A Garota Prodígio

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Capítulo escrito por: @Suikkachan


Mallen caminhava em direção ao norte, em busca de Elphael, porém sentia seu corpo pesar; o mesmo tinha seus pensamentos, por mais que ainda não conseguisse falar muita coisa... Pensamentos como: "Estou cansado, porém não posso dormir agora, é muito arriscado..." Ele sentira algo atingir seu calcanhar, entretanto, não sentira dor, o mesmo não entendia o porquê, pois, o que o atingira era, possivelmente, um dardo. Parou por um tempo e logo entendeu o motivo; o que o atingira, não era, de fato, um dardo, mas sim, algo como uma fita, atirada, provavelmente, para rastreá-lo. No lugar onde a fita o acertara, foi sentido um leve formigamento, e, aos poucos, ele fora perdendo suas forças. Após poucos segundos, Ele não aguentou mais o próprio peso, assim, desabando no solo.
Lutou fortemente contra seu corpo, na intenção de levantar-se, porém, sem sucesso.

Quando percebera, já era tarde demais; não sentia mais seu corpo, não conseguia mover-se. Tentou também, lutar contra seu sono, mas novamente, não obteve sucesso, adormecendo pouco tempo depois. Ao acordar, percebeu-se em um ambiente ligeiramente desorganizado, no qual havia uma figura encapuzada, de baixo porte. Ele conseguia ver um pouco de seus cabelos esbranquiçados. Pelo que se podia perceber, o ser era bem jovem, além disso, estava de costas, portanto, não havia como saber como era seu rosto.

- Onde estou? - Conseguiu milagrosamente desenrolar algumas palavras.
- Primeiramente, eu devo perguntar-lhe; onde tentava ir? - Respondeu uma voz infantil, aparentemente feminina. - No estado em que estava, não conseguiria sequer sair daquela cidade, teve sorte que te encontrei, caso contrário, morreria ali mesmo. O veneno que lhe foi injetado, funcionava de forma semelhante à toxina que as lagartas-de-fogo possuem. Ele não perfura, mas adentra a pele. - O ser virou-se, revelando um rosto moreno feminino jovem, com longos cabelos brancos. Seus olhos tinham uma coloração arroxeada, bem clara.
- Está bem, mas quem és tu? Como me encontraste?
- Primeiramente, me chamo Áurea. Eu havia ido pra'quela cidade comprar mantimentos, porque é a mais próxima daqui. Ao voltar, vi-te largado no solo, e sabia que não poderias representar ameaça real a minha vida, então, resolvi trazer-te para minha moradia, porque poderia usar-te como teste para o antídoto do veneno que te atingiste, além de testar um fluído para reconhecer diferentes tipos de venenos. Além disso, caso o antídoto falhasse, ainda poderia usar teu corpo para um teste.

Finalmente, Mallen analisou suas mãos, percebendo a ausência de ambos seus aneis.

- Onde eles estão?! - Ele perguntara assustado.
- Calma aí garoto, eles estão em cima da minha bancada, mas se quiser manter-se vivo, não ouse levantar-se dessa cama. - Áurea falou séria, virando-se de volta para a bancada, estudando os anéis. Ela fez diversos testes, para testar o material e a utilidade deles.
- Tudo bem, mas tu ainda não respondestes a minha pergunta. Onde eu estou?
- Onde você está, não lhe convém saber. Me convém saber: aonde diabos desejava ir e o que o fez achar que nada daria errado?
- Eu tentava encontrar um elfo... Seu nome é Elphael... Um mago chamado Saron me mandou nessa missão, você deve ter encontrado o seu dedo.
- Sim. Eu estivera ocupada nas últimas horas analisando suas coisas e fazendo testes de DNA em suas coisas. Descobri que esse mago em questão, fora um dos melhores de sua época, extremamente habilidoso, talento jamais visto...
- Falas sério? Essa informação é realmente inesperada...
- Eu sei. Ele que escolheu meu nome. - Mallen dera um pequeno sorriso gentil.
- Que seria? - Inicialmente, ele não entenderá que ela se referira ao seu nome. Posteriormente, Áurea percebera isso, e explicara. - Seu nome... Mas tu és desprovido de sabedoria, não?
- Ah... Meu nome? É Mallen... Mas também não se via necessidade de humilhar minha inteligência...
- Ok, "Mallen"... Eu vou te devolver seus preciosos anéis agora e vou lhe ajudar a encontrar Elphael, pois vós não sobreviveria por um dia sequer no estado em que se encontra. Além do mais, eu gostaria de estudar sua espécie, e seus anéis. Segundo meus livros, sua espécie ainda não tens nome, e nascem com anéis, geralmente, um ou dois.
- É sério que tu sabes mais sobre minha pessoa do que eu mesmo?
- Exato.
- Tudo bem, tu irá junto a mim até a casa do elfo, entretanto, deve me ajudar.
- Acho que você não entendeu bem o contexto no qual tu se encontras... Tu deves, denotativamente, tua vida à minha pessoa, então, se eu disser que tu vais me levar consigo, é porque tu vais! - Deu um sorriso desdenhoso de canto.
- Entendido Senhorita Boreal. Agora entregue-me, por favor, meus anéis e vamos em direção ao norte.
- Tudo bem, tudo bem... Não costumo receber ordens, e nem costumo precisar, mas abrirei essa exceção, simplesmente porque eu terei motivos para cobrar-te futuramente..
- Garota, você tem quantos anos mesmo?
- 14, e você?
- Misericórdia...

As Crônicas dos Mil AnéisWhere stories live. Discover now