Capítulo 15

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Sofia sentou-se encima da mesa após entregar uma xícara de café para a melhor amiga.

- Você vai me contar ou não? - Perguntou enquanto amarrava o cabelo.

- Mudou as cortinas? - Lara perguntou olhando para a janela.

- Mudei, gostou?

- Adorei! Combinou com você.

Sofi morava sozinha em um apartamento pequeno na Barra da Tijuca, era o que conseguia pagar com a mesada que ganhava de seu pai. Ela havia saído de casa aos dezoito anos depois que seus pais se divorciaram e sua mãe foi morar na Suíça, seu pai arranjou uma esposa insuportável e não conseguia mais dividir o mesmo ambiente que a moça.

- Você ainda não me respondeu! Não vai me contar o que aconteceu? - Olhou para a amiga sentada na cadeira.

- Nós dormimos na mesma cama.

- Transaram? - Arregalou os olhos.

- Não! Quase... Nós apenas nos beijamos pra caralho. - Riu colocando os pés encima da cadeira - Dormi no peito dele depois de chama-lo de idiota.

Sofia levantou-se rapidamente e abraçou a amiga por trás após dar um gritinho de felicidade.

- Vocês são tão lindos juntos Lala. - Beijou-a na bochecha.

- Somos, não somos? - Ela riu segurando as mãos de Sofi que abraçavam - Obrigada por me encorajar.

- Mas por que não seguiu em frente? Você sabe... sexo.

- Não queria que naquele momento fosse a nossa primeira vez.

A moça assentiu com a cabeça enquanto sorria abraçando a melhor amiga. Sofia era grudenta, amava abraços e de ficar perto de quem gostava, muitos não gostavam mas Lara amava receber os abraços da amiga porque sempre vinham nos momentos certos.

***

Sentados na mesa de jantar mais uma noite fingindo ser uma família feliz, Lara olhou para os pais comendo em silêncio quando o interfone tocou fazendo-a respirar aliviada.

- Pode deixar que eu atendo. - Correu para a cozinha.

- Bruno, quem é? - O pai perguntou enquanto olhava para o filho.

- Não sei. - O rapaz deu de ombros.

- Por favor, não me diga que ela está saindo com um artista. - A mãe bufou enquanto deixava os talheres encima do prato.

- Não dona Carolina, não é um artista. - Ela caminhou até a porta - É um médico.

- Aí meu Deus que milagre está acontecendo com essa menina? - Olhou-a com um sorriso no rosto pela primeira vez em muito tempo - Conhecemos?

- Conhecem. - Respondeu abrindo a porta, deu um sorriso que iluminou aquela noite escura - Oi Gugu.

- Oi meu bem. - Ele beijou-a na bochecha e riu sendo puxado para dentro - Carol, Sérgio, Bruno.

Cumprimentou todos com um aceno. Bruno apoiou os cotovelos na mesa e pôs a mão a frente da boca sem sinal de choque. Não estava acreditando na cena, finalmente chegou o dia em que ele sempre imaginou, o melhor amigo agora era parte da família pra valer.

- Eu não acredito no que estou vendo. - O rapaz riu ainda com os cotovelos apoiados na mesa.

- Não f... enche Bruno. - Lara revirou os olhos - Fica aí Gugu, eu vou trocar de roupa e já vamos.

- Então você está saindo com a minha menininha. - Sérgio arrumou a postura tomando o papel de pai protetor.

- Estou, mas com o maior respeito viu. - Ele olhou para o amigo deixando escapar uma risada - Pra que inimigo se eu tenho você como amigo né Bruno.

1985Where stories live. Discover now