O Saber Maldito

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Capítulo escrito por: (Autor Desconhecido)

Anteriormente, o ser ao qual só depois veio a ser nomeado de Mallen, havia sido enviado em uma missão estranha, dada pelo autor de seu nome. O mago Saron, o mesmo que lhe deu esse nome, morreu pregado em uma cruz de uma velha catedral. E agora, sem ter ideia do que fazer, ou de quem era, apenas seguiu a missão que lhe foi imposta. E eventualmente, ele acaba se encontrando de forma não muito amistosa com Áurea, uma caçadora que o atacou e o fez desmaiar. E atualmente, ambos acabam entrando em um acordo de ajuda mútua, onde decidem se ajudar, para chegarem no norte. E atualmente, Mallen estava a esperando fora da casa dela, enquanto ela separava mantimentos para a viagem.

– Tudo pronto – Disse Áurea saindo de sua casa, com um arco e uma aljava de flechas em suas costas. E também uma bolsa com vários mantimentos dentro.

– Certo, mas acha bom deixar sua casa para trás, sem ninguém cuidando? Não acha perigoso? – Disse Mallen olhando com receio.

– Não estou deixando nada realmente de valor para trás, não tem porque um ladrão vir me roubar. Fora que também deixei algumas armadilhas pra quem tentar invadir... – Disse Áurea com um sorriso de canto.

– Certo... vamos então – Disse Mallen começando a seguir caminho, sendo acompanhado por Áurea que andava ao seu lado. E então, Mallen perguntou – Me diga, você disse que a minha espécie não tem nome. E que quando nasce, tem anéis em ambas as mãos, mas Saron disse que, sem nomes, não somos nada. E, o que um nome tem de tão importante além de ser uma identificação?

– Bom, vou tentar te dar uma explicação minimamente satisfatória... – Disse Áurea pensando calmamente em qual resposta daria – Em algumas culturas, o nome é literalmente uma parte da alma, em outras, sinaliza renascença. Tanto que o significado do nome é extremamente importante.

– E então, o que Mallen significa? – Disse Mallen ficando um tanto interessado no assunto.

– Significa algo como "Pequeno guerreiro" ou "Jovem aventureiro". É algo bom – Disse Áurea sorrindo calmamente – O meu significa "Mulher de ouro", até porque eu sou mesmo – Disse estufando o peito.

– Uhum, claro claro... – Disse Mallen arqueando a sobrancelha, e então continuou – E segundo você, a minha espécie nasce com anéis ao invés de nomes. Por que?

– Vai saber... – Disse Áurea começando a perceber algo – Sabe.... Antes você não sabia falar tão bem, estava carregando a falando errado. E agora fala tão naturalmente, como consegue?

– Annnnnn...... eu não sei... – Disse Mallen engolindo em seco, e então continuou – E você disse que estuda a minha espécie... o que eu sou exatamente?....

– Espera, o que?! – Disse Áurea se assustando com aquela pergunta, e então perguntou – Você não sabe o que é?!

– Não.... – Disse Mallen respirando profundamente – Minha lembrança só vai até ontem. Quando eu acordei, e quando o Saron me mandou nessa missão...

– Então, se você não sabe o que é, nem o que está fazendo aqui. Por que aceitou essa missão? – Disse Áurea olhando confusa e desconfiada.

– Esses dois são sábios, e se você sabe já alguma coisa sobre o que eu sou, e a minha espécie. Eles devem saber muito mais... – Disse Mallen com um olhar distante.

– Entendo, não ter identidade deve ser bem ruim, é como não existir... – Disse Áurea, e Mallen apenas concordou com a cabeça. E nesse momento, ambos seguiram em silêncio,

Eles continuaram caminhando pela floresta densa e escura, o local era frio, e mal podia ver o céu. As árvores pareciam ter sido plantadas de forma específica, tudo em prol de viajantes se perderem por ali. Porém, para a surpresa de Mallen, quando ambos finalmente saem da floresta, eles dão de cara com um céu claro e completamente ensolarado, como se estivessem no auge do meio dia. E estavam sobre uma planície, em frente a uma cidade velha em ruínas, que estava visivelmente abandonada. As muralhas da cidade estavam derrubadas, o único vestígio de que havia uma muralha ali, eram ruínas desgastadas e pedras em forma de blocos largadas no chão. E com a muralha abaixo, era possível ver seu interior, uma cidade de aspecto medieval em ruínas, e com um castelo de Torres derrubado no horizonte.

