Cap.7: Day 1

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Atlanta - GA

P.O.V Angel 06:52 a.m.

O sono que era pra ser de beleza se tornou de terror! Não consegui pregar a pálpebra a noite toda depois da conversa com a Sarah. Me perguntei inúmeras vezes olhando pro teto gessado do meu quarto se ela mentiria a esse ponto pra me atingir. Depois de pensar o bastante e considerando que não fazia o menor sentido após 4 anos ela me encontrar e falar isso, eu realmente acreditei.

Se o Justin estava realmente vivo durante esse tempo porque ele não me procurou? O que aconteceu pra ele sei lá, me excluí da sua vida? O que eu fiz pra ele? Essas eram as perguntas com sentimento de culpa que eu carregava depois de saber da verdade, porque outra explicação não me tinha na cabeça. Pensei também no fato dos seus amigos não o mencionarem em momento algum e isso foi o que mais me deixou confusa.

Os convidei pra virem aqui em casa porque senti falta de todos. Demonstrei o que pude como forma de amizade perante a eles e saber que todos olharam pra mim por dois dias, tocamos em assuntos semelhantes e nenhum teve a consideração de chegar pra mim e falar "Oh, Angel. O Justin tá vivo".

Era tudo doloroso. Saber disso, saber que esconderam isso de mim e saber que ele esteve vivo durante esse tempo e não me procurou.

Era quase 7hrs da manhã e eu já começava o dia chorando. Sequei os olhos no edredom da cama e me levantei vendo o Aster curtindo aquela velha preguiça no tapete perto da poltrona.

— Bom dia, meu raio de sol. — Peguei ele no colo e juntos saímos do quarto. A casa estava silenciosa por completo, o papai com certeza não devia ter acordado.

Fui pra cozinha preparar o café da manhã. Precisava está no Fed às 8hrs e até lá tinha muita coisa pra fazer. Coloquei a ração do Aster na sua vasilha e abri o armário logo a cima, procurando a aveia. Iria fazer umas panquecas de banana com aveia e frutas, pelo menos eu queria com frutas.

Fiz a mistura numa vasilha levando as bananas amassadas, dois ovos, duas colheres cheias de aveia e um pouquinho de cacau em pó. Após a massa ficar pronta despejei três colheres na frigideira em formas de bolinhos. Iria levar cerca de 2-3 minutos pra assar apenas um lado.

Fiz 15 panquecas no total e depois coloquei na mesa, jogando mel por cima. As ameixas e outras frutas vermelhas eu coloquei apenas no meu prato. O Carl não gostava de frutas vermelhas, então. Fiz também um café amargo e fervi o leite de caixa. Depois assei pães na torradeira e abri a geladeira, tinha frango desfiado em um recipiente. Aproveitei e fiz uma mistura com requeijão, milho verde e salsinha, tipo um recheio para comer com os pães.

Quando postei a mesa o Carl surgiu na cozinha já pronto. Com certeza ia trabalhar.

— Bom dia, meus amores. — Ele beijou minha cabeça e em seguida o Aster. — Que café da manhã maravilhoso. Nossa. — Disse ele admirado e sorriu quando me olhou.

— Acordei cedo. Não dormi quase nada. Tô com olheiras? — Perguntei e fui até o banheiro da casa, que ficava depois da cozinha pra me analisar no espelho. Estava sim, droga. Vou chegar no primeiro dia de trabalho com cara de enterro.

— Eu também não consegui dormi bem. Fiquei teorizando altas coisas sobre o fato do Justin está vivo e não ter nos procurado. — O Carl falou e quando voltei vi ele já tomando café da manhã. — Será que ele ficou com raiva da gente?

— Não sei o que pensar, mas tô com um sentimento ruim, sabe. De decepção e desgosto, por saber que ele esteve vivo durante esse tempo, seus amigos também sabiam e nenhum teve a consideração de falar. — Meus olhos se marejaram em lágrimas e sequei na toalha de mesa.

— Não chore, amor. Não sabemos ainda o que pode ter acontecido. E se por acaso ele, ele tenha sido sequestrado? Hum? Você disse que ouviu bem quando disseram que ele estava morto, vai que não tenham o matado. — O Carl falou e automaticamente lembrei de um fato curioso. O Justin tinha limpado todas as contas do maldito do Joe e com ele morto o Joe nunca iria recuperar nada.

Last Chance: Dangerous BackWhere stories live. Discover now