca de informação entre eles no perímetro da delegacia e o detetive Lee iria interrogar pessoalmente um por um. Claro, aquilo poderia durar muito mais tempo do que o esperado, e todos os três teriam que se submeter ao polígrafo. Um processo demorado que pode mudar o rumo das investigações.
A porta da sala fria e sombria se abriu revelando um dos guardas de plantão naquela tarde, juntamente com um garoto de madeixas loiras, roupas confortáveis usadas no dia-a-dia e sua estatura é definitivamente alta. A expressão em sua face demonstrava medo e aflição.
É ele: Nishimura Riki.
ㅡ Boa tarde! Você deve ser o Nishimura Riki, certo? ㅡ Perguntou o detetive, o cumprimentando com um aperto de mão. Nisto, ele percebeu que Riki carregava em suas mãos um ursinho de pelúcia, e fazia carinho nele mesmo. Aquela cena pareceu um tanto bizarra e assustadora,aliás, Nishimura estava perto de completar seus dezesseis anos de idade e era estranho ele carregar uma pelúcia por aí. Obviamente, o Lee questionaria esse ato. ㅡ Esse ursinho de pelúcia é seu?
ㅡ É sim… O nome dele é Sunoo. Ele é minha única companhia desde que meu amigo se foi. ㅡ Respondeu.
ㅡ Entendo… Sinto muito pela sua perda.
ㅡ Todo mundo sente.
ㅡ Onde está seu advogado?
ㅡ Eu não matei ninguém, tampouco preciso de alguém pra me defender. Já sou grande o suficiente para me defender sozinho. E também, irei responder todas as suas perguntas, senhor detetive.
“É grande o suficiente e anda por aí com um ursinho de pelúcia.” Pensou Heeseung.
ㅡ Se tu dizes… Sente-se. ㅡ O detetive encarou o japonês e de quebra, o ursinho de pelúcia. Aquela situação era bizarra! ㅡ Realmente não tem algum responsável para te acompanhar? Você é menor de idade e eu não posso passar por cima da lei.
ㅡ Já que não tenho escolha… O delegado Park Jongseong pode entrar?
Por um momento, Heeseung ficou sem reação. Riki conhecia o delegado Park?
ㅡ Vocês se conhecem? ㅡ Perguntou.
ㅡ Mais ou menos… Ele é um amigo próximo da minha mãe.
Noah saiu da sala para chamar Park Jongseong. O Lee ficou bastante pensativo sobre o que tinha acabado de descobrir. Se o delegado conhecia Nishimura Riki, o mínimo que ele deveria ter feito era contar para a equipe que estava conduzindo o caso, de certo, isso iria poupar esforços para entender o comportamento de Riki em casa e com ele também.
Assim que o Park adentrou a sala, Noah optou por sair de lá e observar tudo do outro lado através do vidro escuro que tinha no local.
ㅡ Podemos começar?
ㅡ Claro. ㅡ Nishimura sorriu.
ㅡ Você era um amigo próximo de Kim Sunwoo, certo? ㅡ Riki assentiu. ㅡ Como era o comportamento dele com você e com as pessoas ao redor?
ㅡ Para começar, nós chamávamos ele de Sunoo… Ele realmente era um bom amigo. Nunca o vi tratando os outros com desdém e sempre ajudava os colegas de turma. Sunoo também tirava notas altas em todas as matérias. A única coisa que ele não se dava muito bem era relacionamentos amorosos. ㅡ Lembranças daquela amizade tão especial começaram a invadir a mente do Nishimura. ㅡ Ele me tratava muito bem e nunca brigamos. Eu… Sinto a falta dele.
ㅡ Eu sinto muito... Imagino que a amizade de vocês era incrível. ㅡ Heeseung entendia a dor de Riki e admirava a maturidade que ele tinha mesmo tão novo. ㅡ Poderia me dizer onde você estava no dia do ocorrido?
ㅡ Na casa do Sunoo esperando ele chegar. A mãe dele e o irmão mais velho podem confirmar isso. — Nishimura respondia as perguntas rapidamente, sem pensar muito. O detetive decidiu que o japonês não precisava se submeter ao polígrafo, visto que havia verdade no que ele falava. Heeseung não deixou de notar que o delegado Park Jongseong ficou calado e de cabeça baixa durante todo o processo do interrogatório. Isso com certeza era estranho, já que Jongseong tem a mania horrenda de intervir nas investigações do Lee… Então, o modo como ele agiu não foi normal. O Park estava tentando manter as aparências na frente de Riki, ou se sentiu pressionado em relação às perguntas feitas.
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Street 419 - ENHYPEN
Mystery / ThrillerQuando dois jovens são encontrados mortos em um terreno abandonado, o detetive Lee Heeseung se vê desafiado pela falta de provas e testemunhas do assassinato. Sob a pressão da imprensa e de seu chefe, Heeseung decide investigar as últimas pessoas qu...