– Essa cidade se chamava Frode na época que era habitada, esse nome significa "Sabedoria". – Disse Áurea olhando para a cidade em ruínas, com um brilho de admiração ao local.

– Por que está me falando isso? Não é mais fácil simplesmente contornar e continuar rumando ao norte? – Disse Mallen confuso sobre a situação.

– Esse lugar era a antiga capital dos sábios e estudiosos, mas eras antigas, aqui era o berço do conhecimento mundial. Dizem que aqui estava guardado todo conhecimento do mundo, porém, dragões gigantescos vieram e destruíram tudo. E os estudiosos foram forçados a se dispersar – Disse Áurea com um olhar distante.

– Você ainda não me disse o motivo de estar me contando tudo isso... – Disse Mallen ficando um tanto assustado com a fala dela.

– As histórias dizem que esses dragões eram montados por uma raça sem nome, e que eles tinham anéis em seus dedos... – Disse Áurea olhando Mallen pelo canto do olho, e Mallen trava ao ouvir o que ela disse. Porém, ela continuou – Se quer saber mais sobre si mesmo, esse lugar é a resposta. Eu disse que os livros não dizem qual o nome da sua espécie, mas os sábios atuais no geral, são medíocres perto do auge de Frode. Eles com certeza sabem muito mais sobre a sua raça do que podemos imaginar...

– Hmmmm..... – Mallen ficou então pensativo, começou a ter medo da verdade, com medo do que a sua raça era. Enquanto olhava para os anéis brilhantes em seu dedo.

– A verdade liberta, mas não significa que ela é agradável... – Disse Áurea começando a caminhar a frente de Mallen, e ele sem escolha, a seguiu mesmo que relutante.

Eles então adentraram na cidade em ruínas pelos escombros de sua muralha, enquanto andavam por lá, podia ser visto as marcas do terrível ataque dos dragões. Era visível que a cidade não era simplesmente abandonada, as casas derrubadas, portas ao chão arrebentadas. E ainda os restos de trapos velhos pendurados em varais antigos, e completamente rasgados e desgastados. Eles estavam se encaminhando para o castelo. E à medida que se aproximavam, podiam as Torres derrubadas do castelo, caídas em frente ao portão. E seguiram andando, tentando ignorar a destruição, e subiram as escadarias para a entrada do castelo.

Quando entraram, viram o que deveria ser uma sala de entrada. Que dava diretamente a um corredor totalmente destruído, com escombros ao chão. Eles continuaram andando pelo corredor destruído, e chegaram em frente a uma grande porta em um estado decadente. E eles abrem a porta, e dão de cara com uma sala do trono antiga. O teto dela era um forma de cúpula, e havia tingido com uma tinta azul escura desgastada, e com alguns pilares que sustentavam o teto derrubados. E no meio da sala, havia um trono, e no trono, havia um esqueleto vestindo roupas reais e com uma coroa em sua cabeça. E na mão dele, havia uma espécie de pergaminho. Eles se aproximaram, com Mallen um tanto desconfortável com aquela cena.

– Vem, você tem que ver isso, pode ser uma base para saber um pouco mais sobre si mesmo... – Disse Áurea pegando o pergaminho das mãos do cadáver, e o abrindo para ser lido.

"Eis aqui as minhas últimas memórias antes do fim, a última lágrima do último rei de Frode, me chamo Just. No momento que escrevo isso, o meu povo está sendo atacado por uma horda de dragões. Eu enviei os cidadãos para fugirem sobre os canais subterrâneos. E os poucos soldados ficaram para distrair os dragões, esses dragões são montados por uma raça desconhecida, eles se dizem ser filhos de Tot e de Atena, o que não faz sentido nenhum, se dizem filhos de divindades de panteões diferentes. Eles dizem que são os legítimos sábios deste mundo, e querem absorver todo conhecimento, aos quais armazenam em seus anéis. Pelo que pude entender, eles querem absorver todo esse conhecimento, e dar aos deuses que dizem ser filhos. Mas isso não faz diferença, meus servos pediram ajuda ao rei Salomão, o homem mais sábio do mundo, ele enviou reforços. E mesmo que toda Frode venha a ruir, esses dragões não destruíram mais nada"

– Então... é isso?.... – Disse Mallen completamente travado. Finalmente entendendo tudo – Por isso eu tô ficando tão inteligente e tão rápido?...

– Isso eu não sei, mas é uma parte da história. O que você acha?.... – Disse Áurea o olhando pelo canto do olho.

– Hmmmmmm.... – Mallen olhando totalmente pensativo, apenas disse – Vamos continuar a viagem...

As Crônicas dos Mil AnéisΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα